sábado, 31 de julho de 2010

UM JAPONÊS

Tinha um japonês no meu trabalho que me sacaneava direto. Explico: o sem-vergonha sabendo do meu entusiasmo por poesia às sextas-feiras tirava uma comigo recitando poemas de poetas famosos, como que querendo dizer:"olha só otário esses aqui é que são bons..."

Aquilo não me irritava, ao contrário, achava engraçado o jeito que ele escolheu de competir comigo. Bom, lá pela terceira sexta resolvi conversar com a figura sobre como fazia poesia e ele duvidando me disse:"...então faça um poema em homenagem ao meu avô!"

E no minuto que ele demorou para falar sobre Gonçalves Dias o poema ficou pronto, ele gostou e o assunto foi encerrado!

Abraços, Marco.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

DOMINGO

DOMINGO

Como um sino...
Um menino...
Exalo
Frescor
Me sinto indo em sua direção...
satisfação
Os cabelos
Os calores
Ardem...

Espalhem para mim uma oração...

Abraços, Marco.

SÁBADO

ACHO

Me acho no sábado
Amo o desabafo
Em qualquer dia da semana me sinto inteiro me sinto lama em suas mãos de artesã
mas no sábado...
Sou como lã sou como fã soul soa bem a febre terçã ecoa no sábado uma sã saudade uma tênue paragem em que desabo por seus cachos em que me acho em seus afagos em que me faço de domingo para seus mimos


Abraços, Marco.

SEXTA-FEIRA

VERMELHAS

Uma cesta com algumas maçãs
É um carinho?
Um delicado mimo entre amantes?
Que se perdem em acepipes pagãos
Um cesta de maçãs
É uma declaração?
São maçãs
Ou são
Vermelhas aptidões de pecado são?

Abraços, Marco.

QUINTA-FEIRA

QUINTA

...de uma quinta
é do que preciso para minha vida
...espaço...
Preciso de espaço
Para criar
livre de amarras
livre de cigarras
quero me deixar levar
pelo som da natureza
sem cantos sem rincons
água pulando com o peixe
pena lambendo o ar
com o gavião que está a caçar
o pássaro que se acha não vigiado...

as plantas também necessitam de espaço

Abraços, Marco.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

FRAÇÃO

Em que medida de tempo podemos medir o alcance do medo? Em que medida de tempo se mede o alcance da razão na lágrima?

FRAÇÃO

Palavras
Pedradas
Lançadas
Pelo frio exercício da indignação
Talento não se discute
Não se anula uma sensação
Apenas por não entendê-la

Uma piscada são várias imagens numa fração

Abraços, Marco.

QUARTA-FEIRA

SUFOCO

A quarta parte de um todo não é uma parte do meu desgosto?
Um agosto não tem uma quarta-feira setembrina?
Na esquina dos seus engodos não há uma rima com retina?
Essa já é a quarta linha do sufoco que é descrever o que sinto
Não passar da quinta mais do que promessa é uma necessidade


Abraços, Marco.

ERUDIÇÃO X CULTURA 2

...o erudito encerra o assunto citando, é aquele jogador que sozinho se marca, não consegue estabelecer o mínimo de contato, pois quando o raciocínio do "oponente" faz com que seus dogmas se fragilizem imediatamente faz uma citação, como que para estabelecer o nível da conversa em patamares que, entende, não serão alcançados...

O erudito se fecha e com isso deixa de aprender, pode ter certeza geralmente o erudito não canta, não toca, não se comunica... é ruim de ouvido, já ouviu aquele papo quem não gosta de samba é ruim da cabeça ou doente do pé? É por aí...


Abraços, Marco.

terça-feira, 27 de julho de 2010

ALGUNS DE NÓS

Num dia em que tudo estava num marasmo...

ALGUNS DE NÓS

Em alguns anos
Contarei uma história cheia de pequenas histórias alguns poucos acreditarão
Alguns outros se iluminarão com as tochas da alegria da tentativa conseguida
Ilusão bonita de se ver imagine de se viver
Em alguns anos alguns gostarão de me ouvir novamente me iludir e em me iludindo conseguir continuar fingindo não saber que tudo que nos toca é verdade

Pelo menos para nós outros

Abraços, Marco.

TERÇA-FEIRA

DESESPEROS

Na terça-feira rezo
um terço
da população sente fome
e eu aqui tentando rimar
tentando me esquecer do que sei
para não me contaminar
por números
estatísticas não exalam
o cheiro de vida que quero para
meus versos são uma combinação
de sons e silêncios
meus versos são uma combinação
de carências e desejos
a realidade contamina-os de desesperos


Abraços, Marco.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

SEGUNDA-FEIRA

De repente, me veio a ideia de fazer um poema para cada dia da semana...

ETERNA

Segunda-feira ensolarada ouço me liga dos Paralamas e me chama do Lobão nada muda em mim continua ardendo a indignação de ver que tudo continua do jeito que sempre foi nada difere estando ensolarada ou não uma manhã é uma manhã nossas desculpas tristezas e alegrias sempre dependerão de um olhar para o amanhã sempre dependerão...
De um amanhã que será pior ou melhor... sem muitos motivos o destino nos empurra para vários abismos sentimos necessidade de acreditar em algo maior para nos afagar para nos aumentar...

essa segunda-feira será eterna

Abraços, Marco.

domingo, 25 de julho de 2010

MÁRIO QUINTANA 2

Respondendo ao mestre, em contraponto, fiz OS NÓS:

Gostaria de fazer um poema sem mim

Sem eu

Sem nós

Mas

Admito

Não sei não consigo me livrar das coisas que para mim são importantes

Eu devo repetir

Não consigo me livrar

Dos nós

Nós são

Parte da amarração

Da vida

São os nós que me fazem

Ter que escrever para me sentir livre


Abraços, Marco.

MÁRIO QUINTANA


O LAÇO E O ABRAÇO
Mário Quintana

Meu Deus! Como é engraçado!

Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço... uma fita dando voltas.
Enrosca-se, mas não se embola, vira, revira, circula e pronto: está dado o
laço. É assim que é o abraço: coração com coração, tudo isso cercado de
braço. É assim que é o laço: um abraço no presente, no cabelo, no vestido,
em qualquer coisa onde o faço.

E quando puxo uma ponta, o que é que acontece? Vai escorregando...
devagarzinho, desmancha, desfaz o abraço.

Solta o presente, o cabelo, fica solto no vestido.

E, na fita, que curioso, não faltou nem um pedaço.

Ah! Então, é assim o amor, a amizade.

Tudo que é sentimento. Como um pedaço de fita.
Enrosca, segura um pouquinho, mas pode se desfazer a qualquer hora,
deixando livre as duas bandas do laço. Por isso é que se diz: laço
afetivo, laço de amizade.

E quando alguém briga, então se diz: romperam-se os laços.
E saem as duas partes, igual meus pedaços de fita, sem perder nenhum
pedaço.
Então o amor e a amizade são isso...

Não prendem, não escravizam, não apertam, não sufocam.

Porque quando vira nó, já deixou de ser um laço!

ENTRE RITOS E SORRISOS

Outro poema feito para ser tema dos RASCUNHOS:

RITOS E SORRISOS

Vivo
entre ritos e sorrisos
não necessariamente nessa ordem aliás que ordem deve ser seguida
para quem antes
Faz casca e só depois relata a ferida passada futura maneira de viver
vendo gengiva
Falsa estão rindo de mim ou para mim?

Abraços, Marco.

TEMAS

Os RASCUNHOS POÉTICOS, oficina poética que tenho na livraria Daconde no Leblon, sempre têm um tema, abaixo transcrevo-os.

Temas:
janeiro -- Declamador de Sonhos;
fevereiro -- Intensaidade;
março -- Pensamentos em Movimento;
abril -- E=mc2 (Explosão é igual a emoção vezes paixão ao quadrado);
maio -- No Tempo do Vento;
junho -- Meu Vagabundo Olhar;
julho -- Entre ritos e sorrisos;
agosto -- Invasora Arte;
setembro -- Quem Sonhos?;
outubro -- Solitários e
dezembro -- Por que os sinos dobram?

Como para cada tema faço um poema e o único tema ainda não escolhido era o do mês de novembro, segue o poema, chamado DO CUSPE AO CUME:

Do cuspe ao cume
nada na vida se presume
Tudo é sentido tudo é esgotado no esgoto somos homens ou somos ratos? alguns ainda fazem xixi na cama temendo morrer alguns ainda fazem os deveres de casa precisando de professor para viver do cuspe sou água necessitando de um copo para me conter ao cume irei quando evaporar de prazer

Abraços, Marco.

365 DIAS COM POESIA (julho)

Julho ainda não acabou, mas já vou destacar dois poemas que trazem a gaiatice que também trago em mim. São eles ALGUNS e CAMALEÃO.

ALGUNS

Alguns voam
Alguns louvam

Alguns bebem
Alguns enlouquecem

Alguns isso
Alguns aquilo

Alguns correm
Alguns entopem

Alguns esquecem
Alguns escrevem


CAMALEÃO

Num lugar de lagartas
lagarto
Num monte de formigas
formigo
Num ninho de cobras
cobro
Numa casa de rosas
roço

Abraços, Marco.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

SOBRENOME

Sobrenome é um poema meio cáustico, punk, dos que gosto muito de fazer, sem a ingenuidade do menino-pintor de palavras, cuspe pela janela do carro, com o perigo de voltar na cara do escarrador...


SOBRENOME

Todos dormem e eu continuo fingindo insistindo como todos em manter meus olhos fechados todos dormem e é como se eu me encontrasse em estado letárgico parado com medo de abrir os olhos com medo das imagens que me identificassem anestesiado pelas dificuldades de ver algo que não seja só aquilo que eu queira ver sigo fingindo estar dormindo...
Mas a fome de vida é uma característica poderia dizer ser quase meu sobrenome essa fome me obriga a abrir os olhos e ter coragem de sair de casa para enfrentar todos os moinhos todos os destinos que a vida queira me presentear a fome de vida é que me ensina a me alimentar

Abraços, Marco.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

POR QUE OS SINOS DOBRAM?

Os sinos dobram
sempre dobrarão
alguém tem que avisar o tamanho da emoção
que é fazer arte
com todos os sentidos
com todas as partes envolvidas
num poema existe
o avião e a ferida
as tintas e os pincéis
o poeta
é o pintor das palavras
que são novamente inventadas no papel
o tamanho da encrenca
é como os sinos dobram
se a arte é verdadeira
haverá um significado
um silêncio magoado
no som agudo
demonstrando o grito por socorro

absurdo

(Esse poema foi feito para tentar explicar a diferença entre brincar de fazer e fazer sério mas como se estivesse brincando...).
Abraços, Marco.

terça-feira, 20 de julho de 2010

CÍLIOS

Não me perguntem por que fiz esse poema, os poemas, como as crianças, são feitos para serem amados e não entendidos, então...

CÍLIOS

...precisava desse tempo
Em que parei de escrever
...precisava saber...
Se...
Ainda era importante continuar
Se as palavras ainda escorriam da virilha como gotas lambem chicoteiam seus cílios sem par
Precisava precisar
A ausência às vezes é quase um carinho ninho necessário para guardar a menina-rima que está a chorar esperando o alimento tantos foram os momentos que estive pensando em gravar numa canção a saliva gasta nessa emoção danada que me mantém atento e de olhos abertos prontos para lacrimejar a bendita sina versada

Abraços, Marco.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

PUNK POEMA

MUNDO CÃO

Não me pergunte já não sei mais por que escrevo no início era zelo pelo que pensava necessitava deixar tudo registrado mesmo cansado nunca parei como parar de se investigar? Hoje já é um hábito a rotina todo dia me ensina a continuar não posso não devo parar parar para quê? Se continuo conversando comigo por essas linhas me arrepio me rio me desconfio e fio as tramas da minha história não há cansaço não há mormaço que me faça deixar de escrevinhar e escrevo quase em apnéia essa a idéia de não respirar não gosto de dicionários não gosto de rabiscado punk poemas na medida certa da minha inquietação que é grande como dizem os músicos que não sabem o tamanho da encrenca não entendem que minha sina é muito maior do que uma simples canção cantá-la é possível mas impreciso não preciso de orelhas nesse mundo cão

domingo, 18 de julho de 2010

RESUMO

Até agora foram 43 poemas (dois de Saigyõ e o resto meu), um pedaço de um romance e algumas fotos!

A coisa andou mais rápido do que eu imaginara! Também pudera, escrever um blog é bastante animado...

O vídeo-clipe da música DESAFIOS está no youtube, é só colocar Marco Plácido na busca e vê-lo.


Boa noite! Marco.

DIFICULDADE

A dificuldade do texto poético é fazer algo que em poucas palavras cause impacto! Como bem disse um poeta famoso (que eu esqueci o nome), um poema grande são sucessões de pequenos poemas, ou melhor, de momentos poéticos permeados por prosa.

A grande sacada é produzir um poema pequeno (encher linguiça é mais fácil...) e que provoque grande sacudidela.

Nesse sentido, acho que o MOLE foi um dos poemas que me deram mais trabalho, pois são poucas palavras e que deveriam ter cada uma contraposta a próxima um efeito certeiro.

Acho que consegui! Ladies and gentlemen, MOLE:

Ela jazz
Eu roque
Ela faz
Eu fóssil
Ela ice
Eu choque
Ela mais
Eu mole

Abraços, Marco.

TATOS

Há três dias postei um texto cujo título foi VESTIBULAR. Agora cheguei à seguinte conclusão, ou melhor, ao poema chamado TATOS;

...era como se fosse de pedra
e o conhecimento
de água
as palavras
batiam
escorriam em mim
lia e não entendia
entendia mas não percebia
como um adolescente em época de vestibular
me sentia
totalmente despreparado
para interpretar
os textos
os tatos
da vida

Abraços, Marco.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

VESTIBULAR

Antes de começar a escrever poesia, parecia que tudo que lia não ficava... como se eu fosse de pedra e o conhecimento de água, as palavras batiam e escorriam em mim...

É o que acho que acontece com a garotada na época de vestibular, tão destreinada, quanto nós pais, em interpretar os fatos da vida, imagine textos para ela sem qualquer significado?

Os adolescentes pelo menos têm a justificativa de que estão começando a vida...

E nós?! Conseguimos interpretar algo?

Como conseguirão sobreviver a essa fase, em que, sem saber muito bem quem são, devem saber entender e explicar textos que não lhes dizem respeito?

Nós conseguimos? A que preço?

Abraços, Marco.

MAIS SAIGYÕ

Ainda impregnado pelo gênio do monge-poeta Saigyõ fiz UIVO:

Bato sempre na mesma tecla
mas aviso: não sou pianista
afirmo o que digo já a algum tempo
vou ser incompreendido
aliás
todos somos incompreendidos
filho de banqueiro não pode ser cineasta
Por quê?
escritores são formados em literatura
quem disse?
quase todos os grandes poetas chilenos não tinham nenhum diploma
de literatura
aliás
nenhum diploma
como diz Saigyõ
poeta japonês
eu apenas faço uma combinação
entre sílabas e minha emoção
ao ver a Lua e
a natureza
proíbe algo natural?
Somos sempre diferentes
os eleitos por quem podem dizer o quê de quem?
Não posso ser poeta
por que sou funcionário público?
não posso ser cantor
por que você não sabe cantar?
O que tenho eu com isso?
Somos animais racionais
apenas porque comemos ração
quando fingimos desconhecer nossa emoção
em realizar algo que nos diferencie dos outros
animais que matam por amor que matam por fome que matam...

o lobo uiva por tristeza
pela paixão que a lua exerce em sua natureza
de animal irracional
que não sente alegria com a desgraça alheia que não tripudia com alguém menos favorecido que não pode escrever em desabafo

Abraços, Marco.

SAIGYÕ

Saigyõ, poeta japonês, cujo livro ganhei de aniversário (já falei sobre isso no post PRESENTES), me ajudou a fazer esse poema chamado SOFRIDOS:

Não me peça para explicá-los
meus versos são
uma combinação
de sons e silêncios

sofridos


Abraços, Marco.

terça-feira, 13 de julho de 2010

URSOS POLARES X REALIDADE

Entupido de vida real, piorando consideravelmente pela forte gripe, me sinto totalmente inútil, não consigo escrever nada que preste... estou muito puto com essa situação!

Só me restou me apegar a esse poema: URSOS POLARES

Contas para pagar pneu traseiro furado a dor de dente a nota do professor essas coisas mundanas me impedem de escrever preciso de elevação espiritual pensar nos bosques nas matas nos pássaros e nos ursos polares...batidas de polícia assassinatos goleiros indo para o lado errado tudo isso traz a realidade entope a cabeça com essas bobagens da vida real e me impedem de voar para criar... porra!

Foi o que consegui, abraços Marco.

domingo, 11 de julho de 2010

ZEN

ZEN é a nova música que fiz com o Tom, começaremos a ensaiá-la só no dia 19.07, pois o ensaio de amanhã é o último antes do show que será um novo marco para mim.

Por que digo isso? Porque nesse show deverão ir pessoas ligadas ao meio musical -- a cena musical, como dizem, e que se gostarem irão dar maior repercussão à minha carreira.

Um ano depois de ter começado a cantar posso dizer que se não tivesse muita confiança no que faço já teria desistido, tantas são as dificuldades: confiar no repertório, conseguir músicos, como os que consegui, amigos e talentosos, ter paciência para ensaiar e coragem para cantar sem ligar onde e para quantos. Além disso, o mais difícil, é lidar com a dificuldade que as pessoas têm de, querendo a mesma coisa, não ter coragem de tentar...

Com vocês, ZEN

Tudo vem tudo vai
Tudo zen tudo em paz
Meu amor
Meu amor X2

Não esqueça seus pais...
Não venda ideais...
Veja o barco no cais...
Olhe as ondas no mar...


Tudo vem tudo vai
Tudo zen tudo em paz
Meu amor
Meu amor X2

O sucesso é além-mar
você tem que nadar
Não quero me acalmar
Quero mais que seus lás
Quero mais que seus lás

Quero mais amizade
Suspirar
ter saudade

A maturidade me trouxe até aqui.

Abraços, Marco.

sábado, 10 de julho de 2010

O MONGE E O CANTOR

Histórica legal aconteceu quando depois de falar de poesia por quase um ano seguido nos ouvidos do meu amigo Luiz Antônio, chefe no trabalho, num dia no início de abril de 2009, soltei a seguinte pérola: "Luizão, você vai ser meu empresário!"
Ele, escaldado por tanta chatice poética, exclama:"Como assim?! Não sabia que poeta tinha empresário?!" E eu, quase matando-o de susto, disse:"Poeta é o c... vou ser cantor!"

Ele, apesar de ter me levado para comprar o karaokê, nunca desconfiara que aquele era só o primeiro passo...

Só ele, meu grande amigo, aguentaria, como aguentou (sem duplo sentido, por favor) um cara como eu falando incessantemente sobre poesia e, depois, música, do dia 05.05.2008 (data do FREDERICO) até hoje, 10.07.2010. Verdadeira paciência de monge tibetano!

Abraços, Marco.

ÓPERA 2

Algumas letras/poemas da ópera HOMEM DE FERRO serão mostradas no projeto "365 dias com poesia". Sendo assim, escolhi esse para mostrar aqui (mais para frente posto outros).

DO IT (poema da 3a parte Jovens do 3o Ato Conselhos)

Façam
Façam
E
Façam
Não se prendam em papo
De gente
que estuda
para não fazer
que critica filme
sem ver
gente
que não gosta
do que não escutou
gente
que não vê
ou finge não ver
que o futuro
(que ainda não acabou)
são vocês...

Abraços, Marco.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

ÓPERA

O caso da Ópera foi muito simples. Havia começado a estudar teclado com um maestro, cuja sala era do lado do estúdio em que eu estava gravando meu primeiro CD, e o maestro Oliveira tinha o sonho de fazer uma ópera.

Fiquei sabendo disso lá pela quinta aula e o Tuninho, dono do estúdio, avisou ao maestro: "Não fala isso para o Marco, não! É bem capaz dele chegar com o libreto da ópera amanhã!" Não foi o que aconteceu, mas duas semanas depois mostrei ao maestro o que tinha preparado.

Nome da ópera: HOMEM DE FERRO

Dividida em três atos, divididos em três partes:

1o Ato: HOMENS
1a parte: Homem das cavernas (músicas com ritmos tribais);
2a parte: Homem medieval (músicas com rocks pesados, punk...)
3a parte: Homem do Mundo Moderno (world music)


2o Ato: DESEJOS
1a parte: Criança
2a parte: Jovem
3a parte: Adulto


3o Ato: CONSELHOS
1a parte: Humanidade
2a parte: Família
3a parte: Jovens

As letras para a ópera já estão prontas, nos próximos posts mostrarei algumas.

Abraços, Marco.

ROMANCE (história metafísica)

Nesse período de "torpor poético", dois anos de p... dentro, direto, escrevi, 20 originais de poesia com uns 60 poemas cada, dois romances e uma ópera (no próximo post falo disso). De vez em quando transcreverei uma ou outra parte deles aqui.

Abaixo segue uma história de um capítulo em que o herói do livro conta uma cagada homérica:

"Na família Praça algumas histórias são verdadeiros clássicos. A começar pela mania de, em toda festa, rolar papo de cagadas. Daquelas brabas, que ruborizavam, principalmente, as novas namoradas dos participantes.

E adivinhem quem era o Rei dessas histórias? Lógico que vocês sabem! Conforme já adiantei, o Miguel adorava falar dos barros que soltou na casa da primeira namorada Pris; da cagada que deu na casa do padrinho; do fax que passou indo de ônibus para São Paulo. Então vamos a elas.

A família de Pris, muito chique, iria receber uma visita vinda de Londres. A afilhada da coroa era toda resolvida, entendendo que o Brasil não tinha jeito. Dizia ela: "o que nos estragou foi nossa colonização! Degregados, putas, índios e negros, só podia acabar nisso!".

Miguel ouviu indignado. Poucas coisas o irritavam, seu temperamento era oposto ao de Frederico, calmo e calado, não gostava de confusão. Porém, quando perdia a razão, razão existia para isso! A declaração da "inglesa" o tirou sério. Como alguém que abriu mão de viver no Brasil poderia detonar o país! Será que discordar dos nossos rumos foi o que a levara daqui? Aquilo ficou por segundos na sua mente.

Na segunda respiração da visita ilustre, ele não deixou por menos e perguntou:" Quantos anos você tem?" Ela, um pouco assustada, respondeu:" Vinte e três!" E ele, de bate-pronto:" Deixa ver se eu entendi! Você em uns dez anos de vivência, da adolescência até agora, descobriu todos os males do país e inclusive descobriu os motivos, tendo escolhido morar em outro país?!

"Desculpe, continuou, mas assim fica muito fácil! Se todos fôssemos como você, realmente, não teríamos problemas no Brasil, porque país sem população não existiria! Bela posição! Qual avestruz, resolve nossos problemas, negando-os, por ausência!"

A partir daí, dava para sentir o cheiro de merda no ar. Merda metafísica, é verdade! Mas, como ninguém é de ferro, já que o clima no ar era de m... resolveu ir ao banheiro expandir seus conceitos sociológicos.".

Abraços, Marco.

PRIMEIRO SHOW

Dando continuidade ao post chamado MOTIVOS 2, A MISSÃO, em que disse que contaria como foi meu primeiro show...

Aconteceu no dia 03.07.2009, um dia antes da data do meu aniversário, com 44 anos estava começando uma nova carreira -- pelo menos para mim essa era uma verdade absoluta, apesar da maioria das pessoas que ouviam minha afirmação se segurarem para não cair na gargalhada (ainda vou descobrir o porquê disso?!...).

Tendo ensaiado com o Tom durante um mês e meio, já me sentia pronto (?!) para enfrentar as feras e explico: um show para poucas pessoas, principalmente sendo para parentes e amigos, é o show mais difícil de ser feito, por um motivo simples, todos têm intimidade para, se não gostar, dizer a verdade na cara do coitado do cantor neófito...

Apesar de ter enchido o bucho no churrasco, de não parar de falar e de uma chuvinha fina, antes do início (tudo que fiz de importante teve chuva junto), tudo correu bem e finalmente estreei -- Tom nega, mas acho que ele achou que eu não iria cantar...

Abraços, Marco.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

PERGUNTAS SEM RESPOSTAS

Esse poema, pela forma que tomou, durante sua execução, assegurou ao meu editor que ele poderia confiar no conteúdo dos meus livros (pelo menos foi isso que ele me confidenciou) quando me disse ser muito difícil terminar, mantendo a pujança, um poema que é interrogativo.

Com vocês, PERGUNTAS SEM RESPOSTAS

Como amanhecer sem você?
Como entardecer sem saber qual meu lugar?
Como anoitecer sem prazer?

Como amanhecer sem prazer?
Como entardecer sem sentir o sabor de seu beijo?
Como anoitecer sabendo não mais te ter?

Como amanhecer sabendo não mais te ter?
Como entardecer sem saber para onde olhar?
Como anoitecer sem o calor do teu corpo?

Como amanhecer sem o calor do teu corpo?
Como entardecer sem te encontrar na multidão?
Como anoitecer sem paixão?

Como amanhecer sem paixão?
Como entardecer achando nunca mais te ver?
Como anoitecer vendo cada vez mais de perto o amanhecer?

Como amanhecer sem anoitecer?
Como entardecer sem amanhecer?
Como anoitecer sem entardecer?

Abraços, Marco.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

ECLIPSE, O FILME

Depois de ver o filme Eclipse, horroroso, não aguentei e fiz o poema que se chama PEGUEM OS POMBOS!

Não é impaciência...
Não aguento mais
ter que explicar
Por que não faz sentido...
Todos em direita volver
E não querem ser reprimidos?
Por que gostariam de escolher?
Escolher
O quê?
Vampiros ou lobisomens
Não aguento ver mulheres torcendo como meninas
Para um mocinho que só existe em filme de bangue-bangue de quinta
Esquisitice
que não deveria me incomodar
mas incomoda
(não sou monge
Nem Buda)
É tanto filme bunda
Não quero ir ao cinema comer pipoca...

me imagino mais velho catando milho para os pombos...

Abraços, Marco.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

CHRIS BROWN

Num post anterior falei que comecei a querer fazer música por causa de Vento Bravo, do Edu Lobo, e de Killer Joe, mas sabe que músicas me levaram a querer cantar?

Não sei se devia falar isso, mas de verdade foram... With You, do Chris Brown, e Hamburg Song, do Keane... é, foram essas...

Não vivo sem música, já tive fase de jazz, MPB, Rock do anos 70, 80... para vocês terem uma ideia vou relacionar os CDs que ouvi na semana passada: Detonautas, Acústico; Brasil Sempre, Edu Lobo; Pérola Negra, Luiz Melodia; e o novo do Pearl Jam... tudo junto e misturado!


Abraços, Marco.

RAPIDEZ

Engraçado, acho muito engraçado, quando algum amigo me diz que eu escrevo rápido. Numa ou outra ocasião já tive a oportunidade de fazer um poema em três minutos, talvez, e ouvi que escrevia rápido...

Numa dessas vezes, depois da terceira vez, sei lá, respondi:"Como assim?! Comecei a escrever sobre os quarenta e dois em que vivi... não entendi?!".

E para mim é isso, aquele poema feito em três minutos demorou quarenta e dois anos e três minutos para ser produzido...

Abraços, Marco.

ENSAIOS

Hoje tenho ensaio... digo isso meio desanimado porque é meio desanimado que fico toda segunda-feira e explico...

Não gosto de ensaio nem de rodinha de violão (descobri isso outro dia numa festa em que estavam vários amigos e me pediram para cantar e eu me senti sem ânimo). Se sei o porquê disso? Sinceramente, ainda não parei para pensar, mas imagino que não goste de fazer música brincando de fazer.

Sei, racionalmente, que o ensaio é extremamaente importante para conseguir fazer um show mais fechado, mais emocionante...sim, sei disso, mas é que o ensaio... não tem público!

E sem público prefiro escrever... é só isso!

Abraços, Marco.

AMANHECER OU ÁGORA

NEM TE CONTO

Nem te conto...
Minto?
Mito!
Sabe o que o saci me disse?
Crendice?
E a mula...
Loucura?
que nada
tudo na vida existe
basta que você acredite
E Deus?
E o amor?
E eu?
Eu
escrevo
canto
aprendi com meus filhos
ouvindo o amanhecer...

Poema que fiz em homenagem ao Colégio Ágora, ex-Amanhecer, lugar onde meus filhos estudaram e o pequeno ainda estuda.

Abraços, Marco.

E.M.I.C.I.D.A

Rapper paulista, um dos poucos caras novos desses programas indies, entre o Brasil e o resto do mundo, que gostei muito... manda ver E.M.I.C.I.D.A (vejam no youtube):

9mm

Não quero ficar a 9mm dos meus sonhos verso que um sujeito chamado EMICIDA rapper paulista fez numa música o cara é o Drummond das favelas é foda neguinho rima bonito fala do que tem que falar apesar de novo já sabe que é nóis o bagulho é doido num tem jeito tudo aqui é feito contra o vento


Abraços, Marco.

domingo, 4 de julho de 2010

PRESENTES

Hoje, ganhei alguns livros de presente de aniversário. Um deles, do poeta japonês Saigyõ, chamado Poemas da Cabana Montanhesa, cujos poemas, sem título, transcrevo;

Por que eu, que rompi
Tão completamente com este mundo.
Acho ainda no meu corpo
A pulsação dum coração
Outrora de matizes florais tingida?



Observando-as atentamente
As flores tornaram-se
Parte íntima de mim --
Assim, ao se separarem da rama,
Sou eu quem cai... profundamente em tristeza.

Abraços, Marco.

PROFISSIONAL

No post anterior citei várias vezes o termo profissional, foi proposital (dá-lhe rimador!). Penso que desde o início da minha carreira de poeta já tinha a pegada profissional, que era escrever todo dia sobre tudo que me emocionara durante anos e estava guardado dentro de mim. Não foi à toa os títulos (misturados) dos meus livros: OCULTO (2o) DENTRO DE MIM (1o) meu PRÓPRIO AMOR (3o). Bandeira total!

Quando comecei a cantar a pegada profissional veio junto, só que aqui, como não toco nenhum instrumento (ainda bem , senão seria um Ed Motta), tive que provar aos músicos que estava efetivamente começando uma carreira. Era necessária essa comprovação? Sim! Pois objetivava alcançar o que já foi conseguido, em um ano tenho um trabalho solo com um jeitão de banda. E isso faz diferença? Faz uma grande diferença, na medida em que os músicos fazem parte do processo criativo, o que nos shows dá uma liga, difícil de ser alcançada num esquema cantor-dono/músicos-contratados. O que aumenta a sinergia entre cantor-platéia.

Aí, comecei a pensar o seguinte; todo mundo que tira onda de extremamente profissional, se não estiver realmente de cabeça no projeto está só sendo hipócrita. Na realidade, profissional gabaritado é aquele que consegue entregar um pouco mais de esforço do que seria necessário.

Abraços, Marco.

DESILUSÃO

Poema que usei na introdução do meu show de 27.04.2010, marco inicial da minha profissionalização. Digo isso porque via algumas pessoas conhecidas achando que estava brincando de fazer música, então fazer esse show, do modo que fiz, foi uma comprovação de que poderia ser profissional do ramo. Da primeira à última palavra tudo foi pensado por mim e tudo deu certo. Vinte e uma músicas, 17 de minha autoria, me deram a certeza e ao público que eu já sou um cantor profissional!

DESILUSÃO

Irmão
descobri
com você
que iria morrer
E
foi essa desilusão
que começou a me preparar para o que viria
outras descobertas
foram bem-vindas
Depois de sua partida
As coisas me afetavam mais e quanto mais era afetado mais me
assustava com os rumos que a vida estava tomando
Disso tudo me recordo pouco
Tenho só uma leve sensação
Intuição
(é o jeito que nos revelamos
com a revelação)
Passado o susto
Só me restava o futuro que viria
(E veio de qualquer modo)
E
segui como roda de carroça
Desengonçado e sério pelas responsabilidades advindas com a missão
que era seguir...

...até que chegamos ao dia
cinco de maio de dois mil e oito
Data da criação do poema Frederico, em sua homenagem...

...Bom o resto
já é bastante conhecido...

Abraços, Marco.

PAGÃO

PAGÃO é o poema que fiz para comemorar meu aniversário!

45...
Cara! Se não me imaginava fazendo trinta...
Anos e anos foram necessários para que tivesse algum recheio e
começasse a me interessar em vender pastéis pensa que é fácil sair por aí
riscando a areia da praia? acha que alguém quer correr para ler o que digo?
E olha que escrevo todo dia já há quase três anos longos anos que começaram
quarenta e dois anos atrás e agora na sua frente estou aqui sem pedir licença
exorcizando a indiferença reinante nesse mundo...pagão


Abraços, Marco.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

ELIMINAÇÃO

A eliminação do Brasil na Copa do Mundo da África aconteceu... por vários motivos, mas acho que o principal foi a falta de preparo da comissão técnica.

Dunga pensou que apenas copiar o que dera certo em 1994 seria suficiente. E não foi.

O principal erro foi não ter plano B, depender só de Kaká e Robinho para a criatividade da seleção foi muito pouco. Deveriam ter sido chamados Neymar e Ganso, para a mudança do padrão tático e técnico da equipe. Ambos, do alto do seu descompromisso certamente assumiriam o desafio de jogar e não ficar olhando os holandeses... Como bem diz Bernardinho, o medo de ganhar leva à derrota. No nosso caso, ficou evidente o comodismo do um a zero inicial!

E por que Dunga não correu o risco de levar a dupla de moleques? Para não criar melindres no grupo! Com certeza, esse foi seu maior erro. Um líder não deve temer trabalhar com todos os talentos disponíveis, se mostrará mais competente na medida em que souber administrar os óbvios conflitos daí surgidos, mas sempre terá a oportunidade de traduzir as pequenas crises em jogadas criativas.
Depender de um jogador voltando de contusão, Kaká , e de Robinho, que no santos passou a coadjuvante de luxo, foi assumir o maior risco. Vários jornalistas avisaram, principalmente o Calasãns, juntos com pelo menos metade da população, mas a instabilidade emocional do treinador não o deixou enxergar o óbvio e o seu auxiliar, Jorginho, amigo, confundiu amizade com subserviência.

Por isso, defendo a contratação do técnico do Santos, Dorival Júnior, que já demonstrou não querer aparecer mais do que os jogadores. Os técnicos, Luxemburgo à frente, como bem dizem alguns jornalistas, aprenderam a não querer jogadores-líderes que dividissem holofotes com eles e dessa valorização, contraproducente para os times que dirigem (?), passaram a receber salários supervalorizados. Exceção, hoje no Brasil, são: Muricy, Silas e Dorival Jr.

Agora que já dei o meu pitaco, volto para a música e poesia. Abraços, Marco.

CAMPEÃO

Se o Brasil tivesse sido campeão da Copa o poema no "365 dias..." seria esse:

CAMPEÃO

O Brasil ganhou a Copa
e eu aqui
sou campeão de quê?
me diga
me informe
minha situação vai mudar?
não tenho emprego
sou adepto do bolsa família
mal sei falar
escrever então...
meus filhos comem mal
se vestem mal
estudam em escolas sem condição
e eu estou rindo
da felicidade alheia
de jogadores
que já se esqueceram dessa mesma situação
ou talvez só se lembrem por fotos
somos campeões
de anafalbetismo
miséria
e corrupção

Parabéns, Brasil! Salve a seleção!

Abraços, Marco.

ARTE

Só na arte podemos antecipar o amanhã. Então, lá vai o poema do dia 09.07.2010 (esse poema seria o de amanhã, mas o Brasil perdeu e...), chamado UNHAS:

Seus olhos completam seu sorriso e entornam em minha boca a sensação tola de me pertencer quando seus cabelos (sacrifícios) não exalam o cheiro que espero em que me espalho entalho na madeira um palavrão não tocá-los (seus contornos) é uma agressão à minha vida que segue pequenina com o sotaque de antão repito seus contornos são...(amolam minha imaginação) são... uma provocação e as unhas? profunda demonstração de luxúria...tudo que arde cura? (tudo que é arte cura?)...


Abraços, Marco.

HINO (Nova música com Tom, sem ele saber...)

Hino é o primeiro poema meu que vai virar letra na presença de vocês, caros leitores, o Tom vai saber lendo aqui. Agora é com você amigo, faça uma melodia daquelas...Vai que é tua, Taffarel!!

HINO

...essa indiferença?
É um hino
É um mito
ou
é só na minha presença?
Essa indiferença
aumenta
quando estou presente
quando estou passado
Vai para o futuro
só com você, sabia?!

Ninguém aguenta quem não sabe viver

Abraços, Marco.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

COPA DO MUNDO

Em homenagem à Copa do Mundo -- antes que o Brasil seja eliminado,brincadeirinha!, postarei alguns poemas em que o tema é o futebol. Vamos a eles.

CHUTEIRAS

Chuteiras
são as verdadeiras
responsáveis
pelas besteiras
que vemos...
fora de campo...
(Aos Imperadores do Amor)


ARGENTINO

os estrangeiros têm
um modo diferente de pensar
um amigo argentino
me disse
que iria torcer nessa Copa pela Holanda
Por querer dar alegria à sua namorada?!

Torço o nariz para isso
ou
torço pelo argentino?

Abraços, Marco.

PILATES

Faço Pilates há cinco anos e ainda não escrevi nada sobre esse método fantástico. Primeiro, não há como não gostar de uma atividade física em que se sua pouco e explico: pilates não é atividade aeróbica, sendo uma "musculação" com alongamento ao mesmo tempo (desculpem meus caros Hélson e Marcus, tenho que explicar para o leigo.). Você fica meio tijolinho, o forte sem estar muito musculoso e ainda solta a pélvis... Hum! Gostou, né tiozão?!

Além disso, falo como praticante, a capacidade de concentração e conhecimento do próprio corpo são fatores determinantes para o auto-conhecimento. Plim, plim! Chega de propaganda!

Abraços, Marco.

PISCINA

Adoro piscina, mas só para curtir... poucas vezes fiz aulas de natação e sempre odiei! Entretanto, para melhorar minha capacidade aeróbica e cantar melhor, fui fazer natação e acho que aquele tempo entre solidão, água e azulejos não foi de todo perdido...

NADA

Não sei nada...
só sei
quando escrevo
cresço
pareço
um astronauta
um filósofo
um cientista
um pirata
quando escrevo
é quando consigo pensar
o ritmo das palavras
me seduz
me embala
Como as braçadas na piscina
me ajudaram a pensar esse poema
Sempre haverá um tema
esperando por um poeta
como uma maçã espera cair
e dar uma ideia a alguém
Como a namorada espera
o beijo de reconciliação
Como o garoto pobre na esquina
espera o pão
sempre
Por alguém
alguém sempre espera por alguém...

Abraços, Marco.

IDADE

No casamento do meu brother Ivan, encontrei Thiago, amigo poeta e músico, companheiro de Pós no IBET, e, falando sobre como estavam as coisas, ele me disse, respondendo sobre minha "desvantagem" de iniciar uma carreira (poeta) mais velho:"Marco, na verdade você tem a vantagem de saber o que quer... um cara mais novo tem tantas possibilidades que pode deixar de aproveitá-las...". Grande tirada!

É, sempre achei que essa molecada já nasce pronta!

A idade traz, penso, duas grandes vantagens: saber o que queremos, quem teve capacidade de se reconhecer, e adiar brigar por problemas sem importância. Além das conhecidas desvantagens: dores, gordurinhas, dívidas, etc.

Abraços, Marco.

VENTO BRAVO e KILLER JOE

Duas músicas me levaram a pensar seriamente em ter carreira musical. Killer Joe, pelo poema de introdução, foi a primeira que me levou a pensar que podia fazer algo misturando poesia e música. Fantástica levada, puta balanço e a execução dos caras é dez!

A do Edu me fez querer cantar! Vento Bravo, junto com Triste do Tom, foram e são as duas músicas brasileiras que me fizeram e fazem querer compor ... Dois artistas com a maiúsculo que apesar do estudo souberam preservar a tão necessária ingenuidade na criação artística. A intuição do menino-artista deve ser apenas realçada pela capacidade intelectiva do mesmo. A cultura sendo o tempero!

Lobo, com seu jazz-frevo-valsa, e Jobim, com o seu clássico samba-jazz. Essa é a magia do negócio, fazer sério dando o máximo, mas sem esquecer dos cheiros da infância.

Se existe, a receita é essa! Amadurecermos sem perdermos o olhar de criança querendo
brincar...

Abraços, Marco.