Pelo que se pode julgar a partir de sua correspondência, notas e escritos, publicados ou não, Giacometti tinha naturalmente, em razão de suas faculdades memoriais, uma percepção não linear do tempo, bastante inusual no Ocidente.
Desde criança, rostos, paisagens, gestos, vozes que conhecera em diversos momentos do passado podiam ressurgir e existir simultaneamente em torno dele no espaço do presente, uma experiência que o "enchia de êxtase".
Para ele, o tempo podia tornar-se espaço, como na revelação que tem em 1946, e que publica na revista Labyrinthe, de Genebra:"De repente, tive a sensação de que todos esses acontecimentos existiam concomitantemente à minha volta. O tempo tornava-se horizontal e circular, também era espaço e tentei desenhá-lo".
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