fumaça
de fogão
Aos
mestres do Chef’s table
Sal brócolis e pimenta
O último espetáculo de ballet e
a urgência...
Na cabeça dum chef não há só
comida há arte há a vontade de eternidade...
De repente dum ballet visto surge
um prato de metade pato metade frango
E de uma rocha numa ilha no sul
da França recheada de algas surge um prato lindo com gosto típico
Aquelas mãos seguiram uma
cabeça abençoada por pensamentos em movimentos
Quase não é necessário um fogão
porque o fogo interno que queima queima tudo inclusive os alimentos
Com poucos produtos faz arte
Reproduz passados
Inventa presentes
Nos deixa ansiosos pelo futuro
Sinfonia de gostos
Em suas mãos treinadas
pingo é letra
palavras salgadas são orações
Um mestre cuca é mestre porque
usa a cuca
Não faz apenas por fazer
Aliás ninguém deve viver por
viver
Imitando o mergulho do peixe
voador devemos voar e mergulhar
Como se precisássemos de ar
Para nos destacar sendo nós
mesmos
Sendo extremos de sabor
Sem temer a opinião dos que
ficam sentados esperando a hora da ceia
Apenas esperando a hora da ceia
Apenas esperando a sobra da
ceia alheia
Deixamos de ser humanos e
passamos a fumaça de fogão fantasmas sem emoção
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