sexta-feira, 31 de julho de 2015

365 dias com poesia, 31 julho de 2015 - P Á S S A R O

parecequehojeédaquelesdiasqueumatopadavirapoesia
emqueumgrãodepoeiradumaobramalfeitanaesquina
salvaumalágrimaemolhossecosdahipocrisiaquegrassa
queassaquegraçaasaessacoisaderimaremetransformar
de homem cansado em


P  Á  S  S  A  R  O

quinta-feira, 30 de julho de 2015

365 dias com poesia, 30 julho de 2015 -- cavalo púrpura

cavalo púrpura

A Marc Chagall

Chagall sonha sonha
sonha buquês de flores que sustentam o amor
sonha a dor rosa sonha a cor que sustenta a dor fora do quadrado do quadro
(registra o sonho do sonho magnetizado)


Chagall foi é será  poeta que navega o sonho
Cavalo alado púrpura azul imaginado em dedos
densos tensos por
olhos de outrora do gueto sentimento

quarta-feira, 29 de julho de 2015

365 dias com poesia, 29 julho de 2015 -- EQUINÓCIO

EQUINÓCIO


Noite igual, noite igual, noite igual...

Igual, igual, igual, igual igual, igual...

Aos meus sonhos que se foram

Aos seus sonhos que se foram, foram

Iguais a todos que estão aqui

Assustados e escuros
De olhos fechados para o mundo

Pensando saber sonhar
Pensando saber fazer algo...

Querendo nos esconder...?

No sax grito: SEREMOS ÚNICOS!
Quando aprendermos a sofrer
SEREMOS OS ÚNICOS a ver a mesma noite o mesmo dia

EQUINÓCIO de mãos dadas inventando o viver



Versão de EQUINOX, de John Coltrane.

terça-feira, 28 de julho de 2015

365 dias com poesia, 28 julho de 2015 -- Pés de ilusão

Pés de ilusão

Por que não dizer tudo?

Por que se esconder do mundo?

Por que esconder de mim e de você tudo

Tudo o que eu quero dizer é que

a ilusão só existe para os que acreditam em tudo o que querem acreditar


sorrio, pinto e bordo, choro, roço o ócio
sorrio, pinto e bordo, choro, roço o ócio

diversão é ilusão e vida, ilusão é diversão e cura ferida, dá vida

sorri e sinto, pinto e rimo, fixo em mim admiração



Versão de GIANT STEPS, de John Coltrane.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

365 dias com poesia, 27 julho de 2015 -- Folhas

Folhas


As folhas caem
suspiro lágrimas
verdes de maio
desmaiam palavras

As folhas caem
em tardes gris
eu soluçando
saudade-raiz

A solução:
viver de ilusão
rimar
perdão com amor
achar
um cheiro azul
na dor

O outono cai
verdade jaz
e eu esperando algo acontecer


Versão da música Autumn Leaves. 

domingo, 26 de julho de 2015

365 dias com poesia, 26 julho de 2015 -- guepardo

Nunca houve não há não haverá
Registro mais triste
Signo anti-humilde severo senso de altivez
Talvez outro se equivalesse
Talvez
A raiva misturada à saliva gasta
Por horas e horas de sessões intermináveis de ilusão...
Nos seus olhos de guepardo
Algo está errado
Uma sensação de alto risco
Intenso ritmo rico cheiro de perigos
Quando fostes
Um buraco no jazz se abriu
Estás em paz?
A paz existe?
Com sua ausência todos estamos tristes...

A Eric Dolphy



guepardo 

sábado, 25 de julho de 2015

365 dias com poesia, 25 julho de 2015 -- mentol

mentol


se soubéssemos escutar com a emoção e não com os ouvidos
daríamos razão
àqueles que vivem de ilusão

aos que arranham os dedos
cativando pétalas da palavra
segredo
de agir sem pensar
no tamanho da alegria de errar
e do erro
produzir
sentimentos 

sexta-feira, 24 de julho de 2015

365 dias com poesia, 24 julho de 2015 -- Pássaro azul voando

Pássaro azul voando

A Naná Rossi

...e se pudéssemos ser...
E se pudéssemos escolher...

Seríamos um pássaro azul voando no céu?
Seríamos o pássaro?
Seríamos o azul?
Seríamos o voo?
Seríamos o céu?


Ou seríamos o esforço entre o sonho e a realidade?

quinta-feira, 23 de julho de 2015

365 dias com poesia, 23 julho de 2015 -- bossa nova

bossa nova

A Brigitte Bardot

O tempo na face traça rios
Fazendo das bochechas
Terra devastada
Raízes arrancadas de
Olhos de fado
O crime da velhice não é nossa culpa
Sue chore cuspa
Palavras d’amor
Enquanto mentimos
Sobre quase tudo
(Corpo imundo de dor)
Sentimos com você falta de ar ao nos olharmos no espelho
Ouvimos uma
Orquestra de flautas, bossa nova mal cantada
Mas viemos para continuar e continuaremos a te amar mesmo
Com velhos sentimentos

Velhos ressentimentos não são capazes de nos fazê-la esquecer

quarta-feira, 22 de julho de 2015

365 dias com poesia, 22 julho de 2015 -- Azul-blues

Azul-blues

À memória de Carlos Frederico, Fé, Café, Fedo, Tetê, dezoito anos depois...

Cor fria
De sentido quente
Azul-blues
Sempre esteve presente
E sempre estará
Vivemos para nos emocionar
E não devemos abrir mão de quem somos
Gomos da árvore sentimentos
Folhas momentos verdes
Combinam com o nervoso sorriso amarelo de querer amar

Sem saber para onde olhar

terça-feira, 21 de julho de 2015

365 dias com poesia, 21 julho de 2015 -- Vida Rosa

Vida Rosa

Ouvindo La vie en rose com Piaf

Das noites de amor que vivemos
Ficou-me o cheiro de rosas
A vida é rosa
Quando te desejo inteira, aberta em pétalas
Rosa branca da roseira seus espinhos me marcaram me deixaram intenso com sabor de vento na boca rosa roxa branca lilás vermelha da cor da vergonha  que dizíamos sentir mas não sentimos mais
Sente-se e declame um poema d’amor
Prenda-me em seus braços e
Sussurre uma declaração cante uma canção
Que rime olhos de fado com mormaço
Faça uma oração que me instigue a ser melhor
Fale com a face pinte-me ocre
Inspire-me

Expire para mim o amor com cheiro de rosas da vida que levas em ti

segunda-feira, 20 de julho de 2015

365 dias com poesia, 20 julho de 2015 -- Lugares-incomuns: abacaxi

Lugares-incomuns: abacaxi

Não se intimidar com o abacaxi (adversário)
Respeitar o abacaxi (adversário)
Abacaxi do peito (amigo)
Viver como se não houvesse abacaxi (amanhã)

Abacaxi de foro íntimo (assunto)

domingo, 19 de julho de 2015

365 dias com poesia, 19 julho de 2015 -- poeta-pai

poeta-pai


A Thiago Plácido, aos 10 anos


aqueles cílios distraídos

olhando um jogo de vídeo game

quando me olham são o mundo real

transformam gesto em sentimento

transformam sentimento em palavras

águas de rios se juntando e num oceano transbordando em

letras

que são força vital

certeza

de que um poeta-pai necessita para não desistir

sábado, 18 de julho de 2015

365 dias com poesia, 18 julho de 2015 -- Hortelã

Hortelã

A Kandinsky

“Experimentar a si mesmo”
Experimentar-se a si mesmo
Dar fundamento às coisas simples da vida
Coisas simples da vida?
O que são?
Tudo é tudo são
Tudo tem gosto de experimentação?
Mentes minta pintas a pinta?
Sempre sentindo sempre existindo...
Sem experiências a vida não tem

Sabor (e dor e cor e calor e flor e...)

sexta-feira, 17 de julho de 2015

quinta-feira, 16 de julho de 2015

365 dias com poesia, 16 julho de 2015 -- exercício

exercício

(arte)
“exercício experimental da liberdade”
Exercício do temperamento de ser criticado pela ânsia por liberdade
(Osso duro de roer
Ensinar o lobo mau a construir ao invés de soprar
Sexo na areia da praia imaginária, dois sendo um, uns sendo o mundo lúdico desenho do voo no escuro do pássaro
Renascido em olhos parecidos com sonhos de (im)possibilidade!)

Rima com arte intransferível gozo do prazer de saber-se preenchido de ilusão na construção do próprio mito clínico cínico

quarta-feira, 15 de julho de 2015

365 dias com poesia, 15 julho de 2015 -- mundo invisível

mundo invisível

A Wladimir Kandinsky

O homem é aquele que sonha
Que deseja o mar para navegar seus pensamentos de conquista
Que deseja o céu para conquistar planetas que de longe cintilam

Que deseja as estrelas para brilhar com elas na escuridão da vida comum Imagens da realidade que queria enxergar com os sentidos para sentir o incrível o incrível do mundo invisível

terça-feira, 14 de julho de 2015

365 dias com poesia, 14 julho de 2015 -- Creio II

Creio II

Escrevo errado mas escrevo

Canto errado mas canto

Pinto errado mas pinto

Falo errado mas falo
Talvez por isso não seja escutado
Os educados adoram forma ao conteúdo
Pensam saber de tudo
Quando desconhecem a possibilidade de perceber na ingenuidade da ignorância a

Criatividade

segunda-feira, 13 de julho de 2015

365 dias com poesia, 13 julho de 2015 -- menino lobo

menino lobo

Um menino sozinho não consegue perguntar qual é a cor do mar como são os soluços dos surdos chorando uma saudade...
Um menino sozinho não sabe a cor dos verdes duma floresta que já não mais existe e triste não tem a quem perguntar...
Um menino sozinho pode conhecer o mundo pelos olhos infantis sem se machucar?
Um menino é um mundo de imaginação ilusão que o aquece quando o dia anoitece... saberá entender a paixão do lobo pela lua?

Um menino tem que aprender a narrar poucas e boas histórias sem temer o barulho da floresta inventada e do sorriso tênue que desenhou na pedra fazer o mundo valer a pena

domingo, 12 de julho de 2015

365 dias com poesia, 12 julho de 2015 -- A bola e o cão

A bola e o cão

Bonito
O cachorro latindo brincando de bola com o menino
Seguindo

A vida separa os dois
O cão morre antes
O menino...

Todos perdemos quem somos?
Pelo crescimento?

Olhamos o mundo de forma diferente depois das primeiras ausências
Mas
Seguimos sentindo falta das simples brincadeiras
Da bola e do cão?
Seguimos...
Seguimos...

Às vezes apenas seguimos sem emoção...

(e nem uma rima é solução...)

sábado, 11 de julho de 2015

Nicanor Parra -- Traduzível: XXXVII RIDÍCULO VERDAD?

Todas as cartas de amor são
Ridículas

Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas

As cartas de amor, se há amor
Têm de ser
Ridículas


Aunque no vengo preparrado -- 1997.

Nicanor Parra -- Traduzível: XXXIII POLOS OPUESTOS

Yo quería escribir como se habla
En cambio él (Luis Oyarzún) se sentía muy bien
Hablando
Como quien está leyendo un ensayo de Heidegger

Voz impostada decimos ahora
Pero era el espíritu de la época

50 años de lucha fratricida


Aunuqe no vengo preparrado --- 1997.

Nicanor Parra -- Traduzível: X NO QUISIERA DEJAR PASAR EL TREN

Sin recordar un artefacto
Que sigue siendo muy ilustrativo
Por obsoleto que pueda parecer a primera vista:

Todas son dictaduras amigo lindo:
Sólo nos está permitido elegir
Entre la de ellos & la de nosotros


Aunque no vengo preparrado -- 1997.

Nicanor Parra -- Traduzível: PASÓ LO QUE ME TEMÍA

Los oradores que me han precedido en el uso de la palabra
Han dicho todo
Prácticamente todo lo que se puede decir al respecto
Qué se hace en un caso como éste

No sé


Aunque que no vengo preparrado -- 1997.

Nicanor Parra -- Traduzível: A TODO ESTO CÓMO SE ENTIENDE

Que la Universidad de Concepción
Haya tomado la iniciativa de doctorar
A alguien que no suena ni truena
Ni en su propia casa?

Falta de información:
A la distancia me veo mejor que de cerca
Tengo buen lejos

La Universidad de Chile
Noa pisará jamás ese palito

Quien no te conozca que te compre
Solía decir
La pragmática Clara Sandoval
(Dios la tenga en su santo Reino)
Al ingenioso Nicanor Parra Parra
Que es Parra propiamente tal
Antipoeta x derecho propio
Dios lo tenga en su Santo Reino también
Aleluya!
Si todavía sigue siendo Dios


Discurso del Bío Bío -- 1996.

Nicanor Parra -- Traduzível: NO SOY TAN PARRANOICO

                                              después de todo            
Como para creer que gracias a este birrte
Se me abrirán las puertas del celebro:
Ya lo dijo la tía de mi tía?
Lo que natura non da
Salamanca non convida

Pero de algo sí que estoy seguro:
De hoy en adelante
Mis nietos psicodélicos
Van a tener que pensarlo 2 veces
Antes de avergonzarse del abuelo

Conviene recordalo:
No tengo nada contra las sandías
Son los melones los que yo no soporto


Discurso del Bío Bío -- 1996.

Nicanor Parra -- Traduzível: LXXXIV

Paz sobre la constelación cantante de las aguas
Entrechocadas como los hombros de la multitud
Paz en el mar a las olas de buena voluntad
Paz sobre la lápida de los naufragios
Paz sobrelos tambores del orgulho y las pupilas tenebrosas
Y si yo soy el tarductor de las olas
Paz también sobre mí

                                        Las Cruces, 3 de septiembre de 1993


Discurso de Cartagena.        

Nicanor Parra -- Traduzível: PASARON ESOS TIEMPOS

Vinieron otros peores
Hoy estamos de vuelta de todos los archipiélagos
O de casi todos
El respetable público dirá
Aprendida la lección de Huidobro
Los Centenarios cuando no dan vida matan
Fin al enfrentamiento
Quiero creer que ése es su mensaje
Mensaje de mensajes
Enfrentamiento
                      sinónimo de extinción


Discurso de Cartagena -- 1993.

Nicanor Parra -- Traduzível: DESDE EL BALCÓN DE MI CASA

Veo la tumba de Vicente Huidobro
Resplandecer al otro lado de la bahía

De la mañana a la noche percibo
Las señales eléctricas del poeta

Amanece y se pone con el sol


Discurso de Cartagena -- 1993.

Nicanor Parra -- Traduzível: LVI TOTAL CERO

Todo se redujo a nada
Y de la nada va quedando poco


Oremus

El error consistió
En creer que la tierra era nuestra
Cuando la realidad de las cosas
es que nosostros somos

                                      de

                                            la

                                                 tierra


Discurso de Cartagena -- 1993.

Nicanor Parra -- Traduzível: FRASES PARA EL BRONCE

Vengan o no vengan al caso
Se multiplican hasta el infinito

La idea parece consistir
En sorprender
A esa mujer llamada Re- llamada Re- Realidad
Esa puta llamada realidad
En sus momentos de descuido
Que son los momentos
En que ella se deja penetrar
Hasta verte Cristo mío
Comillas:
Esa rueda que sigue girando después de la catástrofe
El barco que se hunde sin apagar las luces
El eco de mí voz hace tronar el caos
Y al fondo de las olas
Un pez escucha el paso de los hombres


Discurso de Cartagena -- 1993.

Nicanor Parra -- Traduzível: XLVI PALAVRAS TEXTUALES

este país no tiene remedio
saben que son imbéciles y sonríen
Satisfechos
                 los pobres infelices
Tropa de sifilíticos alcohólicos
Por un hombre de buenos sentimientos
Un millón de huasos macucos

Ésa es la proporción
Especialistas
En herir al prójimo x la espalda
Nunca atacan de frente los cobardes
La puñalada siempre x la espalda
Pero a mí no me van a destruir
Estos mediocres
                         estos alacranes

Estos reptiles de ojos vidriosos

Tengo alas sras & sres
A París
            a Madrid
                           adonde sea
Lo + lejos posible
                            Para siempre!
No me quedo ni un día + aquí

Música maestro!...


Discurso de Cartagena -- 1993.

Nicanor Parra -- Traduzível: QUE ES POESÍA

La fundación del ser x la palabra
Poesía eres tú
Todo lo que se mueve es poesía
Lo que no cambia de lugar es prosa

Pero qué es poesía
Todo lo que nos une es poesía
Sólo la prosapuede separarnos

Si pero qué es poesía
Vida en palabras
Un enigma que se niega a ser descifrado x los profesores
Un poco de verdad y una aspirina
Antipoesía eres tú


Discurso de Cartagena -- 1993.

Nicanor Parra -- Traduzível: NI DADAÍSTA NI SURREALISTA

Ni futurista
                 ni mundonovista
Ni masoquista
                      ni social realista
Creacionista mujer x Dios
El poeta es un pequeño Dios
Un pequeño demonio
                                 c'est la même chose
Conste
Que yo no tengo nada contra ti
Eres una viejita encantadora
Pero déjame hacer mis propios ríos
Mis propios árboles
                               mis propios volcanes
tal como tú pariste los tuyos
Tengo tanto derecho como tú
Soy tu hijo
                 tu nieto
                            lo reconozco
Pero ya llegué a mi mayoría de edad
Chao
         lo siento mucho
                                 te quiero mucho
Madrenaturaleza
                          Abuelitanaturaleza
No te enojes conmigo


Discurso de Cartagena -- 1993.

Nicanor Parra -- Traduzível: LÁSTIMA DE NERUDA

Haya terminado pisando el palito
No tenía perno para esta tuerca
Era poeta lírico
                        no dramático
No sabía pelear a puño limpio
No manejaba bien la margarita

Se veía mejor en la penumbra


Discurso de Cartagena -- 1993.

Nicanor Parra -- traduzível: PALABRAS TEXTUALES

Quien haya estudiado a fondo
El mundo actual
No puede dejar de hacerse comunista

Quien haya estudiado a fonda
El partido comunista
No puede dejar de hacerse anarquista

Believe me
No ser idealista a los 20
Es no tener corazon

Seguir siéndolo a los cuarenta
Es no tener cabeza


Discurso de Cartagena -- 1993.

Nicanor Parra --Traduzível: NADA DE TRANSACCIONES ACADÉMICAS

Sus opiniones no pecaron nunca de moderadas
Hasta el momento no ha habido ningún poeta
Propiamente tal en el mundo
Incluso llegó a atreverse
A emmendarle la plana al propio Homero
Que no debió haber dicho jamás según él
Las nubes se alejan como un rebaño de ovejas
Sino lisa y sencillamente
Las nubes se alejan balando

Y paré que tenía razón


Discurso de Cartagena -- 1993.

Nicanor Parra -- Traduzível: NO TE SIGAS ROMPIENDO LA CABEZA MUCHACHO

Le solía decir su señora madre
Las poesías no las lee nadie

da lo mismo que sean buenas o malas


Discurso de Cartagena -- 1993.

Nicanor Parra -- Traduzível: DESVALIJEMOS A ESTE VIEJO VERDE

tú le saca el lápiz
mientras yo le sustraigo la corbata
no le dejemos piedra sobre piedra
yo lo extraigo los dientes amarillos
sácale tú los calcetines de lana

y comenzaron a robarte toda la plata

le robaron un litro de bencina
dos o tres metros de papel higiénico
cuatro sobres aéreos
toda su biblioteca pornográfica
siete manzanas -- ocho huevos duros
media docena de claveles rojos
nueve cajas de fósforos

hasta que el viejo pillo despertó
y las hizo ponerse en cuatro patas


Hojas de Parra -- 1985.

Nicanor Parra -- Traduzível: EL HOMBRE IMAGINARIO

El hombre imaginario
vive en una mansión imaginaria
rodeado de árboles imaginarios
a la orilla de un río imaginario

De los muros que son imaginarios
penden antiguos cuadros imaginarios
irreparables grietas imaginarias
que representan hechos imaginarios
ocurridos en mundos imaginarios
en lugares y tiempos imaginarios

Todas las tardes tardes imaginarias
sube las escaleras imaginarias
y se asoma al balcón imaginario
a mirar el paisaje imaginario
que consiste en un valle imaginario
circundado de cerros imaginarios

Sombras imaginarias
vienen por el camino imaginario
entonando canciones imaginarias
a la muerte del sol imaginario

Y en las noches de luna imaginaria
sueña con la mujer imaginaria
que le brindó su amor imaginario
vuelve a sentir ese mismo dolor
ese mismo placer imaginario
y vuelve a palpitar
el corazón del hombre imaginario


Hojas de Parra -- 1985.

365 dias com poesia, 11 de julho de 2015 -- Sementes

Sementes

Um pássaro voa
Por instinto
Seu corpo não lhe pertence
É usado pela natureza para procriar e espalhar sementes...
E
Nós humanos

Quanto(s) suamos para destruir outros voos?

sexta-feira, 10 de julho de 2015

365 dias com poesia, 10 de julho de 2015 -- (Des) humanos

(Des) humanos

O mesmo tempo
Em que rio de você você chora por mim?
Tempo seguindo o ritmo dos ponteiros
Que apontam chegadas e partidas
Que arrulham lágrimas de tristeza ou de alegria
Que são só instrumentos dum relógio cruel que não para para nada nem para Ninguém
Esse relógio invisível impede sonhos impede realizações
Ás vezes leva quem deveria ficar e deixa tolos bêbados de sono...
Cruel é a vida que não ensina nada sobre despedidas e que aprendemos na marra
Chorando pelas ruas fingindo que estamos alérgicos à fumaça dos carros Insanos
Que passam correndo sem pensar como quase todos nós

(Des)humanos!

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Nicanor Parra -- Traduzível: IMAGEN DE MI PADRE

Yo tenía un fiel amigo
de lento mirar cansado
triste como un jardinero
y puro como un relámpago.

Tenía las manos suaves
como el corazón de un pájaro
al andar casi danzaba
y hablaba casi cantando.

Como ríos paralelos
vagábamos por los campos
yo lo confundía a veces
con la sombra de algún árbol.

El cielo que lo cubría
no podía ser más alto
y el nardo azul de su alma
no podía ser más nardo.

Si hubiera sido de agua
?qué compañero tanclaro!
seremos como sus ojos
nunca se verán dos lagos.

Amigo dulce dormido
que nunca será olvidado
ni en el día en que se cierren
para mí todos los astros.


8 nuevos poetas chilenos --- 1939.

Nicanor Parra -- Traduzível: SONETO

He bajado cantando del olivo
como el pájaro puro del silencio
con un río de pláta en el oído
y un caballo de flores en el pecho.

De mi traje celeste de marino
se levanta la luna como un trébol
soy el joven del mar, soy el bandido
suave del caracol aventurero.

De un país de palomas he venido
solitario de ángel indefenso
el corazón abierto en abanico
y a mi lado la rosa, como un perro.

Sólo que ayer llegué con el antiguo
fluir azul eterno de los vientos
ayer bo más llegué, mas hoy dormido
bajo un techo de líquenes me encuentro.

Ya la palabra pura del rocío
que me llama la oigo como en sueños
en un campo de nieve me he perdido
y en él me quedaré, de blanco, muerto.


8 nuevos poetas chilenos -- 1939.

Nicanor Parra -- Traduzível:IMAGEN DE ORO

En un lejano pueblo de la Mancha
vivió la más purísima persona
un hidalgo de flauta azul por boca
y de ruda luciérnaga en el alma.

Fue don Quijote el cónsul de la espada
y el doctor incansable de la rosa
en su mente volaba la paloma
como vuelta la luz en la esmeralda.

Nunca temió morir y nunca nada
le detuvo y según cuenta la historia
su corazón era una copa de agua.

Nunca falló su ronca voz de nácar
y como en lo perfecta era una hoja
sólo la muerte pudo marchitarla.


8 nuevos poetas chilenos -- 1939.

Nicanor Parra -- Traduzível: LA MANO DE UN JOVEN MUERTO

esta mano que ayer cortó una rosa
y esta rosa cortada en una mano
esta que aún dormido estoy mirando
y esta que aún despierto no se borra.

Este nardo que ayer fuera paloma
y esta paloma fija que fue nardo
este campo de nieve de una mano
y esta mano tranquila que reposa.

Esta cosa que canta y esta cosa
que desciende del cisne por su canto
sólo esta mano y esta mano sola,

Aquí la podéis ver a cualquier hora
esta que aún dormido estoy mirando
y esta que aún despierto no se borra.


8 nuevos poetas chilenos -- 1939.

Nicanor Parra -- Traduzível: NOCTURNO

he de partir un día con el lirio
derramado en la mano, dulcemente,
dentro del corazón el mar umbrío
y una ascensión de pájaros perennes.

Lejano y solo caeré dormido
bajo la fría luna de noviembre
sin oir la palabra de un amigo

que me diga hasta luego para siempre.

He de caer un día convencido
de mariposas y de sol ardiente
con el símbolo claro del rocío
y un empuje de flores en la frente.

He de partir lo sé, ya lo adivino,
serio de caracol mi pei celeste,
como jugando como de improviso
muerto se cae un ángel en la nieve.

Ese día estaré como hoy tranquilo
preparando una rosa transparente
detenida la voz de veinte ríos
en mi cansado corazón de siempre.


8 nuevos poetas chilenos -- 1939.

Nicanor Parra -- Traduzível: SUICIDIO VIOLENTO

Me muero por mi corbata
de rosa de sombra ardiendo,
si qiero que te lo diga,
me muero porque te quiero.

Sobre mi corbata reman
navios de mar y sueño,
de mi camisa levanta
gaviotas de luz el viento.

Me pongo con mis dos manos
el ancia del marinero,
farol de sangre revuelta
clavado en el pecho tengo.

Me muero porque me gusta
mi gorra de terciopelo,
y porque tengo un navio
de náufragos en el pecho.

Con esta corbata luna
te pego porque te quiero,
si quieres que yo me mate
me ahorco con tu pañuelo.


Cancionero sin nombre -- 1937.

Nicanor Parra -- Traduzível: TONADA FUNDAMENTAL

Si yo pudiera pedirte
todo lo que yo quisiera,
diria:guitarra, dame
tu pecho de luna nueva.

Pero si digo guitarra
todo el horizonte suena.

Si tú supieras oírme
todo lo que yo dijera,
dirías: guitarra, sufre
mi pecho de luna llena.

Pero con riendas de olvido
los ángeles te sujetan.

Todo lo que yo daría
si yo decirte pudiera,
guitarra, de sangre dame
tu pecho de llama lenta.

Pero si digo guitarra
todo el horizonte quema.

Si yo pudiera sembrarte
con mí corazón de tierra,
con lunas de fuego duro
todo tu cuerpo se llena.

Si yo manejo tu pecho,
manejo violenta rueda.


Cancionero sin nombre -- 1937.

Nicanor Parra -- Traduzível: MARGARITA, QUIERO MATAR AL RÍO

Hay un corazón de insecto
concluyéndose en mí oído,
desnúdame, viento blanco,
que quiero matar al río.

Si yo olvidara tu nombre,
dolida luz en el vidiro,
toda luciérnaga muerta,
corazón de agua em mi oído.

Me está desnudando el viento
para que asesine al río.

Este brazo de azucena
será un fragante cuchillo
para matar en el alba
la nevada luz del río.

Obscura hiedra del viento,
el río suelto em mi oído.


Cancionero sin nombre -- 1937.

Nicanor Parra -- Traduzível: JAZMÍN DE MUERTE

Con bofetadas celestes
el agua me castigaba
por insultar en la calle
los ángeles de la guarda.

Con estocadas de viento
San José pide venganza.

En un ejército forman
todos los reyes de espada,
con balas de sombra y nieve
van a ametrallar mi casa.

Dragones de luz espesa
vigilarán las ventanas.

Tanto soldado que viene
para cumplir la venganza,
con garfios de ruido negro
me rasguñarán la cara.

Si yo arranco no puedo,
porque en el suelo me amarran.

Si yo metiera al río
me mata la luz del agua
y acaso me voy al bosque
me asesinarán las ramas.

Esto es lo sueño siempre,
cuando me acuesto de espaldas.

Por flagelar en la calle
los ángeles de la guarda,
con tenedores celestes
la luna me atravesaba.


Cancionero sin nombre -- 1937.

Nicanor Parra -- Traduzível: ASESINATO EN EL ALBA

con una lanza de plata
yo puedo matar al viento,
con herramienta de lilas
puedo castigar al cielo.

Con mis espuelas de nieve
matar a la luna puedo.

Vestido con luz de helecho,
desbocado por los cerros,
de mi corbata haré riendas
para mi caballo negro.

Se romperán en mi frente
las puñaladas del viento.

Con un tambor de paloma,
y un cascabel de rocio,
antes que alumbre el lucero
despertaré a mis amigos.

!Cómo brillará en el alba
mi corazón de aluminio!

Con una huasca de helechos
a la paloma y al fuego,
con mi escopeta de guindo
yo mato a los cuatro vientos.


Cancionero sin nombre -- 1937.

365 dias com poesia, 09 de julho de 2015 -- milagre

milagre

...e se fossemos príncipes do absurdo não precisaríamos chorar?
Nem caminhar de braços dados com o desespero?
Se pudéssemos inventar uma canção a cantaríamos?
Abriríamos mão da solidão para enxergar outros olhos gulosos?

Se desejássemos não morrer faríamos algo diferente de ficar esperando por um milagre que não sabemos quando, onde ou de quem vem?

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Nicanor Parra -- Traduzível: SIETE

son los temas fundamentales de la poesía lírica
en primer lugar el pubis de la doncella
luego la luna llena que es el pubis del cielo
los bosquecillos abarrotados de pájaros
el crepúsculo que parece una tarjeta postal
el instrumento músico llamado violín
y la maravilla absoluta que es un racimo de uvas


Emergency poems -- 1972.

Nicanor Parra -- Traduzível: ALGUIEN DETRÁS DE MÍ

lee cada palabra que escribo
por encima de mí hombro derecho
y se ríe desvergonzadamente de mis problemas
un señor de bastón y levita

miro pero no veo que haya nadie
sin embargo yo sé que me espían


Emergency poems-- 1972.

Nicanor Parra -- Traduzível: TIEMPOS MODERNOS

Atravesamos unos tiempos calamitosos
imposible hablar sin incurrir en delito de contradicción
imposible callar sin hacerse cómplice del Pentágono.
Se sabe perfectamente que no hay alternativa posible
todos los caminos conducen a Cuba
pero el aire está sucio
y respirar es un acto fallido.
El enemigo dice
es el país el que tiene la culpa
como si los países fueren hombres.
Nubes malditas revolotean en torno a volcanes malditos
embarcaciones malditas emprenden expediciones malditas
árboles malditos se deshacen en pájaros malditos:
todo contaminado de antemano.


Emergency poems -- 1972.

Nicanor Parra -- Traduzível: COMO DICE MARCUSE

los estudiantes andan con el paso cambiado
hoy desvían un avión hacia Cuba
mañana asaltan un supermercado
-so pretexto de reunir fondos para la causa-
pasado mañana secuestran un diplomático
!por qué no secuestran a la puta que los parió!

no se puede negar que por el momento dominan
     el escenario
pero la astucia vencerá a la fuerza
porque como les venía diciendo
los ancianos decrépitos férreamente unidos
haremos ver elefantes azules a los señores jóvenes
     iconoclastas.


Emergency poems -- 1972.  

Nicanor Parra -- Traduzível: CUMPLO CON EL PATRIÓTICO DEBER

de mirar lo que escupo
a lo mehor escupo un guarisapo
una vez escupí una catedral gótica
dos portaviones norteamericanos
tres autobuses armados en Chile
cuatro locomotoras a vapor
cinco globos aerostáticos
seis ataúdes con sus respectivos cadáveres
siete dragones que vomitan fuego
ocho o nueve carrozas funerarias
y una barbaridad de tomates podridos


Emergency poems-- 1972.

Nicanor Parra -- Traduzível: DESPIERTO AL AMANECER

excomulgado por los malos olores
y miro por el ojo tuerto del ventanuco:
una luna roñosa
deja caer sus gotas de sangre
sobre el jardín cubierto de nieve

en esto se oye la voz del contramaestre:
levántense carajo
ya debieran estar desayunados!


Emergency poems -- 1972.

Nicanor Parra -- Traduzível: SUPONGAMOS QUE ES UN HOMBRE PERFECTO

supongamos que fue crucificado
supongamos incluso que se levantó de la tumba
-todo eso me tiene sin cuidado-
lo que yo desearía aclarar
es el enigma del cepillo de dientes
hay que hacerlo aparecer como sea


Emergency poems -- 1972.

Nicanor Parra -- Traduzível:ESTO TIENE QUE SER UN CEMENTERIO

de lo contrario no se explicarían
esas casas sin puertas ni ventanas
esas interminables hileras de automóviles

y a juzgar por estas sombras fosforecentes
es probable que estemos en el infierno

debajo de esa cruz
estoy seguro que debe haber una iglesia


Emergency poems -- 1972.

Nicanor Parra -- Traduzível: CHILE

Da risa ver a los campesinos de Santiago de Chile
con el ceño fruncido
ir y venir por las calles del centro
o por las calles de los alrededores
preocupados-lívidos-muertos de susto
por razones de orden político
por razones de orden sexual
por razones de orden religioso
dando por descontada la existencia
de la ciudad y de sus habitantes:
aunque está demostrado que los habitantes aún no han
            nacido
ni nacerán antes de sucumbir
y santiago de Chile es un desierto.

Creemos ser país
y la verdad es que somos apenas paisaje.


Tres poemas.

Nicanor Parra -- Traduzível: !CUÁNTAS VECES VOY A REPETIR LO MISMO!

Compren insecticida
Saquen las telarañas del techo
Limpien los vidros de las ventanas
!están plagados de cagarrutas de moscas!
Eliminen el polvo de los muebles
Y lo más urgente de todo:
hágame desaparecer las palomas:
!todos los días me ensucian el auto!

!Dónde demonios me dejaron los fósforos!


Obra gruesa, la camisa de fuerza -- 1962-68.

Nicanor Parra -- Traduzível: TEST

Qué es un antipoeta:
Un comerciante en urnas y ataúdes?
Un sacerdote que no cree en nada?
Un general que duda de sí mismo?
Un vagabundo que se ríe de todo
Hasta de la vejez y de la muerte?
Un interlocutor de mal carácter?
Un bailarín al borde del abismo?
Un narciso que ama a todo el mundo?
Un bromista sangriento
Deliberadamente miserable?
Un poeta que duerme en una silla?
Un alquimista de los tiempos modernos?
Un revolucionario de bolsillo?
Un pequeño bugués?
Un charlatán?
                   un dios?
                              un inocente?
Un aldeano de Santiago de Chile?
Subtraye la frase que considere correcta.

Qué es la antipoesía:
Un temporal en una taza de té?
Una mancha de nieve en una roca?
Un azafate lleno de excrementos humanos
Como lo cree el padre Salvatierra?
Un espejo que dice la verdad?
Un bofetón al rostro
Del Presidente de la Sociedad de Escritores?
(Dios lo tenga en su santo reino)
Una advertencia a los poetas jóvenes?
Un ataúd a chorro?
Un ataúd a fuerza centrífuga?
Un ataúd a gas de parafina?
Una capilla ardiente sin difunto?

Marque con una cruz
La definición que considere correcta.


Obra gruesa, la camisa de fuerza -- 1962-68.

Nicanor Parra -- Traduzível: INFLACIÓN

Alza del pan origina nueva alza del pan
Alza de los arriendos
Provoca instantáneamente la duplicación de los cánones
Alza de las prendas de vestir
Origina alza de las prendas de vestir.
Inexorablemente.
Giramos en un círculo vicioso.
Dentro de la jaula hay alimento.
Poco, pero hay.
Fuera de ella sólo se ven enormes extensiones de libertad.


Obra gruesa La camisa de fuerza -- 1962-68.

Nicanor Parra -- Traduzível: FRASES

No nos echemos tierra a los ojos
El automóvil es una silla de ruedas
El león está hecho de corderos
Los poetas no tienen biografía
La muerte es un hábito colectivo
Los niños nacen para ser felices
La realidad tiende a desaparecer
Fornicar es un acto diabólico
Dios es un buen amigo de los pobres.

Obra gruesa, La camisa de fuerza -- 1962-68.

Nicanor Parra -- Traduzível: JUBILACIÓN

A los primeros síntomas de primavera
Llegan los jubilados
A La Plaza de Armas de Santiago de Chile
Y se sientan en los escaños de fierro
Con una pierna arriba de la ora
A disfrutar del aire transparente
Bajo una lluvia de palomas grises.

Los jubilados viven en simbiosis
Con esas aves de color temblor:
Ellos la corroboran con maní
Y ellas
          a picotones amistosos
Les extraen la carne de las muelas.

Los jubilados son a las palomas
Lo que los cocodrilos a los ángeles.


Obra gruesa, La camisa de fuerza -- 1962-68.

Nicanor Parra -- Traduzível: RITOS

Cada vez que regreso
A mi país
              después de un viaje largo
Lo primero que hago
Es preguntar por los que se murieron:
Todo hombre es un héroe
Por el sencillo hecho de morir
Y los héroes son nuestros maestros.

Y en segundo lugar
                            por los heridos.

Sólo después
                    no antes de cumplir
Este pequeño considero con derecho a la vida:
Cierro los ojos para ver mejor
Y canto con rencor
Una canción de comienzos de siglo.


Canciones rusas -- 1967.    

Nicanor Parra -- Traduzível: LA FORTUNA

La foryuna no ama a quien la ama:
Esta pequeña hoja de laurel
Ha llegado con años de retraso.
Cuando yo la quería
Para hacerme querer
Por una dama de labios morados
Me fue negada una y otra vez
Y me la dan ahora que estoy viejo.
Ahora que no me sirve de nada.

Ahora que no me sirve de nada.
Me la arrojan al rostro
Casi
       como
               una
                    palada
                             de
                                tierra...


Canciones rusas -- 1967.

Nicanor Parra -- Traduzível: ÚLTIMO BRINDIS

Lo queramos o no
Sólo tenemos tres alternativas:
El ayer, el presente y el mañana.

Y ni siquiera tres
Porque como dice el filósofo
El ayer es ayer
Nos pertenece sólo en el recuerdo:
A la rosa que ya se deshojó
No se le puede sacar otro pétalo.

Las cartas por jugar
Son solamente dos:
El presente y el día de mañana.

Y ni siquiera dos Porque es un hecho bien establecido
Que el presente no existe
Sino en la medida en que se hace pasado
Y ya pasó...,
                   como la juventud.

En resumidas cuentas
Sólo nos va quedando el mañana:
Yo levanto mi copa
Por ese día que no llega nunca
Pero que es lo único
De lo que realmente disponemos.

Canciones rusas -- 1967.


365 dias com poesia, 08 de julho de 2015 -- estopim

estopim

Os jovens já sabem
Não querem escutar para aprender
E eu
Que levei dez anos burilando sem saber
A primeira frase do meu primeiro poema
Que precisou de tanta saudade para ter força para aparecer

Continuo esperando por...

terça-feira, 7 de julho de 2015

Nicanor Parra -- Traduzível: SÓLO PARA MAYORES DE CIEN AÑOS

Sólo para mayores de cien años
Me doy el lujo de estirar los brazos
Bajo una lluvia de palomas negras.

!Pero no por razones personables!

Para que mi camisa me perdone
Faltan unas cuarenta primaveras
Por la falta absoluta de mujer.

Yo no quiero decir obscenidades
Las groserías clásicas chilenas
Si la luna me encuentra la razón
Eternidade em ambas direcciones.

Por la falta absoluta de mujer.

!O perdonan las flatas de respeto
O me trago la sangre de narices!

Hago volar las reliquias al sol
Estornudo con gran admiración
Hago la reverencia con dolor
Esa misma que hice en Inglaterra
Un ataúd que vomitaba fuego.

Yo doy diente con diente en las esquinas
Qué seria de mí sin ese árbol
A disfrutar del espasmo sexual.

Disimulo mis llagas a granel
Yo me río de todas mis astucias
Porque soy un ateo timorato.

Yo me paso de listo por el cielo
Sólo quiero gozar un Viernes Santo
Para viajar en nube por el aire
En dirección del Santo Sepulcro.

Sólo para mayores de cien años
pero yo no me doy por aludido
Porque yarde o temprano
Tiene que aparecer
Un sacerdote que lo explique todo.


Versos de salón -- 1962.


Nicanor Parra -- Traduzível: MARIPOSA

En el jardín que parece un abismo
La mariposa llama la atención:
Interesa su vuelo recortado
Sus colores brillantes
Y los círculos negros que decoran las puntas de las alas.

Interesa la forma del abdomen.
Cuando gira en el aire
Iluminada por un rayo verde
Como cuando descansa del efecto
Que le producen el rocío y el polen
Adherida al anverso de la flor
No la pierdo de vista
Y si desaparece
Más allá de la reja del jardín
Porque el jardín es chico
O por exceso de velocidad
la sigo mentalmente
Por algunos segundos
Hasta que recupero la rázon.

Versos de salón -- 1962.

Nicanor Parra -- traduzível: COMPOSICIONES

I

Cuidado, todos mentimos
Pero yo digo verdad.

La matemática aburre
Pero nos da de comer.

En cambio la poesía
Se escribe para vivir.

A nadie le gusta hacerse
Cargo de los vidrios rotos.

Se escribe contra uno mismo
Por culpa de los demás.

!Qué inmundo es escribir versos!

El día menos pensado
me voy a pegar un tiro.

II

Todo me parece mal
El sol me parece mal
El mar me parece pésimo.

Los hombres están de más
Las nubles están de más
Basta con el arcoiris.

Mis dientes están cariados.
Ideas preconcebidas.
Espíritu inexistente.

El sol de los afligidos
Un árbol lleno de micos
desorden de los sentidos.

Imágenes inconexas.

Sólo podemos vivir
De pensamientos prestados.
El arte me degenera
La ciencia me degenera
El sexo me degenera.

Convénzanse que no hay dios.


Versos de salón -- 1962.


Nicanor Parra -- Traduzível: FUENTES DE SODA

Aprovecho la hora del amuerzo
Para hacer un examen de conciencia
?Cuántos brazos me quedan por abrir?
?Cuántos pétalos negros por cerrar?
!A lo mejor soy un sobrevivente!

El receptor de radio me recuerda
Mis deberes, las clases, los poemas
Con una voz que parece venir
Desde lo más profundo del sepulcro.

El corazón no sabe qué pensar.

Hago como que miro los espejos
Un cliente estornuda a su mujer
Otro enciende un cigarro
Otro lee Las últimas Notícias.

!Qué podemos hacer, árbol sin hojas
Fuera de dar la última mirada
En dirección del paraíso perdido!

Responde, sol oscuro
Ilumina un instante
Aunque después te apagues para siempre.

Versos de salón -- 1962.

Nicanor Parra -- Traduzível: MOAIS

No se sabe muy bien si son espíritus
O si son monumentos funerarios
Los más pequeños tienen cuatro metros
Los más grandes alcanzan la docena
Estos últimos vense recostados.

No se sabe muy bien si son de piedra
Esas enormes ráfagas de piedra
Esos antepasados respetables.
Desde lejos parecen de cartón.
El carbono catorze lo dirá.

Ojalá que jamás se determine
Lo que son esas rocas misteriosas.

Versos de salón -- 1962.

Nicanor Parra -- traduzível: PIDO QUE SE LEVANTE LA SESIÓN

Señoras y señores:
Yo voy a hacer una sola pregunta:
?Somos hijos del sol o de la tierra?
Porque si somos tierra solamente
No veo para qué
Continuamos filmando la película:
Pido que se levante la sesión.

Nicanor Parra -- traduzível: ADVERTENCIA

Yo no permito que nadie me diga
Que no comprende los antipoemas
Todos deben reír a carcajadas.

Para eso me rompo la cabeza
Para llegar al alma del lector.

Déjensede preguntas.
En el lecho de muerte
cada uno se rasca con sus uñas.

Además una cosa:
Yo no tengo ningún inconveniente
En meterme en camisa de once varas.

Versos de salón -- 1962.

Nicanor Parra -- Traduzível: LA MONTAÑA RUSA

Durante medio siglo
La poesía fue
El paraíso del tonto solemne.
Hasta que vine yo
Y me instalé con mi montaña rusa.

Suban, si les parece.
Claro que yo no respondo si bajan
Echando sangre por boca y narices.

Versos de salón -- 1962.

Nicanor Parra -- Traduzível: RECUERDOS DE JUVENTUD

Lo cierto es que yo iba de un lado a otro,
A veces chocaba con los árboles,
Chocaba con los mendigos,
Me abría paso a través de un bosque de sillas y mesas,
Con el alma en un hilo veía caer las grandes hojas.
Pero todo era inútil,
Cada vez me hundía más y más en una especie de jalea;
La gente se reía de mis arrebatos,
Los individuos se agitaban en sus butacas como algas
       movidas por las olas
Y las mujeres me dirigían miradas de odio
Haciéndome subir, haciéndome bajar,
Haciéndome llorar y reír en contr de mi voluntad.

De todo esto resultó un sentimiento de asco,
Resultó una tempestad de frases incoherentes,
Amenazas, insultos, juramentos que no no venían al caso,
Aquellos bailes fúnebres
Que me dejaban sin respiración
Y que me impedían levantar cabeza durante días,
Durante noches.

Yo iba de un lado a otro, es verdad,
Mi alma flotaba en las calles
Pidiendo socorro, pidiendo un poco de ternura;
Con una hoja de papel y un lápiz yo entraba en los
        cementerios
Dispuesto a no dejarme engañar.
Daba vueltas y vueltas en torno al mismo asunto,
Observaba de cerca las cosas
O en un ataque de ira me arrancaba los cabellos.
De esa manera hice mi debut en las salas de clases,
Como un herido a bala me arrastré por los ateneos,
Crucé el umbral de las casas particulares,
Con el filo de la lengua traté de comunicarme con los
        espectadores:
Ellos leían el periódico
O desaparecían detrás de un taxi.

!Adonde ir entonces!
A esas horas el comercio estaba cerrado;
Yo pensaba en un trozo de cebolla visto durante la cena,
Y en el abismo que nos separa de los otros abismos.


Poemas y antipoemas -- 1954.

Nicanor Parra -- Traduzível: SOLO DE PIANO

Ya que la vida del hombre no es sino una acción a distancia,
Un poco de espuma que brilla en el interior de un vaso;
Ya que los árboles no son sino muebles que se agitan:
No son sino sillas y mesas en movimiento perpetuo;
Ya que nosostros mismos no somos más que seres
(Como el dios mismo no es otra cosa que dios);
Ya que no hablamos para ser escuchados
Sino para que los demás hablen
Y el eco es anterior a las voces que lo producen;
Ya que ni siquiera tenemos el consuelo de un caos
En el jardín que bosteza y que se llena de aire,
Un rompecabezas que es preciso resolver antes de morir
Para poder resucitar después tranquilamente
Cuando se ha usado en exceso de la mujer;
Ya que también existe un cielo en el infierno,
Dejad que yo también haga algunas cosas:

Yo quiero hacer un ruído con los pies
Y quiero que mi alma encuentre su cuerpo.


Poemas y antipoemas -- 1954.

Nicanor Parra -- Traduzível: MADRIGAL

Yo me haré millonario una noche
Gracias a un truco que me permitirá fijar las imágenes
En un espejo cóncavo. O convexo.

Me parece que el éxito será completo
Cuando logre inventar un ataúd de doble fondo
Que permita al cadáver asomarse a otro mundo.

Ya me he quemado bastante las pestañas
En esta absurda carrera de caballos
En que los jinetes son arrojados de sus cabalgaduras
Y van a caer entre los espectadores.

Justo es, entonces, que trate de crear algo
Que me permita vivir holgadamente
O que por lo menos me permita morir.

Estoy seguro de que mis piernas tiemblan,
Sueño que se me caen los dientes
Y que llego tarde a unos funerales.

Poemas y antipoemas -- 1954.

Nicanor Parra -- Traduzível: CARTAS A UNA DESCONOCIDA

Cuando pasen los años, cuando pasen
Los años y el aire haya cavado un foso
Entre tu alma y la mía; cuando pasen los años
Y yo sólo sea un hombre que amó,
un ser que se detuvo un instante frente a tus labios,
?Dónde estarás tú? !Dónde!
Estarás, oh hija mis besos!

Poemas y antipoemas -- 1954.

Nicanor Parra -- Traduzível: EPITAFIO

De estatura mediana,
Con una voz ni delgada ni gruesa,
Hijo mayor de un profesor primario
Y de una modista de trastienda;
Flaco de nacimiento
Aunque devoto de la buena mesa;
De mejillas escuálidas
Y de más bien abundantes orejas;
Con un rosto cuadrado
En que los ojos se abren apenas
Y una nariz de boxeador mulato
Baja a la boca de ídolo azteca
-- Todo esto bañado
por una luz entre irónica y pérfida --
Ni muy listo ni tonto de remate
Fui lo que fui: una mezcla
De vinagre y de aceite de comer
!Un embutido de ángel y bestia!

Poemas y antipoemas -- 1954.

Nicanor Parra -- Traduzível: AUTORRETRATO

Considerad, muchachos,
Esta lengua roída por el cáncer:
Soy profesor en el liceo obscuro,
He perdido la voz haciendo clases,
(Después de todo o nada
Hago cuarenta horas semanales.)
?Qué os parece mi cara abofeteada?
!Verdad que inspira lástima mirarme!
Y qué decís de esta nariz podrida
Por la cal de la tiza degradante.

En materia de ojos,a tres metros
No reconozco ni a mi propia madre.
?Qué me sucede? -- Nada.
Me los he arruinado haciendo clases:
La mala luz, el sol,
La venenosa luna miserable.
Y todo para qué,
Para ganar un pan imperdonable
Duro como la cara del burgués
Y con sabor y con olor a sangre.
!Para qué hemos nacido como hombres
Si nos dan una muerte de animales!

Por el exceso de trabajo, a veces
Veo formas extrañas en el aire,
Oigo carreras locas,
Risas, conversaciones criminales.
Observad estas manos
Y estas mejillas blancas de cadáver,
Estos escasos pelos que me quedan,
!Estas negras arrugas infernales!

Sin embargo yo fui tal como ustedes,
Joven, lleno de bellos ideales,
Soñé fundiendo el cobre
Y limando las caras del diamante:
Aquí me tienen hoy
Detrás de este mesón inconfortable
Embrutecido por el sonsonete
De las quinientas horas semanales.

Poemas y antipoemas -- 1954.

Nicanor Parra -- Traduzível: PREGUNTAS A LA HORA DEL TÉ

Este señor desvaído parece
Una figura de un museo de cera;
Mira a través de los visillos rotos:
Qué vale más, ? el oro o la belleza?,
? Vale más el arroyo que se mueve?
O la chépica fija a la ribera?
A lo lejos se oye una campana
Que abre una herida más, o que la cierra:
?Es más real el agua de la fuente
O la muchacha que se mira en ella?
No se sabe, la gente se lo pasa
Construyendo castillos en la arena:
?Es superior el vaso transparente
A la mano del hombre que lo crea?
Se respira una atmósfera cansada
De ceniza, de humo, de tristeza:
Lo que se vio una vez ya no se vuelve
A ver igual, dicen las hojas secas.
Hora del té, tostadas, margarina,
Todo envuelto en una especie de niebla.

Poemas y antipoemas -- 1954.

Nicanor Parra -- Traduzível: DEFENSA DEL ÁRBOL

Por qué entregas a esa piedra
Niño de ojos almendrados
Con el impuro pensamiento
De derramarla contra el árbol.
Quien no hace nunca daño a nadie
No se merece tan mal trato.
Ya sea sauce pensativo
Ya melancólico naranjo
Debe ser siempre por el hombre
Bien distinguido y respetado:
Niñoperverso que lo hiera
Hiere a su padre y a su hermano.
Yo no comprendo, francamente,
Cómo es posible que un muchacho
Tenga este gesto tan indigno
Siendo tan rubio y delicado.
Seguramente que tu madre
No sabe el cuervo que ha criado,
Te dree un hombre verdadero,
Yo pienso todo lo contrario:
Creo que no hay en todo Chile
Niño tan mal intencionado.
! Por qué te entregas a esa piedra
Como a un puñal envenenado,
Tú que comprendes claramente
la gran persona que es el árbol!
Él da la fruta deleitosa
Más que la leche, más que el nardo;
Leña de oro en el invierno,
Sombra de plata en el verano
Y, lo que es más que todo junto,
Crea los vientos y los pájaros.
Piénsalo bien y reconoce
Que no hay amigo como el árbol,
Adonde quiera que tu vuelvas
Siempre lo encuentras a tu lado,
Vayas pisando tierra firme
O móvil mar alborotado,
Estés meciéndote en la cuna
O bien un día agonizando,
Más fiel que el vidrio del espejo
Y más sumiso que un esclavo.
Medita un poco lo que haces,
Mira que Dios te está mirando,
Ruega al señor que te perdone
De tan gravísimo pecado
Y nunca más la piedra ingrata
Salga silbando de tu mano.

Poemas y antipoemas -- 1954.

365 dias com poesia, 07 de julho de 2015 -- instinto fugaz

instinto fugaz

A Kandinsky

uma voz ouvida
sem sentido
pode ser voz
pode ser grito
pode ser música para meus ouvidos
pode ser tinta, lilás
pode ser tinto, vinho signo
extinto


instinto fugaz

segunda-feira, 6 de julho de 2015

365 dias com poesia, 06 de julho de 2015 -- deus mistério

deus mistério

Para mim o mistério é deus
Apesar de não acreditar nesse deus que nos vendem as religiões
O mistério é o cheiro do absolutamente sem explicação
O brilho intenso duma cor de arrepio
Um som gutural que rima com meu coração de metal
Um minério duro que não cabe em minhas mãos

O mistério sou eu sério fingindo desconhecer o tamanho do Universo

domingo, 5 de julho de 2015

365 dias com poesia, 05 de julho de 2015 -- Ontem Hoje Amanhã

Ontem Hoje Amanhã

Ontem hoje amanhã
Ontem foi há quantos cinqüenta anos?
Hoje está sendo agora?
Amanhã terei tempo para escrever o que estou sentido aqui

Bem aqui dentro de mim?

sábado, 4 de julho de 2015

365 dias com poesia, 04 de julho de 2015 -- Homo sapiens

Homo sapiens

À memória de Carlos Frederico e à vida de Luiz Eduardo


cansado de mim resolvi escrever-me um poema quis falar de algo que me angustiava e não houve jeito falei da primeira perda quando descobri que iria morrer me lembrei de dez anos atrás e logo vomitei por sorte letras que se juntaram em orações e mostraram-se poemas aí me perguntei: como engoli terra e vomitei flores? Ah! Só se tinha sementes dentro de mim que junto aos outros elementos: angústia suor e medo acabaram fazendo o serviço limpo lindo aprender a ter coragem de vomitar tudo o que nos humilha nos diminuí diante da presença de outro ser humano imperfeito como todos somos então depois que entendi virei sonho...

sexta-feira, 3 de julho de 2015

365 dias com poesia, 03 de julho de 2015 -- pimenta e amor

pimenta e amor

O único depois de deus
Que cria o instante
Um gigante na coragem e um menino na ingenuidade
Um ser sem idade mas com a serenidade necessária à loucura
De querer seduzir ferindo
Interferir reagindo à hipocrisia
Mania de em fórmulas mágicas próprias temperar o tempo
Adoçando-o com sal, pimenta e amor


(o artista)

quinta-feira, 2 de julho de 2015

365 dias com poesia, 02 de julho de 2015 -- Tengo ganas de ti

Tengo ganas de ti

Depois do filme...

Qual o segredo para o futuro?
Avançar!

Sozinho não há como!

Preciso de dedos que cuspam segredos
Preciso de olhos que chorem nãos
De mãos que formem orações
De versos que forcem os outros
A amar...


Preciso de um papel queimado para enviar aos céus a fumaça dos meus sonhos

quarta-feira, 1 de julho de 2015

365 dias com poesia, 01 de julho de 2015 -- O anjo

O anjo

“O anjo que está em mim ainda pode sofrer”

Recado de todos os grandes do jazz
Recado de todos os grandes das artes
Recado de todos os grandes
O que nos afasta e repugna
Pois nos vemos pequenos diante de tamanho desapego
Diante de tamanho desapego nos sentimos tremendo
Quando gostaríamos de ser tremendos
Mas para ser tremendos temos que mesmo tremendo

Esquecer de quem somos para tratar a vida como se fossemos inteiros