E esse escritório nos campos, encostado à orla do bosque que me olha a nuca pela grande janela de seu fundo, onde eu trabalhava sem cronômetro, travessia lenta da tarde nessa barcaça cimentada ao cais, pontuada por suas visitas. Pois você era minha visitante, vindo da casa com a criança nos braços, depois pela mão; você aparecia pelo lado do campo. E o que não nos dizíamos, o que não teremos nunca conseguido dizer, dava a profundidade insondada, como a altitude oceana sob a braçada preguiçosa do nadador, a nossos sempre menores ditos.
A frustração de sua existência, que era equilibrada apenas pela promessa do pouco de revelação amanhã -- afinal chegaria o dia de são nunca --, a promessa foi num único lance renegada, deposta pela morte anunciada, que veio em alguns dias.
Está acabado, murmura a noite: murmúrio que não se escreve nem se ouve -- Mane-Thecel-Pharès só na minha cabeça.
Nenhum comentário:
Postar um comentário