MUNDO
CÃO
Não me perguntem já não sei
mais por que escrevo no início era zelo pelo que pensava necessitava deixar
tudo registrado mesmo cansado nunca parei como parar de se investigar? Hoje já
é um hábito a rotina todo dia me ensina a continuar não posso não devo parar
parar para quê? Se continuo conversando comigo por essas linhas me arrepio me
rio me desconfio e fio as tramas da minha história não há cansaço não há
mormaço que me faça deixar de escrevinhar e escrevo quase em apneia essa a
ideia de não respirar não gosto de dicionários não gosto de rabiscado punk
poemas na medida certa da minha inquietação que é grande como dizem os músicos
que não sabem o tamanho da encrenca não entendem que minha sina é muito maior
do que uma simples canção cantá-la é possível mas impreciso não preciso de
orelhas nesse mundo cão
Do
livro Rascunhos Poéticos, 2012.
Nenhum comentário:
Postar um comentário