Perguntado se a poesia moderna era perfeitamente sentida e compreendida pelo público de então (1942), respondeu o poeta:
"Essa poesia de hoje não é suficientemente sentida e compreendida pelo público, mas não tanto pelo seu falado hermetismo ou pelas liberdades métricas. E sim, antes de mais nada, pelo espírito de conservadorismo que começa na escola primária e leva o indivíduo até o túmulo. Conservantismo do professor, que adorou Bilac na sua mocidade remota e nunca mais pôs o olho em um livro de versos; conservantismo do pai, que ouvira do avô o soneto duro de Alberto de Oliveira e acha nele a perfeição; da namorada, que encontrou na gaveta do móvel materno um álbum cheio de florzinhas e quadrinhas tão comovedoras; dos jornais, escritos por pessoas que geralmente não têm tempo de descobrir novas expressões literárias; da folhinha, do almanaque do elixir paregórico e de outros veículos nacionais da produção intelectual.".
(...)
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