Conheço os períodos de abatimento e de descontentamento, que são talvez os mais fecundos para os estudos. Parece que nada dá certo, vemos dificuldades intransponíveis e um belo dia, de repente, a gente se dá conta dos progressos realizados, de ter atingido um outro degrau dessa escada interminável, no alto da qual está erigida a perfeição mas nunca a alcançamos.
Assim é a arte, como uma fada Morgana que se furta sempre ao olhar e se afasta. É claro que não devemos nos satisfazer facilmente, nem ter medo de destruir para refazer, mas como não podemos alcançar o alto de uma montanha numa única caminhada, e sim subindo de etapa em etapa, não podemos atingir a perfeição ou a relativa perfeição à qual aspiramos numa única obra. Assim, creio que quando obtemos algumas qualidades substanciais num estudo convém às vezes conservá-lo com suas qualidades, e recomeçar outro para levá-lo mais adiante, baseando-nos na experiência adquirida. Certos estudos servem também como balizas de comparação.
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