A qualquer preço quero entrar na língua, presentear as possibilidades de dizer com este extravio em direção do que agora recebeu o nome de você, do que se chama enigma -- este pátio, este limiar, estofados, estas portas de Paris para onde você foi proscrita, e gostaria que o poema se tornasse romance atraindo para si os gestos da cozinha, as frases de telefone, o uso do vento, a insignificância daquilo que nos separa da morte; a qualquer preço redoar à língua, tornada túmulo, tudo aquilo que nos dá que chamamos seu exterior, e rebater sobre ela esta vida com a pulsação de que fosse capaz, em um barroco obscuro monumento a seu erro, criticsado por outros; fugindo pelo pensamento* em sua floresta de palavras arrancadas da noite (bistre, quilate, ponctura) e relapso com o léxico, o emudecimento e as frases familiares, como uma prova em suma de velocidade sobre obstáculos através da mata, cuja destinação mortífera e negligente arqueja até o branco pé de página, no reverso, o banco de repouso, ufa! E de igual maneira atravessar ao lê-la uma biblioteca num salve-se quem puder trazendo livros em meu livro, re-suscitando, e destruindo sem descanso para salvá-las do desastre as páginas admiráveis impossivelmente condensadas no poema
* fugindo por exemplo fugindo
do grave no centro do mais sério
mesmo no modo como você mostra
um exemplo ensudercido na conversa
e rápido como um deus que erra um rapto
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