Professores: Maraina Almeida, Derek Dantas e Luis Alberto
Formação do leitor: Dominnyck Espiuca
Coordenação de Arte e Cultura: Teti Coube
Autores:
Alicia Quinião
Ana Luísa Teixeira
Arthur Agostinho
Arthur Pereira
Carolina Aniola
Catarina Malta
Chandra Silva
Davi Ferreira
Francisco Alves
Francisco Vergara
Gabriel Carvalho
Helena Hoelz
Henrique Gouvea
João Gabriel Gomes
João Guilherme Jesus
Jão Vitor Bairral
Jonas Bacellar
Julia Severo
Juliana Gaspar
Luis Eduardo Filho
Luiz Gusttavo Magalhães
Maria Carolina Costa
Maria Eduarda Zampiroli
Mariana Ferreras
Mariana Nevôa
Mariana Mingatto
Miguel Thomé
Miguel Ferreira
Murilo Oliveira
Patrick Couto
Pedro Rocco
Rafael Albuquerque
Theo Medeiros
Thiago Plácido
Vicente Alarcão
Vinícius Cardoso
Como nascem os provérbios
Esses provérbios nasceram
Em frases bem resumidas,
Compreendidas por todos
Respeitada, conhecida;
Passada de pai para filho,
Geralmente dando brilho
Aos exemplos da vida.
Existem há vários séculos
Por esse mundo inteiro,
São alguns bem-humorados
Ou de sentido ordeiro;
Tornaram-se consagrados,
Por isso são estudados
Aqui e no estrangeiro.
Filho de peixe, peixinho é
Dizia o Coronel,
Com muita fé.
Coronel, que era militar
Sonhava poder ver a sua filha se formar.
Catirina cresceu,
Seu caminho escolheu.
Formou-se como militar,
Para seu pai agradar.
Sua mãe pedia para ela se cuidar,
Pois é melhor prevenir
Do que remediar.
O cangaceiro era um bom soldado
E o Coronel o queria ao seu lado.
Sem pensar ou questionar,
O cangaceiro resolveu aceitar.
O exército estava pronto para batalhar, e todos enfrentar,
Maria Quitéria os interrompe
E começa a desfilar.
Todos, então, percebem
Que ela é uma perua de matar.
Uma história no Sertão
Era uma vez
Nas terras do sertão.
Andando pelas ruas
Um homem brincalhão.
Ele sabia
E não duvidava,
Que Deus ajudava
Quem cedo acordava.
Não há rosas sem espinhos,
Diz o dito popular.
Catirina o amava,
Sem ele desconfiar.
Ela morava com a mãe
Na capital,
E ele no sertão
Com o temido general.
A mãe de Catirina
Uma perua bem legal,
Não gostava daquele homem
O cabra macho do general.
Agora que já contei
Essa história para vocês,
Peço desculpas, sem demora,
Mas não posso contar outra vez.
A vila do sertão
A muito tempo atrás
Numa vila do sertão,
Morava um rapaz
Que tinha um bom coração.
Sabendo que iria chegar
Um gringo engraçado,
Mateus foi avisar
Correndo, apressado.
Maria Quitéria
Irmão do Coronel,
Ficou contente com a notícia
E contou para todo o quartel.
Se correr o bicho pega
Se ficar o bicho come.
Era fala insistente
De um homem de renome.
Não há dúvidas em dizer quem é este guerreiro
Pois estamos a falar do famoso justiceiro.
Aqui acaba a história
Dessa gente de bom coração,
Que com muita felicidade
Continuam a morar no sertão.
A traição
Foi no sertão
Terra distante e isolada,
Que o Coronel sabichão
Entrou numa cilada.
Convocou o cangaceiro
Para poder lhe ajudar.
Disse que com um provérbio
Ele iria lhe explicar.
Aquela situação,
Não podia continuar.
Quem ri por último ri melhor
Foi o provérbio citado,
O que o Coronel queria
Era ser logo vingado.
O cangaceiro partiu
Para a sua missão cumprir,
Avistou a assassina
E não pôde prosseguir,
Apaixonou-se por ela
Não teve como resistir.
Sabendo que o acordo
Estava sendo desfeito.
O cangaceiro com ela fugiu,
Ficando, assim, satisfeito.
Para lá e para cá
Veio lá do Norte
Buscando a sorte,
Um coronel forte
Com seu cavalo de grande porte.
Lá do Sul,
Vem um gringo deprimido.
Montado em seu jumento azul,
Torna-se destemido.
Vem lá do Leste,
A bela Maria Quitéria.
Com seu lenço azul-celeste
Foi viajar para a Sibéria.
Veio lá do Oeste
Um homem de bom coração,
Um lindo peão do agreste,
Mateus, o campeão.
A união faz a força.
É um dito bem conhecido,
Não importa o que faça
Desde que esteja comprometido.
O roubo do anel
Deus ajuda quem cedo madruga.
Dizia sempre o coronel,
Acordava muito cedo
E já ia para o quartel
Catirina estava lá,
Esperando o coronel,
Para poder denunciar
O roubo do seu anel.
A sua mãe perua
Não gostava do coronel,
Vivia falando pela rua,
Que ele era um homem cruel.
O gringo fez uma pegadinha,
Catirina se enfezou,
Ele deu uma risadinha
E para o coronel ela contou.
O coronel, muito zangado,
Queria com o gringo falar.
Foi procurá-lo, arrasado,
Para com ele brigar.
O sequestro
No interior do sertão,
O gringo mantinha um segredo.
E a senhora Leitão,
Permanecia sozinha e com medo.
O cangaceiro, muito ingrato,
Queria com o mistério acabar,
Vivia sempre chateado
Porque sua esposa queria encontrar.
Numa tarde ensolarada,
O senhor Leitão saiu decidido.
Colocou o pé na estrada
Com o seu coração partido.
Não deixe para amanhã o que se pode fazer hoje,
Era o pensamento que o guiava,
Durante o dia e durante anoite.
No meio da viagem surgiu uma nova pista,
E o cangaceiro empolgado não a queria perder de vista.
Sabendo que o gringo era materialista,
Procurou o local mais exibicionista.
Lá, surpreendentemente, estava a sua querida esposa
Sozinha e assustada,
Dava dó da pobre moça.
O gringo ganhou uma bofetada,
E caiu numa enorme poça.
Lá no sertão
Este cordel começa lá no sertão,
Com uma perua extravagante
E um menino de bom coração.
Maria Quitéria, filha do Senhor Teixeira,
Era bela, metida e interesseira.
Além de rica e exuberante,
Usava anel com diamante.
Tão bela e insatisfeita,
De tudo ela reclamava.
Só ela era perfeita,
Nem o Mateus escapava.
Seu namorado está ciente,
Que ela não +e perfeita.
Talvez um pouco impaciente,
Mesmo assim ele a respeita.
O gringo na cidade chegou,
E a todos foi cumprimentar.
Maria por ele se encantou,
Já pensava com ele se casar.
Esbarrava em tudo,
Falava errado.
Esse gringo além de rico,
Era muito atrapalhado.
Maria percebeu que havia se enganado,
De tanto escolher,
Escolheu o cara errado.
E mateus, coitado,
Teve o coração partido.
Ficou desapontado
Por não ter sido escolhido.
Por sorte dela.
Ele a perdoou.
E com maria Quitéria,
Mateus se casou.
Vou terminar o cordel,
Com um lição.
Quem vê cara, não vê coração.