sábado, 23 de março de 2013

Antonio Bandeira, pintor (Poema: Noturno)

Noturno

A lua fazendo fundo
olha a coruja na árvore negra
se rindo da humanidade
Eu no meio da noite escura
choro da humanidade
e entre as flores maiores
procuro o meu amor
para ocultá-lo do mundo.
O soldado morto vaga na noite escura
e eleva-se ao espaço
com medo do sorriso da coruja.
Branco, pálido, frio,
o marinheiro bóia no meio do mar
porque não encontrou o rochedo
e não viu o reflexo do farol.
Corro amedrontado
procurando a salvação
que nem a morte me dá
enquanto a coruja sorri na noite eterna.

Nenhum comentário:

Postar um comentário