"...Este odor da tarde, quando começa o cansaço dos homens.
Quando os pássaros têm uma voz mais longa, já de despedida.
Declina o sol -- esta é a notícia que a terra sente, na floresta e no arroio.
Uma nova brisa percorre a murta e resvala na relva.
E os faisões gravemente passeiam as marchetadas plumas.
Docemente perdem as flores sua esperança, o perfume, a memória.
Todos os dias assim, neste caminho de auroras e crepúsculos.
E então o odor da terra é uma exalação de saudade,
um suspiro de consolos, também, e o orvalho que as plantas formam,
com seus íntimos sumos, de silenciosa confidência,
parece igual à lágrima,
e cada folha, nas árvores, é um outro rosto humano...".
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