Poesia, música e pensamentos, muitos pensamentos ao vento, pensamentos em movimento...
terça-feira, 15 de novembro de 2011
Explicações, algumas, do poema AUTOPSICOGRAFIA
"São muitas as interpretações para esses versos. Na maioria, considerando que fingir é qualidade de uma dor que deveras sente, é aquilo que se atinge quando o fingimento é completo -- assim o tem Manuel Gusmão. Ou sugerindo que não se trata de simular, mas de sublimar, que o leitor não sabe nada acerca do sentimento do poeta -- segundo August Willemsen. Ou indicando o reconhecimento da dor como base imprescindível da criação poética, incorporando esse fingimento ao seu próprio estilo -- palavras de Gaspar Simões. Sendo um "fingidor", o poeta não finge, em verdade, a dor que não sentiu, mas, sim, a dor de que teve experiência direta. A dor real ficou na carne, não chegou à poesia. A dor que a poesia exprime é exatamente a que os leitores não têm.". (Trecho retirado do livro Fernando Pessoa, uma quase autobiografia, de José Paulo Cavalcanti Filho.).
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