domingo, 2 de junho de 2013

Carlos Drummond de Andrade, Sonetinho do falso Fernando Pessoa



"Onde nasci, morri.

Onde morri, existo.

E das peles que visto

Muitas há que não vi.



Sem mim como sem ti

Posso durar. Desisto

De tudo quanto é misto

E que odiei ou senti.



Nem fausto nem Mefisto,

À deusa que se ri

Desse nosso oaristo, (conversa íntima)



Eis-me a dizer:assisto

Além, nenhum, aqui,

Mas não sou eu, nem isto.".

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