sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

OFICINA POÉTICA “RASCUNHOS POÉTICOS” (3)

3 – Forma e Conteúdo

Um poema pequeno, mas que fala muito do que é para mim poesia. O AO VENTO explicita a tônica do meu jeito de ser poeta. Vamos a ele e depois continuo comentando.

AO VENTO

Como falo
de sentimentos
palavras
são apenas
letras
jogadas
ao vento


É isso! Para mim a devida importância das palavras está no fato delas me proporcionarem vomitar meus sentimentos. Assim, no meu caso acho até engraçado falar de rimas ricas, entre outras viagens dos críticos, que geralmente não escrevem, ou melhor, não mostram os poemas ou outros textos que escrevem.

No meu caso, palavras são letras combinadas apenas para dar suporte ao aparecimento da emoção, tanto é que nos meus primeiros poemas quase não tinham rimas, mas ouvindo a voz da razão (leitores) passei a me utilizar das rimas, como facilitadoras da transmissão do conteúdo. Não se esqueçam que na boa poesia o conteúdo (mensagem subliminar) sempre ganhará da forma.

4 – Erudição ou Cultura?

Alguns entendidos consideram erudição um conhecimento estático e cultura um conhecimento dinâmico. Explico: erudição seria o conhecimento de uma pessoa teórica que explanaria sobre determinado assunto com conhecimento não emocional (imagino). O culto seria uma pessoa com capacidade dinâmica de provar o que diz.

Mal comparando, Pelé discorrendo sobre futebol seria, hoje em dia, erudito, e Messi, culto. Como a medida de erudição é estática, por isso mais previsível, por exemplo, para ser Papa é necessário saber pelos menos 5 idiomas, a cultura poderia ser testada sobre quais critérios?

Aí, não tem jeito, a bola está quicando na grande área, para ser poeta o que é necessário? Erudição ou cultura?

Um poeta que se utilize de palavras menos conhecidas ou até estrangeiras seria mais erudito ou culto do que um que consiga passar sua mensagem com um vocabulário menos sofisticado?
O que é sofisticação? Se comunicar ou mostrar erudição?

Como não sou erudito e sempre fui curioso sobre como as coisas acontecem, dos dois sobraria a única opção que é dinâmica -- cultura, dando ao pobre poeta a esperança de melhorar com o tempo.

Ah! Outra defesa boa, penso, é a de que com o tempo o erudito pode esquecer o que aprendeu, já o culto tem o tempo como aliado! (Não sei se consegui vender meu peixe...).

De qualquer modo, obrigado pela paciência.

P.S. Erudição seria conhecimento e cultura seria criatividade?

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