domingo, 26 de fevereiro de 2012

Vitorino Nemésio, poeta português

A Concha

A minha casa é concha. Como os bichos,
Segreguei-a de mim com paciência:
Fachada de marés, a sonho e lixos;
O horto e os muros -- só areia e ausência. (...)
A minha casa... Mas é outra história:
Sou eu ao vento e à chuva, aqui descalço,
Sentado numa pedra de memória.

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