que eu seja erva raio
no coração dos meus amigos
árvore força
na beira do riacho
pedra na fonte
estrela
na borda
do abismo
moinho de versos
movido a vento
em noites de boemia
vai vir o dia
quando tudo que eu diga
seja poesia
dia
dai-me
a sabedoria de caetano
munca ler jornais
a loucura de glauber
ter sempre uma cabeça cortada a mais
a fúria de décio
nunca fazer versinhos normais
ver
é dor
ouvir
é dor
ter
é dor
perder
é dor
só doer
não é dor
delícia
de experimentador
lembrem de mim
como de um
que ouvia a chuva
como quem assiste a missa
como quem hesita, mestiça,
entre a pressa e a preguiça
furo a parede branca
para que a lua entre
e confira com a que,
frouxa no meu sonho,
é maior do que a noite
como um coto caro ao roto
incrédulo tiago
toco as chagas
que me chegam
do passado
mutilado
toco o nada
aquele nada que não para
aquele agora nada
que tinha
a minha
cara
nada não
que nada nenhum
declara tamanha danação
tanta maravilha
maravilharia durar
aqui neste lugar
onde nada dura
onde nada para
para ser ventura
sim
eu quis a prosa
essa deusa
só diz besteiras
fala das coisas
como se novas
não quis a prosa
apenas a ideia
uma ideia de prosa
em esperma de trova
um gozo
uma gosma
uma poesia porosa
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