domingo, 29 de maio de 2011

CARLOS NEJAR (3)

Sobre o livro de Carlos Nejar, TRATADO DO BOM GOVERNO, que ainda não li, nos diz Vera Lúcia de Oliveira, poeta e ensaísta: "Tratado de bom governo é um dos livros mais intensos e tocantas de C.N., livro solene e trágico, lírico e dramático ao mesmo tempo, obra de um poeta no pleno possesso dos seus meios expressivos. Ele plasma e modela exemplarmente a língua, levando-a a atravessar limiares inéditos, sem nunca deixar que se distancie da função primordial da comunicação, embora a viagem seja ontológica e metafísica. É poesia sem tempo e sem limites, onde a palavra tem uma função profética e salvífica, nessa república de vivos que não vivem; é uma poesia ética e religiosa no senso mais amplo do termo. Nejar não contempla de longe o grande e trágico espetáculo do universo, mas participa com sua sensibilidade, sua pietas, e celebra sempre a vida, contraposta ao definitivo silêncio de tudo o que finda. A sua palavra profética promove a renovação, a recuperação dos significados remotos e primogênitos dos signos, que carregam ainda impressos na pele dos sons a substância concreta das coisas. O poeta é solicitado a agir, é um arauto e um testemunho que traz à república dos vivos a mensagem de alerta e de esperança, embora o seu dom não seja de nenhum conforto, já que os poetas são sempre menos tolerados no nosso comvívio.".

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