domingo, 12 de dezembro de 2010

E continua o mestre Gerardo...

"...E também só há um leitor. Um livro é para todos e para ninguém, como Nietzche dedicou o Zaratustra. Se você lança um livro, é mais ou menos como um solitário, do fundo de sua solidão -- um solitário perdido numa ilha deserta que, não tendo mais recurso nenhum para se comunicar com um outro ser humano, coloca dentro de uma garrafa uma mensagem e a joga ao mar. Então eu jogo meu verso ao mar, e se a garrafa chegar a algum sujeito que a queira ler, estamos salvos os dois. Se não chegar ele perdeu a oportunidade de ver um ser humano debruçar-se chorando sobre seu ombro para dizer sua última palavra. Então, não é orgulho dizer que ninguém vai entender, mas há sempre a esperança de que alguém ouça essa última palavra, e que talvez lhe possa servir de conforto. Pra mim, o poeta é o ser que procura um ombro onde encostar e chorar sua lágrima e rir sua alegria.".

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