quarta-feira, 2 de novembro de 2016

sanhaço



(vendo um caminho...)

caminhas?
caminho?
olhando agora de longe o ninho
tentando não esquecer das pegadas
que me trouxeram até aqui
o cheiro da macarronada
desperta em mim uma lágrima de recordação
um amigo me olha de um jeito estranho
como se eu fosse seu pai irmão
como se eu falasse sermão
sei não
nem quero nesse momento saber
mas aquele olhar desconfiado
fincou uma desconfiança
uma esperança de mudar
ser mudo
ser muda
semear em mim um silêncio de versos
palavras sem rimas mas com peso
desejos sem bateria de escola de samba
sem pele de manga
sem asas sem aço sem marcas
sanhaço tentando cantar uma nova melodia
Silenciosa...

(como uma cobra? sobra?)

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