(...) O senhor sabe? Já tenteou sofrido o ar que é saudade? (...)
(...) O ianso do vento revinha com o cheiro de alguma chuva perto. E o chiim dos grilos ajuntava o campo, aos quadrados. Por mim, só, de tantas minúcias, não era o capaz de me alembrar, não sou de à parada pouca coisa; mas a saudade me alembra, Que se hoje fosse. (...)
(...) E, aí,a saudade de Diadorim voltou em mim, depois de tanto tempo, me custando seiscentos já andava, acoroçoado, de afogo de chegar, chegar, e perto estar. Cavalo que ama o dono, até respira do mesmo jeito. Bela é a lua, lualã, que torna ase sair das nuvens, mais redondada recortada. (...)
(...) "Riobaldo, se lembra certo da senhora sua mãe? Me conta o jeito de bondade que era a dela...". (...)
(...) Toda mãe vive de boa, mas cada uma cumpre sua paga prenda singular, que é a dela e dela, diversa bondade! E eu nunca tinha pensado nessa ordem. Para mim, minha mãe era a minha mãe, essas coisas. Agora, eu achava. A bondade especial de minha mãe tinha sido a de amor constando com a justiça, que eu menino precisava. E a de, mesmo no punir meus demaseios, querer-bem às minhas alegrias. A lembrança dela me fantasiou, fraseou -- só face dum momento -- feito grandeza cantável, feito entre madrugar e manhecer. (...)
(...) A gente se encostava no frio, escutava o orvalho, o mato cheio de cheiroso, estalinho de estrelas, o deduzir dos grilos e a cavalhada a peso. Dava o raiar, entreluz da aurora, quando o céu branquece. (...)
(...) O que eu guardo no giro da memória é aquela madrugada dobrada inteira: os cavaleiros no sombrio amontoados, feito bichos e árvores, o refinfim do orvalho, a estrela-d'lava, os grilinhos do campo, o pisar dos cavalos e a canção de Siruiz. Algum significado isso tem? (...)
(...) Hoje, eu penso, o senhor sabe: acho que o sentir da gente volteia, mas em certos modos , rodando em si mas por regras. O prazer muito vira medo, o medo vira ódio, o ódio vira esses desesperos? -- desespero é bom que vire a maior tristeza, constante então para o um amor -- quanta saudade... --; aí, outra esperança vem...Mas, a brasinha de tudo, é só o mesmo carvão só. (...)
(...) Saudades, dessas que respondem ao vento; saudades dos Gerais. O senhor vê: o remôo do vento nas palmas dos buritis todos, quando é ameaço de tempestade. Alguém esquece isso? O vento é verde. Aí, no intervalo, o senhor pega o silêncio põe no colo. Eu sou donde nasci. Sou de outros lugares. (...)
(...)
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