domingo, 31 de julho de 2016

366 dias com poesia, 31 de julho de 2016 -- Eu

O futuro é agora e já chegou
(Como se eu conseguisse me livrar do presente de estar vivo...)
Ontem já passou
E fiquei ansioso e paralisado de emoção

Não adianta
Tenho que me livrar dos nãos todos os dias
Acreditar e ditar palavra a palavra uma nova invenção
Que me manterá aceso e querendo descobrir algo novo
Que teimamos em chamar de futuro
Quando deveríamos chamá-lo pelo primeiro nome


Eu 

sexta-feira, 29 de julho de 2016

366 dias com poesia, 29 de julho de 2016 -- remédio

remédio

Quantos entendem que eu não sou mais eu
Sou quem quero ser
E quando dou o primeiro passo para ser
Já estou exercendo esse novo ser
Sendo
Comendo chorando arrotando pressentimentos
E desse novo sentido de vida
Não cabe espaço para opiniões de quem nem sabe quem é
Desculpem a verdade é cruel mas deve ser engolida como remédio

quinta-feira, 28 de julho de 2016

366 dias com poesia, 28 de julho de 2016 -- MAÇÃ DA SORTE

MAÇÃ DA SORTE

Não sou rápido para escrever! Não!
É que cada verdade anda pendurada como fruto na árvore
Que carregamos sem saber

E o poeta
Acredita no que vê
Acredita na árvore e nas verdades e apenas
Junta em palavras
Aquilo que já estava escrito no fruto da árvore carregada por cada indivíduo

quarta-feira, 27 de julho de 2016

366 dias com poesia, 27 de julho de 2016 --

Meu corpo cansado que cria raízes
Exige um
Deus

Minha mente cansada da realidade
Precisa de asas
Precisa de um
Eu


CRIADORES 

terça-feira, 26 de julho de 2016

366 dias com poesia, 26 de julho de 2016 -- OM TARE TUTTARE TURE OM

OM TARE TUTTARE TURE OM

O maluco do budismo
Não fica fazendo hum, direto, à toa não
Ele fica fazendo hum direto para se lembrar que ele está ali
Ele ainda está ali
Nele
Existe um mundo que sempre está sempre estará sendo perturbado pelos barulhos da vida real
Esses barulhos externos que não nos pertencem
É que devem ser evitados
No mundo ocidental esses barulhos
Têm nome
Calúnia inveja difamação
Se nos concentrássemos em nós mesmos
E viajássemos mais para dentro de nós
Seríamos mais completos
E mais musicais
Entendendo o porquê viemos parar nesse corpo que dói por exaustão 

segunda-feira, 25 de julho de 2016

366 dias com poesia, 25 de julho de 2016 -- CRIADOR

CRIADOR

“QUE A VIDA SEJA LEVE PORQUE É BREVE”
Fácil de falar difícil de fazer
Vida breve é lógico que é mas fazê-la leve é quase impossível
Principalmente para aqueles que são eternos insatisfeitos
Os artistas
Se fossem satisfeitos não teriam a angústia da criação
Criamos por insatisfação
Por entendermos que o mundo real não basta
Por entendermos que ele nos afasta de quem somos ou de quem queremos ser
E somos seres tendentes ao eterno
Por isso endeusamos nossos momentos com algo concreto que prova que podemos viver no mundo da lua mas não somos loucos
(ou pelo menos não somos totalmente loucos)
A obra de arte é algo concreto
Num mundo de ilusão e
No mundo da ilusão não há nada leve porque também não há nada pesado
Tudo é possível e
Esse é o momento lindo e crítico da criação
Obra de lágrimas e pensamentos (des) harmoniosos que transbordam do criador

domingo, 24 de julho de 2016

366 dias com poesia, 24 de julho de 2016 -- purpurinas

purpurinas

ontem...
foi ontem mesmo que não me reconheci no espelho
ainda não sei bem por quê
talvez nem queira saber

ontem
ontem acreditei que hoje tudo seria diferente
mas não foi...
(se sou o mesmo como algo iria mudar?)

o carnaval está comendo solto
passistas sambam nas avenidas da vida
pierrots e colombinas combinam novas mensagens de amor
e eu aqui sofrendo em letras sem saber cantar algum samba que me ajude a sofrer menos

hoje
hoje está me dando um trabalho danado me livrar de mim e arriscar dançar num balanço estranho e sem ritmo
sambista das ilusões perdidas é o que deveria ser

(ao menos para tentar esquecer essas letras que grudam em mim como purpurinas)

sábado, 23 de julho de 2016

366 dias com poesia, 23 de julho de 2016 -- ABsurdos

ABsurdos

Complicado tentar explicar algo que está em nós...

Enquanto vemos NARCOS achando um absurdo a maldade do traficante Escobar não nos perguntamos por que tantos se drogam no mundo e no país que mais combate as drogas...
Enquanto sabemos das explosões em Paris achando um absurdo a maldade humana de terroristas mulçumanos em Minas alguns sofrem de sede e fome mas porque é aqui no país...
Enquanto choramos lágrimas pelas crianças da África achando um absurdo a maldade A maldade de quem mesmo?  esquecemos de olhar para o lado cercados que estamos por morros e às vezes destratamos a pessoa que cozinha nossa própria comida e desconhecemos o nome do porteiro que nos protege...


...e seguimos indignados com a indiferença do ser humano ao próximo..?

sexta-feira, 22 de julho de 2016

366 dias com poesia, 22 de julho de 2016 -- FREDERICO, O MOTIVO

FREDERICO, O MOTIVO

À memória de Carlos Frederico Cruz Plácido, Café, Fedô, Fred, Fê ou Tetê

Um dia pensei:
“Quando tiver cinquenta poemas publico um livro...”
Em um mês tinha vinte e um e depois cem
Depois mil depois...
Parei de contar
Porque a rotina não me permitia
Ou contava o que havia feito ou continuava fazendo
Dito e feito
Agora perto do lançamento do nono livro de poemas
Concretas homenagens à vida
Minha e dos meus diletos entes queridos e amigos
Penso que só o desespero duma vida vazia poderia ter me dado a oportunidade de começar
Quando ouvia com quarenta e tantos muitos pensando aos cinquenta e tantos o que fariam na aposentadoria
Foi me dando uma angústia danada e com medo de ficar parecido com aquel’outros
Decidi fazer algo inusitado
Sentei o rabo e escrevi:
FREDERICO

Depois que você partiu
Difícil foi prosseguir
Mas continuar é preciso
Como é preciso amar
Como é preciso ensinar uma criança a andar, falar, comer...
Como é preciso aprender a caminhar
Sem rumo e sem vontade.
Só.
Depois que você partiu
Difícil foi prosseguir
Nada se mostrava
Interessante era
Pensar em você aqui
Junto aos seus
Que sempre te quiseram --
Querem, por perto
Apesar de quase sempre
Negar a palavra
Do afeto
Esquecida.
Lágrimas vertidas
Enxugadas em sangue e suor.
Sem você tudo mudou
Todos estamos
Condenados a esperar
o enlace final
que a seu tempo chegará
Então aprenderemos
Juntos
A amar, caminhar, navegar....
Com prumo e com coragem
Rumo a você.


(1º Poema, escrito no dia 06/05/2008, e que depois virou música...)

quinta-feira, 21 de julho de 2016

366 dias com poesia, 21 de julho de 2016 -- réu

réu

a arte
não é o relato do momento presente
é justamente
o contrário
a arte é o relato do momento ausente
que precisei reinventar para me curar
das mentiras que teimavam em me contar

quarta-feira, 20 de julho de 2016

366 dias com poesia, 20 de julho de 2016 -- formão

formão

A Goeldi

A escuridão duma emoção
Arranhada
Xilogravada
Suprimindo espaços
Sorrindo do pouco que da vida nos resta
Algumas cores conexas
Incertas no caminho incerto
De navegantes que somos desse mar de ilusão
Peixes
Caveiras casarinho pouca amplidão
Formam o caráter de nossa alma debastada em formão

terça-feira, 19 de julho de 2016

366 dias com poesia, 19 de julho de 2016 -- Doutor Parcos

Doutor Parcos

A Thiago Plácido, aos 11 anos

Um menino de bigode
Intuiu um quarto
O quarto dos sonhos em Friburgo e
De lá, quarto cheio de brinquedos,
Vê a lua e sorri
Vê o sol e sorri
Me vê e me sacaneia adora me chamar de
Doutor Parcos
E vê meus defeitos com amor
Por isso te amo
Você menino lindo
Acaba sendo sempre meu professor

(Fala Parkito!)

segunda-feira, 18 de julho de 2016

366 dias com poesia, 18 de julho de 2016 -- metrificação

metrificação

Não há mais espaço para aquele poema bonito e singelo
Não há mais espaço para o suspiro poético que inebria
Não há mais espaço para o amor
A dor é vista pelos executivos (que serão executados) quase como uma preguiça de ser feliz
Como se fôssemos obrigados a rir de tudo para todos como se só os que tivessem dentes pudessem mostrar quem são
Tanta mentira e tanta hipocrisia escondidas atrás dos remédios para dormir
Alguns para acordar e para continuar necessitam também de drogas
Se não como ficar de olhos abertos para uma vida sem progresso mas feliz
Sempre muito feliz muitas fotos fofas muito brilho fosco nos olhos que os flashes não escondem


Não há mais espaço para um suspiro poético porque não queremos mais saber de nada que seja de graça pois num mundo babaca só tem valor o que tem preço 

domingo, 17 de julho de 2016

366 dias com poesia, 17 de julho de 2016 -- Oceamo

Oceamo

Hoje estou triste
As lágrimas em mim insistem
Em me avisar que preciso urgentemente parar de acreditar
Palavras são apenas palavras
Não mudam nada
Não adianta dizer amar e matar
Dizer querer e esquecer
Não adianta nada olhar o mar e não nadar
Estou triste e as palavras insistem em me deixar


Navegando dentro de mim por engano tenho um oceano...

sábado, 16 de julho de 2016

366 dias com poesia, 16 de julho de 2016 -- Por que essa merda?

Por que essa merda?

Quando perguntam:
Como esse cara inventou isso? É arte!
Por que essa merda? É arte!

Quando afirmam:
Isso eu também faço! É arte!
Onde já se viu tirar foto da porta do elevador! É arte!

(Quando não entendem que o quadro vermelho do tamanho de uma parede é vermelho do tamanho de uma parede porque o artista quis pintar o quadro vermelho do tamanho de uma parede porque talvez sua saudade de alguém seja do tamanho de uma parede pintada de vermelho para tentar esconder o medo de nunca mais sentir a saudade do tamanho dessa parede pintada de vermelho...É ARTE!)


Arte, caceta, é tudo o que provoque algo nessa cabecinha cheia de possibilidades, mas que fica preocupada com o resultado do jogo de futebol de sábado! (CARALHO!)

sexta-feira, 15 de julho de 2016

366 dias com poesia, 15 de julho de 2016 -- Animal

Animal


reencontrei um cara de alma gozada sorri muito mas se irrita fácil com a hipocrisia que adoramos como perfume francês freguês de restaurantes populares porque têm seu prato, fundo, preferido ri de quase tudo mas não gosta de graça talvez porque nunca tenha conseguido  algo de graça tem que lutar para conquistar e acostumado que está à dificuldade aprendeu a inventar novos desafios sempre será um pária porque não faz social e detesta o tempo que se perde com o animal que não está dentro de nós   

quinta-feira, 14 de julho de 2016

366 dias com poesia, 14 de julho de 2016 -- FANTASIA

FANTASIA

...Mas o mundo real não me deixa nem plantar uma rima
É mais fácil pisarem no jardim do que plantarem uma flor...
QUERIA EXPLODIR SENDO FLOR
QUERIA EXPLODIR SENDO DOR
Quase como se pudesse retirar a dor do mundo
Mas não consigo e quando não consigo perco a força da poesia
Porque a força da poesia é acreditar em quase tudo que nos dizem que não existe

quarta-feira, 13 de julho de 2016

366 dias com poesia, 13 de julho de 2016 -- bastardo

bastardo

Aos roqueiros de todas as idades, no dia mundial do Rock ‘n Roll

como dançar um samba
se mal consigo conter meu coração em disparada?
sinto tudo tudo sinto muito
sinto e sento
meditabundo
intranquilo por pensamentos em movimento
rimo canto pinto
cismo com uma palavra
cismo e tisno o branco da página
leio releio e não satisfeito
amasso a ex-árvore com raiva


penso muito para não desperdiçar minha natureza bastarda

terça-feira, 12 de julho de 2016

366 dias com poesia, 12 de julho de 2016 -- naturezas

naturezas
Somos esses olhos que procuram...
Procuram o que mesmo?

(Olhos chorosos de saudade
Quase sempre de nós mesmos mais jovens...
Esquecemos de nos nutrir para virarmos árvore
E seguimos envelhecidos querendo sombra
Quando deveríamos dar sombra e frutos
E aí o mundo seria menos desconhecido do alto das copas
Cabelos que os ventos acariciariam como um cafuné

Entre naturezas)

segunda-feira, 11 de julho de 2016

366 dias com poesia, 11 de julho de 2016 -- história de Alice

história de Alice

Apesar de Alice
Ter crescido e diminuído
Em todas as várias tentativas
Não conseguiu se comunicar
Com os animais e objetos falantes que viviam num país de fantasia
Parece que essa é a moral da história

E parece que a genialidade do escritor foi inventar uma história fingindo ser  criança para que todos os adultos pudessem fingir que não estavam entendendo e tudo continuasse do mesmo jeito

domingo, 10 de julho de 2016

366 dias com poesia, 10 de julho de 2016 -- FRIACA DA PORRA

FRIACA DA PORRA

Num dia de inverno em Niterói...

Será que eu existo?
Olho no espelho e vejo um borrão...
São meus olhos de fado atrapalhando minha ilusão?

O que é real
Todas essas mentiras?

O que é irreal
Toda a minha obra?

Agora sei que nada sei...
Agora é que é foda
Como continuar?
Por quê?

São tantas perguntas
Com tão poucas respostas
Queremos respostas?
(Mais uma pergunta...)

De volta ao espelho
Vejo o reflexo dum dia ensolarado
Mas sinto frio muito frio...


Niterói, em 15 de junho de 2016.

sábado, 9 de julho de 2016

366 dias com poesia, 09 de julho de 2016 -- ANXIOUS LOVE

ANXIOUS LOVE

Por ansiedade ficamos parados esperando não sei o quê...
Por ansiedade ficamos parados esperando não sei o quê
Por ansiedade ficamos parados esperando não sei o
Por ansiedade ficamos parados esperando não sei
Por ansiedade ficamos parados esperando não
Por ansiedade ficamos parados esperando
Por ansiedade ficamos parados
Por ansiedade ficamos
Por ansiedade
Por 

sexta-feira, 8 de julho de 2016

366 dias com poesia, 08 de julho de 2016 -- THE MAN

THE MAN

Há um homem no céu a zelar por nós
Ele brincou de várias personas
E se dedicou a nos avisar que precisamos ser um
Únicos
Nos fez dançar
Nos fez cantar
Nos fez derramar lágrimas
Seu fim nosso fim
Está marcado em minhas retinas
Como a imagem do pôr do sol que teima em me emocionar e
Na areia da praia emocionado nado na água
De coco doce e singela que trago em minhas mãos cansadas de sua imagem  mutante e vã...


À memória de David Bowie

quinta-feira, 7 de julho de 2016

366 dias com poesia, 07 de julho de 2016 -- Carnavais

Carnavais

Enquanto pulam desesperados pela alegria mais simples
Desesperado escrevo pelas palavras mais simples
Somos parecidos quase iguais na desesperança tranquila dos carnavais
Somos os mesmos seres que na frente do bloco rimos e em casa escondidos choramos
Quase pelos mesmos motivos nos fantasiamos
Na carência mais óbvia de que não aguentamos a vida real sem máscaras
Mascarados e santificados pela carência ouvimos sofrência uma mistura perigosa de ritmos que não consigo entender apenas porque não quero entender

Que nosso povo sofrido tem que sofrer em palavras simples como a vida simples que não conseguimos ter 

quarta-feira, 6 de julho de 2016

366 dias com poesia, 06 de julho de 2016 -- Ilusões perdidas

Ilusões perdidas

Isolado
Necessitando sentir o calor humano negado
Transformou a natureza
Sua natureza foi acalmada
Pelas cores vivas de suas ilusões
Suas pedras são corações pulsando saudade
Duma vida na cidade que não foi
A Cèzanne

terça-feira, 5 de julho de 2016

366 dias com poesia, 05 de julho de 2016 -- musical

musical

Cada um carrega a sua cruz
A minha carrego no nome
Some-se a isso
A vontade enorme de realizar independentemente do que vão achar
Some-se ainda a essa pequena coragem
O medo
Que nos coloca defronte dos nossos desejos
Que muitos chamam besteiras
Que chamo destino
Caminho que deve ser trilhado
Que precisa ser trilhado e amado e apertado dentro do peito
Porque um dia findará
Sendo apenas um breve suspiro

De que fiz música

segunda-feira, 4 de julho de 2016

366 dias com poesia, 04 de julho de 2016 -- História de amor

Era uma vez um alguém que nasceu com ameba cresceu acreditando na amizade e nem sabia que a arte ardia
Depois de vinte e tantos anos formou-se empregou-se casou-se e enfilhou
Viveu viveu e depois descobriu que não se lembrava dos últimos dez anos
Tantas batalhas que a emoção se escondeu depois cresceu cresceu e derreteu-se
Em rimas primeiro poema últimas sensações depois nasceu o terceiro milagre
Como um cara doente deu vida a três filhos frutos do amor?
Sua rainha anjo flor
Ajudou-o criou-os abençoou-os e dedicou-se como ninguém amou sofreu sofreu amou
Sofreu e ensinou o amor aos quatro
Ventos foram formando formados criando criados
E todos brigam muito e muito se amam e muito ainda vem por aí
Mas agora é melhor viver do que ficar contando com quantas letras se faz um poema
Com quanto de amor e dor se faz uma história de vida...

Comemorando meus 51 anos


História de amor 

domingo, 3 de julho de 2016

366 dias com poesia, 03 de julho de 2016 -- próximo deus

Um cara genial
Extremamente babaca
Porque o mundo é babaca e as pessoas hipócritas
Um cara viciado
Na resolução de quebra-cabeças destrói as máscaras sociais
Constrói diagnósticos
Como quem constrói um castelo de cartas marcadas
Se ocupa de si e vive para si em si toca um piano arrumado, como diria meu amigo P.
Escolheu morrer para ter tempo com o único amigo
Seu filho-pai-irmão que expôs apesar de tudo sua
Comunhão
Com o próximo deus
Seus eus

A Gregory House


próximo deus

sábado, 2 de julho de 2016

366 dias com poesia, 02 de julho de 2016 -- Loucura pura

Loucura pura

Dum monte de palavras conhecidas
Quero descrever o amor
A dor a cor o sabor do sentimento seja ele qual for
Como?
Verdadeira loucura
Em todos os anúncios de sabonete são usadas as mesmas palavras dos meus poemas
Essa a única loucura pura do poeta
Como falar de amor e rimar amor com dor com cor com sabor
Pretendendo fazer um poema absolutamente único?
Mas posso tentar, então:

Qual a cor daquele sabor de dor?:

AMOR

sexta-feira, 1 de julho de 2016

366 dias com poesia, 01 de julho de 2016 -- girino

girino

...e das dificuldades da vida uma vida nasceu
Novamente o milagre aconteceu
Dum ovo e duma água temperada nasceu
Um ser cheio de choros e dedos
Mãos procurando cheiro de proteção: mãe
Nadava e nadava e agora terá que aprender a correr
E falar
E falando recitará poemas sobre o mar?
Quiça quiça saiba um dia se virar nesse mundo de meu deus
Talvez cresça sabendo se comportar
Talvez quem sabe acabe aprendendo a ajudar e ajudando aprenda a perdoar


(e perdoando se descubra humano...)