quarta-feira, 2 de novembro de 2016

humanos



À memória de MiLLôr FErnanDES

eu, perfeito idiota, penso assim:
se o médico ao menos olhasse para mim,
ao invés de ficar analisando meus exames,
poderia, talvez, quem sabe,
descobrir uma irritação na minha pele ou
um caroço no meu abdômen,
mas não, ele teima em não saber quem sou e ainda sorri
quando pergunto se posso fazer exercícios físicos
aí eu penso:
ou ele está achando que não vou ter tempo de fazer exercícios físicos

ou ele está sem graça por que reparei que ele não me (se) reconhece humano...

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