Poesia, música e pensamentos, muitos pensamentos ao vento, pensamentos em movimento...
segunda-feira, 30 de setembro de 2013
365 dias com poesia, 30 de setembro de 2013 -- Rafting
Rafting
é o escorrer do pingo da chuva no braço que me seduz
supus saber tanto
e tantas foram as surpresas
presas
no frágil braço
dum menino levado
abraçado à sensação do braço
d’água, estuário
descidas em instantes gigantes
que memorizei para não me perder
domingo, 29 de setembro de 2013
365 dias com poesia, 29 de setembro de 2013 -- novos baianos
novos baianos
Aos
novos baianos
Aproveitemos
a vida
Enquanto
vida há
De
repente
O
repente arrebenta como corda
E
ficamos amarrados a alguma coisa desafinada que chamamos de morte ode de algo
contra a existência que minha querência não querer entender não quero entender
e quero viver?
O
que é isso meus manos ninguém ouviu falar na ingenuidade rara dos novos baianos
que influenciados pelos antigos baseavam seu atos contra os ditados contra a
ditadura fazendo filhos e jogando bola fumando cheirando a vida como garotos
nas esquinas cheiram cola goma da vida possível impossível não dançar com seu
som seu céu nosso véu já caiu e insistimos em andar vestidos?
sábado, 28 de setembro de 2013
Pensamentos e Muitos Movimentos (facebook) -- Moby Dick
Moby Dick
...nunca irei navegar...
o mar me lembra histórias horríveis com monstros gigantes com ondas gigantes com Moby Dick crises de marujos que só podiam rebelar-se o medo deles é o meu e eu também me rebelo contra o sal o sol a falta de ilhas no cérebro me rebelo contra capitães insinceros contra a rotina de maresia contra os nós que me afastam da família me rebelo...
o mar me lembra histórias horríveis com monstros gigantes com ondas gigantes com Moby Dick crises de marujos que só podiam rebelar-se o medo deles é o meu e eu também me rebelo contra o sal o sol a falta de ilhas no cérebro me rebelo contra capitães insinceros contra a rotina de maresia contra os nós que me afastam da família me rebelo...
e sem navegar escrevo vomitando desejos
Pensamentos e Muitos Movimentos (facebook) -- insensatez
insensatez
Ouvindo After Rain
depois da chuva
só sorrisos
amargos
um olhar um canto de boca
magoados
olhos que ardem
luzes que doem
pingos em poças
poços em bocas
rolhas em garrafas
vazias
depois da chuva
sou o céu esperando a próxima
a tônica da sílaba mais forte
mais fonte
uma sorte de continuar
bebericando palavras
que invento vendo o arco-íris
sua íris
sua tez...
(depois da chuva sinto fome de vida)
depois da chuva
só sorrisos
amargos
um olhar um canto de boca
magoados
olhos que ardem
luzes que doem
pingos em poças
poços em bocas
rolhas em garrafas
vazias
depois da chuva
sou o céu esperando a próxima
a tônica da sílaba mais forte
mais fonte
uma sorte de continuar
bebericando palavras
que invento vendo o arco-íris
sua íris
sua tez...
(depois da chuva sinto fome de vida)
Pensamentos e Muitos Movimentos (facebook) -- miopia
miopia
Monk
Arranque
de mim
Palavras
sensíveis
Se
possível
Azuis
Como
aquele blues
Em
que seus olhos chegaram a lacrimejar
Velhas
notas
De
novas lembranças
Monk
Monte
um presente de cifras
Esqueça
e minta para mim
Que
a vida é azul
Que
o norte é sul
Que
existe uma possibilidade mínima de
Que
tudo que vejo cinza seja apenas
miopia
365 dias com poesia, 28 de setembro de 2013 -- Bebês
Bebês
Aquele
primeiro susto de Descobrir que não vivemos n’água
Que
viemos para o ar
O
Atrito O grito no choro A poesia
Da
vida ao respirar Na primeira palmada
sexta-feira, 27 de setembro de 2013
365 dias com poesia, 27 de setembro de 2013 -- Infância
Infância
Aos
poetas chineses
Vento
no rosto Sol Maresia
Pingos
de lua na água do mar
Reflexo
de perfume na areia
Carros
buzinam Sinais Sombras
Pés
leves longe procuram
Música
Perguntas Infância
quinta-feira, 26 de setembro de 2013
Pensamentos e Muitos Movimentos (facebook) -- Miles e ‘Trane
Miles e ‘Trane
Miles
Sufoca-nos
Com
sua angústia gigante
Sem
cerimônia aperta as notas
Sopra
verdades nos nossos narizes que entopem e não nos deixam respirar (de
vergonha?)
Coltrane
goza da nossa cara sopra respostas saídas nervosas riem
Como
se da gargalhada fossem brotar árvores que nos dessem frutos
Seus
soluços são sustos soluçam soluções
Pensamentos e Muitos Movimentos (facebook) -- Mestre-deus
Mestre-deus
Inferno
existe
E
é aqui
Sendo
inferno
Na
minha pobre visão
O
encontro com a consciência
Instante
em que tomamos pé
De
que quanto mais envelhecemos mais
Melhoramos
a mente e menos o corpo
Que
não é mais instrumento
Dos
atos compulsórios
Dos
mestres-deuses que fomos
Pensamentos e Muitos Movimentos (facebook) -- lenços brancos
lenços brancos
Memórias
São
lembranças sentidas, vividas
Não
lidas
Os
eruditos disso sabem
E
fingem esquecer
O
que sinto é meu
E
não esqueço porque sou eu
Pensamentos e Muitos Movimentos (facebook) -- de Drummond
de Drummond
PRECISO DE DRUMMOND!
como um trompetista precisa de ar
como um viciado precisa de às
como um artista precisa de espaço
COMO POETA PRECISO RIMÁ-LO!
Pensamentos e Muitos Movimentos (facebook) -- barato
barato
impressiona-me
sua expressão
janela d'alma
recebendo luz
que não sei donde vem
sei que ilumina
suas
nossas idiossincrasias
típicas
de cidadãos isolados
expressão de dor de dente cariado
vários casos de suspiros mal resolvidos
caminhos mal avaliados
desde o início
me fazem pintar um quadro dum expressionismo barato
abstrato
janela d'alma
recebendo luz
que não sei donde vem
sei que ilumina
suas
nossas idiossincrasias
típicas
de cidadãos isolados
expressão de dor de dente cariado
vários casos de suspiros mal resolvidos
caminhos mal avaliados
desde o início
me fazem pintar um quadro dum expressionismo barato
365 dias com poesia, 26 de setembro de 2013 -- Plásticos
Plásticos
Ao
meu pai Jorge Plácido, 73 anos
Difícil
tentar entender qualquer um que é tão parecido e tão distante...
Sabedoria
de teimosia lida em manuscritos históricos apostólicos romanos
Intensidade
da descoberta coberta de razão na emoção mais recôndita de cobertor
Verborragia
tragicômica cônica supersônica em voz de trovão
Estranhamento
raro em linguajar exato de dicionário
Categoricamente
lúdico sem sabê-lo insatisfeito pelo feitiço negado
Cósmica
intenção culto padrão curto abraço de braços virtualmente diferentes
Sempre
serás amado no bebedouro da poesia metafísica que ria
quarta-feira, 25 de setembro de 2013
365 dias com poesia, 25 de setembro de 2013 -- Colmeia
Colmeia
Às
vezes experimento menta minto mentol
Entro
direto no assunto sinto sento suo
Sou
um eco de sentimentos internos eternos estimas
Últimas
notícias de um passado assado amado amigo
Intimo
a todos a se lembrarem de quem são sãos somos
Quando
esquecemos de tentar parar de atrapalhar a mensagem massagem mixagem alheia
Colmeia
de abelhas abrolhos absurdos
terça-feira, 24 de setembro de 2013
365 dias com poesia, 24 de setembro de 2013 -- PRIMEIRO
PRIMEIRO
O
homem
Nunca
Será
suplantado pelas máquinas
Porque
as máquinas não sentem
E
por não sentirem
Não
podem escolher
E
por não poderem escolher
Não
dão prioridade
E
por não darem prioridade
Não
sabem o que é mais importante
E
por não saberem o que é mais importante
Não
conseguem fazer o que tem de ser feito
E
por não saberem fazer o que tem de ser feito
Não
se suplantam
E
por não se suplantarem
Não
sentem a dificuldade
E
por não sentirem
Não
tem presente
Nem
passado
Nem
futuro
E
por isso
São
e sempre serão só
Máquinas
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
365 dias com poesia, 23 de setembro de 2013 -- Solimões
Solimões
A
Iberê Camargo
Sólidas
mãos
SÓlidas
MÃOS
Escuras
roxas
Em
carretéis com cabelos de infância
Sólida
distância intensa(s)
Tintas
grossas em pinceladas fluidas
Muda
solidão
Retrato
curto dor
Expansão
da flor
Interna
sedenta por olhos
Pupilas
tranquilas
Solidão
SOLIMÕES
domingo, 22 de setembro de 2013
365 dias com poesia, 22 de setembro de 2013 -- Boa Viagem
Boa Viagem
Inspirado
na foto de Antônio Varella da ladeira da Boa Viagem no Ingá
muitas
lágrimas desceram daí
de
joelhos
machucados
vermelhos
sóis
sem
sombras
sobras
de cotovelos
de
versos
que
ainda não tinham acontecido
princípios
de amigos
príncipes
sorrisos
de
domingos
escondidos
risos
forçados de
otários
felizes
que éramos...
sábado, 21 de setembro de 2013
Pensamentos e Muitos Movimentos (facebook) -- Amor selvagem
Amor selvagem
O
barro do cheiro de chuva forte
Ainda
escorre pelo bairro
Cria
cachoeiras
Perigo
de rio
Chuva
que
Faz
música de raios
Luz
excitante pelo medo do que irá acontecer
Com
o vento ela
Na
minha frente namora
Testemunha
que sou de um amor selvagem
Natural
Que
me espanta
Que
me lembra
A
humanidade perdida
Na
cidade...
(Demora
tanto chegar a infância que a chuva traz?!)
Pensamentos e Muitos Movimentos (facebook) -- vácuo
vácuo
...o
tempo...
mistura de sentimentos
se corro esqueço de quem sou
esqueço o caminho para onde deveria seguir
se fico parado
espero o nada
e
o nada é o vazio...
o vácuo do caminho
e
minto dizendo estar satisfeito?
(o movimento é que define com que emoção vou me lembrar de mim)
mistura de sentimentos
se corro esqueço de quem sou
esqueço o caminho para onde deveria seguir
se fico parado
espero o nada
e
o nada é o vazio...
o vácuo do caminho
e
minto dizendo estar satisfeito?
(o movimento é que define com que emoção vou me lembrar de mim)
Pensamentos e Muitos Movimentos (facebook) -- SENTIDO!
SENTIDO!
De
uma distância de no máximo cinqüenta metros avisto da janela um menino lendo um
livro e penso no que estaria lendo um menino de uns doze anos hoje será que lia
algo que pudesse sangrar? algo que contivesse segredos e histórias em rimas?
será que ainda há alguém que queira ler aquilo que nos defina que nos definhe
que nos ensine um pouco mais do que são as palavras sentidas?
365 dias com poesia, 21 de setembro de 2013 -- Recife
Recife
só
sei o que errei
gostaria
de ter tido tempo de poder tentar mais
jogar-me
mais
arremessar-me
em arrecifes
e
ver o sorriso dos tubarões
só
sei aquilo que adquiri
rindo
mostrando
os dentes para o perigo de aprender
só
sei que quero mais da vida
quero
tinta para pintar minhas desilusões
quero
madeira para esculpi-las
quero
arame e juta para feri-las e guardá-las
(e
elas serão mostradas sendo o que são,
parte
do que sou)
sexta-feira, 20 de setembro de 2013
365 dias com poesia, 20 de setembro de 2013 -- verde esperanço
verde esperanço
(Acredito
Piamente
que quase todos entendem
Mas
alguns muitos fingem não entender...)
Não
existem fórmulas mágicas que desejamos por imaturidade alguns gostam do vinho
outros do vinagre uns se satisfazem com pouco outros reclamam de tudo uns
torcem pro Flamengo sem motivo aparente outros coitados sabem do Vasco uns
espirram grandeza desconhecendo os grandes outros se acham pequenos apesar do
tamanho poucos querem tudo ao mesmo tempo agora e muitos querem uma coisa de
cada vez sem se ater que o tempo é findo minto muito findo rindo escrevo choro
de imagens que colorem algumas palavras no rio sinto sentem um desprezo pelo
processo deve ser por causa da praia que já vai mostrando a alma aqui em
niterói não obstante me parece menos corrido dá tempo de dar comida aos micos
do poste que substituiu a árvore e precisa de um poema acredito para pintá-lo
de verde esperanço
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
365 dias com poesia, 19 de setembro de 2013 -- TRAÇOeiro
TRAÇOeiro
A
Aldemir Martins
Produto
do cansaço da opressão
Cangaceiro
do
desenho
cores
cortes
flores
fortes
TRAÇOeiro
useiro
e vezeiro em nos mostrar
como
é doce morrer no mar
ensinou
nossas retinas
com
suas linhas
rítmicas
infinitas
brasileiro
do nordeste sul leste oeste
faroeste
colosso
entre
os pares
litografou
seu nome em nossos quereres
(podres
caboclos frementes)
quarta-feira, 18 de setembro de 2013
Pensamentos e Muitos Movimentos (facebook) -- um sim bom
um sim bom
a
arte
acalma
a alma
põe
as pupilas para dançar
a
dança da salva de palmas
que
escutamos por desejo
encerra
beijos
inventados
em azul
possibilidade
de
ensaio
em Marte
satisfação
em parte
porque
tudo é mentira
mas
é bonito
assobio
de
rio de filho de um sim (só seu e) bom
Pensamentos e Muitos Movimentos (facebook) -- John Coltrane
John Coltrane
Hoje
à noite
É
silêncio
Há
música
Mas
é um disfarce
Enquanto
Coltrane soa
Sinto
sozinho o mundo fechar-se
A
janela com um vento noroeste
Cede
frio sinto um crime acontecendo na esquina
Sede
de carinho
Fico
escutando-me:
Enquanto
John sopra solidão
Ouço
solidão
Pensamentos e Muitos Movimentos (facebook) -- Flor de claridade...
Flor
de claridade ímpar
Oferecida
a poucos
Que
tiveram a sorte de estar
No
lugar certo na hora mesma
Possibilidade
de sorriso solto
Sem
compreensão, própria
Sem
julgamentos, impróprios
Corrida
de criança em parque com pais gargalhando recordações...
(poesia-flor)
365 dias com poesia, 18 de setembro de 2013 -- Garfield 2
Garfield 2
Nunca
nada necessito
Nuca
não nuvem não
Nome
Nativo números
Nada
nenhuma nádega
Não
natural
Nadador
n’água navio
Natureza
Necessário
nebulizar nariz
Nino
negócio negativo
Neófito
negociador névoa
Nódoa
nula
Nhoque
Nirvana
(Lasanha)
terça-feira, 17 de setembro de 2013
365 dias com poesia, 17 de setembro de 2013 -- terracota
terracota
A
Aldo Bonadei
Fibra
febre
Óptica
Cota
de terra marrom
Corte
abstrata
Corte
longitudinal
Tecido
linha verde
Côco
em figura sugerida de coqueiro
Manchas
de facas de portas de
Janelas
d’alma
Distrações
distantes
Figura
de ilha tropical diante de olhos
Abstratos
Abismados
pela cor da sóbria emoção
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
365 dias com poesia, 16 de setembro de 2013 -- (estranho)
(estranho)
Não
posso provar o que não sou
Sou
de carne
De
arte
Do
estupor
Da
graça do susto
Sou
letras
Palavras
metafísicas
Matas
atlânticas
Verdes
Mapas
Dos
desejos
Mais
estranhos ou mais
Simples
e rimados
Sou
um pintor (será?) e sinto por todos
Mascaro
o infinito de azul
Minto
muito e ritmado...
Mas
também
Falo
a verdade rindo muito...
Essencialmente
humano
Muito
estranho?
domingo, 15 de setembro de 2013
365 dias com poesia, 15 de setembro de 2013 -- Somos sonhos
Somos sonhos
A
Paulinho da Viola
O
mar é o tempo
Forte
metáfora
Ouço
Paulinho e a viola ponteia o tempo
Em
que levo para conseguir navegar em suas melodias
Simples
como a vida?
Será?
Quem
entende por que estamos adiando
O
encontro com nossos sonhos que somos nós?
Quem
deseja adiar-se até acabar-se?
sábado, 14 de setembro de 2013
Pensamentos e Muitos Movimentos (facebook) -- CRAZY
CRAZY
A
Seal
Only child knows
...e
por que só a criança sabe?
Porque
ela ainda não desistiu
Na
verdade
Ainda
nem começou
Está
atenta a tudo a todos
Aos
gostos aos cheiros
Das
cores gosta do jeito
E
acredita que possa brincar
De
tentar
Não
se importa com as risadas
A
ela direcionadas
Pelos
que acham graça
Porque
não participam de nada
Pelos
que estão acostumados a ficar parados
Olhando
a parada o futebol na tv o casal se beijando
Olhando
o mar olhando o nada
Olhando...
Apenas
olhando a vida passar...
Pensamentos e Muitos Movimentos (facebook) -- MMA
MMA
...e a dor de viver
é a dor
de um blues
ansiedade
que jaz
no instante em que descobrimos
o que viemos fazer
nesse enredo*
mascarados risonhos
piratas tristonhos
todos fingindo se importar
com os sentimentos que estou a narrar
(como se não soubesse da necessidade humana de
derrubar na primeira desconfiança)
* num enredo sem escola de samba, sambo, dançando do jeito que inventei para me entender gostando-me
Assinar:
Postagens (Atom)