Um pranto existe, delicado,
que recorda amoravelmente
o infindável adolescente
que um dia esteve ao nosso lado
--- e para sempre foi presente,
por seu rosto de desterrado,
seu sofrimento sossegado
e, por discreto, mais pungente.
Um pranto existe, que não chora,
por mais que seja aflito e estreme,
unicamente porque teme
ferir-lhe a sombra, livre agora,
que noutras solidões procura
sua divina arquitetura.
(Que pranto existe, delicado,
ou que lamento de ternura
que lhe não dê nenhum cuidado?)..."
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