tempos de outrora
muitas
coisas acontecem a um homem para que ele pare de ouvir música conversar escutar o canto dos pássaros que se esforçam
solitários na árvore vizinha ao prédio amarelo do homem que está abismado com a
força da memória
muitas
coisas acontecem no cérebro do homem que para de fazer as coisas que mais gosta
de repente apenas para de sentir prazer nas mínimas coisas mais simples talvez
porque nele não exista mais espaço para a simplicidade absorto que está com a
dificuldade de olhar para frente diante do passado ainda tão quente e pesado
tantos anos trazendo tantas recordações palavras que não podem ser ditas pois
isso seria um furacão sem volta seria uma revolução de sentimentos momentos
florescendo cheiros hábitos hálitos mãos afastados todos afastados pela vida
que não dá trégua nos leva sem ritmo para longe quase sempre longe de nós
mesmos que ficamos ancorados perplexos apenas ouvindo nosso mar revolto dos
tempos de outrora
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