FREDERICO,
O MOTIVO
À
memória de Carlos Frederico Cruz Plácido, Café, Fedô, Fred, Fê ou Tetê
Um
dia pensei:
“Quando
tiver cinquenta poemas publico um livro...”
Em
um mês tinha vinte e um e depois cem
Depois
mil depois...
Parei
de contar
Porque
a rotina não me permitia
Ou
contava o que havia feito ou continuava fazendo
Dito
e feito
Agora
perto do lançamento do nono livro de poemas
Concretas
homenagens à vida
Minha
e dos meus diletos entes queridos e amigos
Penso
que só o desespero duma vida vazia poderia ter me dado a oportunidade de
começar
Quando
ouvia com quarenta e tantos muitos pensando aos cinquenta e tantos o que fariam
na aposentadoria
Foi
me dando uma angústia danada e com medo de ficar parecido com aquel’outros
Decidi
fazer algo inusitado
Sentei
o rabo e escrevi:
FREDERICO
Depois que você partiu
Difícil foi prosseguir
Mas continuar é preciso
Como é preciso amar
Como é preciso ensinar uma criança a
andar, falar, comer...
Como é preciso aprender a caminhar
Sem rumo e sem vontade.
Só.
Depois que você partiu
Difícil foi prosseguir
Nada se mostrava
Interessante era
Pensar em você aqui
Junto aos seus
Que sempre te quiseram --
Querem, por perto
Apesar de quase sempre
Negar a palavra
Do afeto
Esquecida.
Lágrimas vertidas
Enxugadas em sangue e suor.
Sem você tudo mudou
Todos estamos
Condenados a esperar
o enlace final
que a seu tempo chegará
Então aprenderemos
Juntos
A amar, caminhar, navegar....
Com prumo e com coragem
Rumo a você.
(1º Poema, escrito no dia 06/05/2008,
e que depois virou música...)