quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

VIVA CECÍLIA! (6)

"...Pelos vales de teus olhos
de claras águas antigas
meus sonhos passando vão.

Chego de tempos remotos
com rebanhos de cantigas
felizes de solidão.

Céus de estrelas vêm descendo
-- perdi meu nome e a lembrança,
datas de vida e de amor.

Reduzo-me a pensamento,
livre de toda esperança,
isento de qualquer dor.

pelos vales de teus olhos,
o que fomos e seremos
não precisa explicação.

Passamos, vivos e mortos,
sozinhos, nesses extremos.
Companhias -- o que são?

Aguardo apenas estrela
na ponta do meu cajado:
a pura estrela polar.

Será meia-noite certa:
e o futuro já passado
nos vales do teu olhar...".

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