terça-feira, 31 de agosto de 2010

MÁGICO

todos querem tudo todos querem muletas e bengalas querem também carimbos e medalhas os medalhões têm que assinar embaixo assinar o cheque do talento a todo custo e de quanto é o lucro? mudo tilintar de moedas de quantos atletas pula um país canta a Imperatriz sapateia a negona chinfrim quantos anos precisamos para deixar de acreditar em encanto e não no habilidoso trabalho do mágico?



Abraços, Marco.

ESTRELA-DO-MAR

ESTRELA-DO-MAR

O tudo e o nada se equivalem? E as emoções? Ter tido todas quantas possíveis seria igual a não ter nenhuma ? Só, estou tão bem quanto mal acompanhado?

Na praia, solitário, olho o céu com uma constelação e não identifico a diferença para aquela única estrela-do-mar secando na areia?


Abraços, Marco.

P.S.Poesia é igual a filosofia com rima?

domingo, 29 de agosto de 2010

O Castigo

Agosto está acabando e eu continuo remando meu barquinho marquinho é meu apelido para os íntimos minha mãe e Victor me chamam de markito (êta, que apelido!) não reclamo de nada não posso reclamar sempre fui amado sempre comi e nunca dormi ao relento tudo isso de um tempo para cá me explicou mais da vida do que todos os livros que fui capaz de ler a maioria incapaz de entender de nada adianta o saber se não sabemos dividi-lo e é isso que me levou a escrever querer tentar fazer todos ao meu redor descobrirem o valor de entender antes de repetir criar antes de citar muitos tiram onda sem descobrir a beleza da raiz comem da árvore o fruto proibido sem entender o motivo do castigo

Niterói, 29 de agosto de 2010.


Abraços, Marco.

APOSENTADORIA

Tunga, artista plástico brasileiro, consagrado no exterior, disse num desses globos da vida que artista tem que ser interessado por tudo o que está acontecendo. É assim que me sinto há pelo menos uns dez anos, só não tinha encaixado para onde iria ser levado pela minha veia artística -- até meus primeiros trinta poemas nunca havia passado pela minha cabeça essa possibilidade.

Depois do lançamento dos meus três primeiros livros estava latente a vontade de escrever profissionalmente e cantar, conforme já poetei, foi e é apenas a extensão dessa atividade. Ontem, num evento de robótica no Colégio Santo Inácio em que meus filhos participaram fui perguntado desde quando tive vontade de ser artista. Ótima pergunta ainda sem resposta precisa!

Rememorando, acho que essa propensão ficou mais forte de uns dois anos para cá, desde quando comecei a ficar incomodado com alguns colegas de trabalho que estavam esperando a aposentadoria, detalhe, que aconteceria só dali a uns...sete anos?!

Esse foi um episódio que muito me incomodou... Logo pensei:"Isso eu não quero para mim, estou com quarenta e um anos e não quero ficar andando de esteira!"

Bem, depois desse fato vocês já sabem o que aconteceu.

Abraços, Marco.

DJAVAN

Minhas influências poéticas, talvez as analise mais tarde. Por hora falarei das musicais.

Basicamente, roque estrangeiro dos anos 60/70/80 com o BRock dos anos 80. Led Zeppelin, Stones, Beatles, U2, Santanna, e as bobeiras românticas do rádio dos anos setenta. Daqui, o que ouvia era Blitz, Paralamas e Rita Lee. Da MPB, em disco, só ouvia Djavan.

Hoje entendo que Djavan foi o grande responsável pelo adiamento da minha -- e provavelmente de várias, carreira de artista de MPB. Ainda bem, pois todos que tentaram ter um trabalho sério sob a gigantesca influência daquele criador acabaram virando criaturas, exceção feita a Jorge Vercilo.

O engraçado é que quando saí do estúdio -- no qual faria, a princípio, um CD com poemas declamados --, com a responsabilidade de fazer dez músicas, tudo isso veio à tona quase que estantaneamente, tanto é que das quatorze do CD sete estão entre as primeiras feitas por mim (ver, em junho, os títulos GRAVAÇÃO DO CD 1 e 2).

Como disse Lobão, vida louca vida...

Abraços, Marco.

TROPICÁLIA 2

... os planos do mano baiano seriam tocar o zaralho na nossa música popular, que até então ainda não era chamada de MPB, e tirando a bossa nova, era um bolero só.

Para tanto, colocou guitarras na sua versão bossa nova-roque em rou e deu os rumos do que seria a MPB, aí depois, veio Milton, com os Beatles mineiros, e a coisa ficou mais fácil, ou melhor, menos difícil. Além disso, Caetano ripou (ou ripongou) a indumentária, salvando, inclusive, Gil da caretice!


Se estou certo, por que nós da MPB atual devemos querer ser sérios?! Trabalho sério, de qualidade é obrigação, mas isso não quer dizer um show chato e paradão. Por isso, soltei os bichos na versão de INÚTIL e acho que esse será meu diferencial.

Abraços, Marco.

TROPICÁLIA 1

Em primeiro lugar, o risco, no meu caso, é de não ser levado a sério como poeta. Estou cagando! Não ser levado a sério ou não gostarem do que faço faz parte...

Falando como "cantor" -- apesar de me ver mais como artista, pois penso em todos os aspectos envolvidos num show, até mesmo em...cantar!, acho que, para os que nascem com o dom de cantar, não há a necessidade de muito analisar, tudo é natural -- talvez esse seja o problema dos jovens cantores (da televisão), sem repertório, cantam sem saber sobre o que devem falar!

No meu caso cantar é a extensão daquilo que escrevo e os poemas me obrigam a cantar cada música de um jeito. Desafio que me estimula a continuar. Por isso, também, consigo dar pitaco nas outras coisas que estão ligadas a um show, pois tenho o conceito do que estou fazendo no palco!

Nesse caminhar, via que uma característica dos cantores de MPB é quererem ser levados a sério todo o tempo. Quase todos protegidos pelos violões, acabavam fazendo um show chato, muito parado...Na minha visão, querendo ser Caetano -- que na verdade não é, nem foi, assim, desconhecendo os planos tropicalistas do mano...

(continua...).

JAMES BROWN

Numa versão da música INÚTIL do Ultraje a Rigor inventei uma performance que já está dando o que falar...

Misturei vários elementos. De uma história com Serguei aos passos do Brown, James, o "sex machine", ficou uma gaiatice só.

Todos que já me viram soltar os bichos quase se mijaram de tanto rir. Esse é o risco de fazer MPB sem o ranço dos sérios de ocasião, que desconhecem, querendo ser Caetano, os motivos pelos quais o mano inventou a Tropicália.


No próximo post, explico meus motivos.

Abraços, Marco.

A CAPA

...essa é a nova jogada... inventei de querer uma capa e é ela que irá me ajudar a galgar... a capa é, como direi.. uma mistura de Drácula com Elvis, branca mas com o desenho de capa de vampiro, a capa provocará arrepios na galera que já anseia por ela...a capa terá cordões dourados, terá apliques arrubinados, será a dona do show, mas para que dela todos riam a capa terá um desafio, transformar o poeta em Jackson-Tornado-James Brown sem queimar-lhe o pavio




P.S. Tentei falar sério mas acabou em graça!


Abraços, Marco.

BEM ACOMPANHADO

Outro grande pensamento do mestre Pessoa:

" A arte é um esquivar-se a agir, ou a viver. A arte é a expressão intelectual da emoção, distinta da vida, que é a expressão volitiva da emoção. O que não temos, ou não ousamos, ou não conseguimos, podemos possuí-lo em sonho, e é com esse sonho que fazemos arte. Outras vezes a emoção é a tal ponto forte, que, embora reduzida à acção, a acção, a que se reduziu, não a satisfaz; com a emoção que sobra, que ficou inexpressa na vida, se forma a obra de arte. Assim, há dois tipos de artista: o que exprime o que não tem e o que exprime o que sobrou do que teve.".


Abraços, Marco.

sábado, 28 de agosto de 2010

365 DIAS COM POESIA (agosto)

Em agosto aconteceu algo engraçado, comecei a fazer poemas direto no blog e só então aproveitava para colocar no projeto de um poema por dia. Assim, é difícil destacar algum, pois do meio de agosto em diante praticamente todos já foram postados no blog. De qualquer maneira destaco, repetindo, o poema em homenagem ao meu amigo, falecido, Seu Ari, cujas palavras serão mais conhecidas, espero, porque virará música com o nome de ALGODÃO DOCE:

Ali

um menino de cabeça branca ria muito das minhas mentiras brandas ali dentro do carro a vida não tinha tempo o tempo parava agora segue como uma revoada de passarinhos de olhos azuis se foi um menino amigo de cabeça branca e olhos sinceros de criança poeta e cantador cantava a esperança saudades do tempo em que uma manga nascia e era comida no pé todos de pé batendo palmas no ritmo da embolada para o menino de cabeça branca que se foi o menino que um dia quiça serei eu


Abraços, Marco.

DE GULLAR PARA...

ECOS DO ÃO

Ecos do ão

São

Nossas memórias

Reverberando

Esmolando

Atenção

Ecos do ão

sons

Do ser são...


Abraços, Marco.

MENINO-DE-OITENTA

Aproveitando os dizeres do poeta menino-de-oitenta saco esse poema:

FATOS

O falo é embaixo
falo baixo mas forte me expresso
esqueço dos fatos
inverto passados
para me descobrir em cestos
de panos de cachos
em versos
atalhos são nexos


Abraços, Marco.

UM DO FERREIRA

Cito o mestre Ferreira Gullar para homenageá-lo com suas sábias palavras gastas pelo tempo apenas por que sabe-as:

"A poesia é, na verdade, uma
fala ao revés da fala,
como um silêncio que o poeta exuma
do pó, a voz que jaz embaixo
do falar e no falar se cala.
Por isso o poeta tem que falar baixo
baixo quase sem fala em suma
mesmo que não se ouça coisa alguma.".


Abraços, Marco.

ALFINETE

Agora um poema mal-criado...

ALFINETE

Não tô nem aí se remete a Saramago se às vezes lembra Pessoa estou aqui afogado em loas não quero medalhas sei o tamanho do alfinete estilete entre os dentes esse é meu nome os que sabem que não sabem não escrevem por não terem coragem e eu sabendo que sei escrevo sobre o que não sei não me vejo à toa nesse mundo midiático em que a performance é medida mais pelos amigos de bar do que pelo tamanho das letras em todos os lugares é isso que faz funcionar a engrenagem nunca direi nada contra isso ao contrário quero descobrir para que lado é a maré e surfar de pranchão não tô nem aí para sua opinião vou fazer de qualquer jeito já aprendi nado de peito no leito deito e tremo a mão de frio não me importo aprendi a escrever com calafrio não preciso das condições ideais quem os tem? Comigo é no ferro! passar bem


Abraços, Marco.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

ESCOTEIROS

todo dia aprendo vivendo ouvindo pessoas lendo Pessoa e "eu sou ozzy" também um não viveu e se viu obrigado a criar vida escrita o outro se jogou e por muita sorte se deu bem um gênio da inteligência absurda que precisou ser muitos para esconder (?) a desdita o outro roqueiro doido que realçou a bebida todo dia aprendo com todos do cachorro à visita dos escoteiros que se apegam a medalhas e as feridas advindas das trilhas cujos galhos se ferem mas desconhecem por utopia




Mais um, merecerá medalha?


Abraços, Marco.

TOURO

não falo o que tenho que falar falo o que quero falar se vão gostar ou não o problema não é meu boi-lambeu tenho raiva de quem sabe o que deve ser dito sempre faço aparte quero embolar para desenrolar abismar na diferença essa é a minha crença esse é meu modo modular encrenca inteligente maneira de não maneirar sempre gosto de dar chifrada



Abraços, Marco.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

TAUTOLOGIA

TAUTOLÓGICO, LÓGICO


esse acabamento...final do elo ligação entre extremos juntando duas metades iguais sintomas que indicam a outra... alternativa louca livre sem quaisquer escolhas minuciosos ciosos são os detalhes de uma multidão pessoas encarando o fato de fato real de frente se vê melhor a solidão anexo nessas linhas junto cheirando a tinta a carta que retornará ao novo de novo crio uma velha expectativa superavitária positiva característica


Peguei as ditas tautologias e apliquei na minha poesia...


Abraços, Marco.

CASCAS

minhas mãos descascam é inveja ou é a piscina estou sangrando estou filtrando minhas esquinas transformo o cloro em água sanitária ideia de melhoria a cabeça descasca alforrias levanta utopias me desmancho em idiossincrasias amigas

Abraços, Marco.

CSI

Tendo a acreditar em alma vendo nos CSIs da vida o jeito com que os médicos fazem autópsia nos ex-nós. O corpo é remexido, cortado, órgãos examinados com a tranquilidade de um açougueiro. Não é crítica, é constatação, não somos nada sem essa chama que alguns chamam de alma.

Poderia ser chamada de eletricidade? Se pudesse, qual carga teria? Por isso algumas vezes não "vamos com a cara" de alguém? Os opostos se atraem?


Sei lá, não sei, sei lá, não sei não!


Abraços, Marco.

OUTRO DO FERNANDO

Mais um trecho do "Livro do Desassossego" de Pessoa:

"A experiência directa é o subterfúgio, ou o esconderijo, daqueles que são desprovidos de imaginação. Lendo os riscos que correu o caçador de tigres tenho quanto de riscos valeu a pena ter, salvo o do mesmo risco, que tanto não valeu a pena ter, que passou.

Os homens de acção são os escravos involuntários dos homens de entendimento. As coisas não valem nada senão na interpretação delas. Uns, pois, criam coisas para que outros, transmudando-as em significação, as tornem vidas. Narrar é criar, pois viver é apenas ser vivido.".



Abraços, Marco.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

ETAPAS DO LANÇAMENTO DE UM CD

O lançamento de um CD dá tanto trabalho que conheço uma playboizada que só quer tocar e nem pensa seriamente em lançar algum álbum. Quer saber por quê? Vamos lá:

1 -- composição das músicas, entre dez e doze está de bom tamanho, para um disco de no mínimo quarenta minutos;

2 -- gravação, que começa com o ensaio com os músicos, colocação de voz-guia, gravação dos instrumentos, voz final, equalização, mixagem, masterização;

3 -- escolha do nome do CD;

4 -- criação e confecção do projeto gráfico do CD;

5 -- revisão dos textos da capa e do libreto;

6 -- contratação de empresa que irá produzir os CDs, geralmente na Zona Franca de Manaus;

7 -- contratação de gráfica para todo o material impresso (capa, libreto, cartazes, convites, etc.);

8 -- planejamento do show de lançamento; e

9 -- planejamento de distribuição para venda dos CDs.


Viram o tamanho da encrenca!

Abraços, Marco.

VELUDO

quando canto não mas quando falo falho minha voz está falando só comigo como irei me transformar em nós sem voz? como irei me comunicar? por gestos por erradas rimas por escritos espremidos entre rugidos de um leão sem juba e em qual nuca aparecerá a primeira ruga em qual raça irá a humanidade continuar sem fala pigmeus ainda existem? meus brados ainda persistem alguém ainda está do outro lado para ouvi-lo? em que ouvidos terei que murmurar doces palavras arrítmicas e anêmicas sem veludo o mundo é mudo



Abraços, Marco.

MENINO ARGENTINO

Esqueci de mim em dois anos expandi meus limites como numa guerra cresceram em tempos de paz guerreei loucamente me olhei expus o pus que manchou a bandeira que como lenço trazia comigo me conquistei para mim foi uma vitória grande coisa foi ter sobrevivido e conseguido manter o menino argentino que trago o uísque aqueceu meus dias e o fardo das descobertas foi menos difícil do que o enfado provocado pelas minhas pequenas verdades



...é isso...


Abraços, Marco.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

CAPA

Antes de postar o NA MOSCA achei que hoje, 22:19 de terça, não conseguiria escrever nada aqui. Mas a certeza de que se começasse conseguiria produzir algo foi maior e cá estou já no quarto post.


A preguiça nunca foi nem nunca será boa companheira, desde que comecei a escrever a dois anos e meio atrás escrevo todo dia, hoje em dia muito menos, mas escrevo, o treino é essencial.

E para comemorar a falta de preguiça vamos de CAPA

CAPA

Se

fosse

Fome

Comeria

Todos

Tudo

E me livraria

Só das capas...


Abraços, Marco.

BURACO e FRÂNCES

Desvie com sua dor do meu sorriso ele é lindo é meu precipício me permite sempre lembrar de quantas vezes tive que me jogar ele é um prêmio que carrego enrugando minha face sem problema com isso ele é meu e é lindo um precipício num grande buraco vermelho que em inglês tem um nome sem importância canion se não me engano é insegurança


FRÂNCES
A graça é o risco é o riso nervoso de quem lê e sabe que está lendo algo feito agora pão frânces cheirando em toda a vizinhança a graça é o erro sem ele não teria chegado até aqui


P.S. Gostei dessa, um poema explicando o outro, abraços, Marco.

SORRISOS

Cuidado! muito cuidado com suas certezas como joga os dados espere estar pronto eles não saberão como reagir à sua segurança a certeza do caminho será como um espinho em suas gargantas e espanta muito me espanta ainda a desesperança a destemperança com o destino que estou me dando depois de anos de grande luta comigo mesmo parece que mereço algo de bom no entanto não me venham com medalhas penso mais nos alfinetes do que nos seus brilhos penso mais em fazer do que nos sorrisos

Depois de ter postado o NA MOSCA me deu vontade de fazer um fresquinho (no bom sentido, lógico!).


Abraços, Marco.

NA MOSCA

NA MOSCA

...A felicidade

da mosca ao ver a sopa

da aranha ao ver a mosca

do sapo ao ver a mosca

do dardo ao alcançar

a mosca...

infeliz


Abraços, Marco.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

RESPOSTA AO COMENTÁRIO DE 16.08

RISCO

Não somos lagartas por isso voamos a descoberta é falha a certeza da avoada mania de querermos saber de tudo onde quando e por que eu iria querer saber quando vou morrer não sou doido quero as surpresas quero viver como borboleta se é que você me entende quero sopa e cobertor quentes de saudades sem Bíblia sem dogmáticas verdades a dúvida é que me trouxe até aqui e é por isso que estou louco para acabar essa resposta e poder voltar a voar alto e bonito vivendo do risco


Abraços, Marco.


P.S. Fábio seu comentário ajudou esse poema!

domingo, 22 de agosto de 2010

VIK MUNIZ

Vik Muniz, artista plástico brasileiro, radicado nos Estados Unidos, lá, ao contrário daqui, não sofreu discriminação por não ter formação acadêmica, aqui o cara tem que ter diploma dizendo que sabe fazer o que todos lá compravam como pronto, ready-made, só no cê u dos outros!

País provinciano... somos provincianos, diplomados em enganos...não vemos resultados, nos preocupamos com o que foi dito por pessoas que por não saberem, ensinam (como a piada)...


Aliás, os ditados e as piadas surgem da combinação de observação e tempo.


Abraços, Marco.

sábado, 21 de agosto de 2010

A CRENÇA

todos os que sabem já sabem e não perguntam os que perguntam não sabem e nunca saberão não há como entender o porquê se começa a vida te leva arremessa e não deixa estaca sobre pedra a fisgada é pregressa confessa mania que arrepia instiga aninha asfixia mas não vai embora sem deixar o endereço é um medo um segredo que só os que escrevem podem confessar somente àqueles que sabem do que estão a procurar quem tem a crença pode dela tentar se livrar



Não me perguntem o porquê, mas está feito...


Abraços, Marco.

FRICÇÃO

Nós poetas pintamos telas possíveis com palavras gastamos tintas na medida exata não nos satisfazemos com pouco somos todos loucos nas nossas confessas opiniões nós poetas não conseguimos deixar tela em branco adoramos confusão revolução sem nossa presença seria o martírio dos ditadores de ocasião não vivem sem os opostos não pregam estopa sem ócio precisam da nossa existência para nos mandar para a prisão que é lugar dos que enxergam mesmo de olhos vendados vendidos aqueles que não sabem amar: fricção


A brincadeira começou a esquentar...


Abraços, Marco.

MEIA SOLA

Viver é necessário viver escrever é só um pedaço da vida esta perseguida que quer correr escrever é termos nosso sotaque arrebatado pelas letras que muitos (quase todos) escondem nos armários de madeira rala escrever é gastar sola de sapato não é acabar com os olhos de tanto ler escrever é quase que o oposto de ler inclusive perguntem aos que sabem daquilo que estou falando escrevendo vivemos quantos anos? lendo quantos anos ainda precisamos escrever?


Estou começando a gostar de escrever assim... sem pensar...


Abraços, Marco.




FARPAS

Canto pinto conto esgrimo com as palavras me sinto primo minto retinto de sangue faço tons de cinza e azul-piscina acredito em tudo que finjo ter todos os predicados que os outros já mostraram não arredo pé de ser especialmente difícil não quero sino de Igreja no meu pé arde o encontro com a pretensão de ser são difíceis sensação e aporrinhação de estar na frente meio na contra mão das coisas irada essa máscara sabe até quando ela resistirá às minhas farpas?


Novo tijolo feito no calor da ocasião!


Abraços, Marco.

QUERER É...

Voltando duma tarde/noite com Tia Bel, em que mais uma análise dos meus livros para não-sei-quando foi feita soltei a seguinte pérola:

De poder querer é no máximo o po o resto é se fo
der é trabalhar para cara
lho


Abraços, Marco.

BRIGAS

Já que falei da música BRIGAS, lá vai:

Idiossincrasias cristãs

Ironias finas

Fantasias ricas

Alegorias imãs

Nossas brigas

Não acabarão X2

Nem tudo que começa acaba?

Nem tudo que é uva passa?

Seus olhos são azuis?

De que tom

São nossas brigas?

Não acabarão

Alegorias imãs

Fantasias ricas

Ironias finas

Idiossincrasias cristãs

Nossas brigas

Não acabarão X2

Nem tudo que começa acaba?

Nem tudo que é uva passa?

Seus olhos são azuis?

De que tom

São nossas brigas?

Não acabarão

P.S. Em breve terei um site e vocês poderão ouvir tudo!


Abraços, Marco.

LABIRINTO?

todo o meu tempo é dedicado a mim e se é a mim é a você também todos estamos condenados ao mesmo relento suas piscadas rápidas não conseguirão mudar essa situação a loção a noção ferve nos mostra quem somos e para onde poderíamos ir se não fosse tão longe daqui desse labirinto minto desse buraco escuro e fundo sujo com nossas idiossincrasias cristãs ironias finas fantasias ricas alegorias imãs nossas brigas não acabarão





Nesse LABIRINTO? comecei e lá pelo meio vi que podia aproveitar uma parte de uma nova música chamada BRIGAS (destaque em negrito).

Abraços, Marco.

CRUZ

Não quero rimar palavras fáceis se é difícil, não é arte? e se arde é só uma facilitadora para a rima tão necessária mais até do que a esquina para a menina de vida nada fácil? quantos de nós sabemos o que é fácil ou difícil cada cristão tem seu crucifixo cruz só um homem carregou desperdiçou seu tempo? alimentou àquele que sou... mau pagador? nesse mundo de artifícios fogos são manifestações de quê? luxúria, tortura auditiva o que são esses pedaços de ossos na areia da praia? são cascas? são ex-medalhas? onde é que esse poema vai parar?
(é como a vida, não há resposta exata...)...



CRUZ foi feito agorinha mesmo, em segundos, veio ao mundo...


Abraços, Marco.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

DESÂNIMO

todos desanimados iremos desanimar todos em uníssono iremos vaiar todos desanimados iremos nos salvar? desanimando é mais fácil não se animar todos desalmados iremos desalmar desalgando não iremos adocicar? todos desalmados iremos desanimar quem nos procura quem irá nos rezar?


Poema em homenagem aos que gostam de desanimar os outros com opiniões sem nexo...

Aí me lembrei de um poema, chamado MÍSERA, que ainda não postei no "365 dias com poesia" que diz:

Troco
duas opiniões
por uma
mísera
ideia nova

Abraços, Marco.

ASSOBIO

Vamos de música nova? O nome é ASSOBIO:

ASSOBIO

A noite azul assobiando X2

Seu nome para mim é um pranto X2

A noite sozinha me namorando X2

Seu nome para mim é um manto X2

Em qualquer lugar

Sua voz é um assobio

Me chamando (REFRÃO X2)

(Convenção com assobio)

A noite azul me namorando X2

Seu nome para mim é um encanto X2

Em qualquer lugar

Sua voz é um assobio

Me chamando (REFRÃO X2)

A noite sozinha assobiando X2

Seu nome para mim é um canto X2

Em qualquer lugar

Sua voz é um assobio

Me chamando X2

(Final com assobio)

Abraços, Marco.



DUAS DO FERNANDO

Trechos do "Livro do Desassossego" de Fernando Pessoa:

"Publicar-se -- socialização de si próprio. Que ignóbil necessidade! Mas ainda assim que afastada de um acto -- o editor ganha, o tipógrafo produz! O mérito da incoerência ao menos!".


"Ter opiniões é estar vendido a si mesmo. Não ter opiniões é existir. Ter todas as opiniões é ser poeta.".



A citação é uma bengala que auxilia a inteligência a justificar a criatividade (essa é da minha lavra!), abraços, Marco.



quarta-feira, 18 de agosto de 2010

CONTRA (análise 3)

Contra lista de revista...

Não há coisa mais idiota que lista de revista tentando fazer perfil de seres humanos...

Contra caras contra bundas de revista...

Contra informações desnecessárias, tipo: quantos carros tem fulano, etc. e bundas de revista.

Bunda em brasileiro é palavra bonita...

Protesto contra as mudanças ortográficas que tentam adequar o inadequável, a ortografia espelha as diferenças culturais, ou não?!

Quem gosta de miséria é intelectual pão sem ovo neles...

Protesto contra os poetas falastrões, falam, falam e não escrevem uma linha ou pelo menos não mostram...

Elvis esta muerto/Jackson is dead...

Se dois dos maiores ídolos mundiais morreram por que nós outros não podemos arriscar um pouquinho e não começamos a nos mexer?!

Contra tudo que não seja a favor
contra a vida?
uma vida sem amor
Ingenuidade de achar que se viva sem sonhar...

Como viver sem o sonho de amar? Como suportar viver sem sonhar?

Abraços, Marco.

CONTRA (análise 2)

Contra tudo que não seja a favor...

Tudo que nos impeça de sermos nós mesmos deve ser tesourado das nossas vidas. Afirmação forte e difícil de ser realizada, na medida em que o primeiro ato para que isso possa começar a ocorrer é descobrirmos quem somos. Depois devemos tentar sem quebrar muitas vidraças começar a preparar o caminho de nos realizarmos sendo quem descobrimos que somos, outra etapa complicadíssima.

Contra ismos não quero ser herói...

Se conseguirmos passar pelo primeiro parágrafo, já somos heróis, sem precisarmos lutar outra luta.


Contra o irreal sentimento que corrói...

Qual é o sentimento que nos mata a todos? A inveja!


Meus poemas são expansões da crua realidade...

Um poema nunca conseguirá ser tão real quanto a realidade, um texto poético é uma criação de uma realidade inventada.

Contra tudo que não seja a favor
contra ites
apendicite eu sei o quanto dói...

Aos, quinze quase morri de apendicite com peritonite.

Contra canalhice
criancice de achar que mulher não pode dar emprestar fica melhor...

Graça direcionada aos pais de filhas que ficam preocupados com a coisa mais natural do mundo... (Pelo menos para pai de meninos...)

Continua no próximo post.

Abraços, Marco.

CONTRA (análise 1)

Algumas das vantagens do blog é permitir análises e lançar ideias. Agora, irei tentar analisar o texto do poema e música CONTRA. Vamos à letra (como vocês podem perceber trato letra e poema como se fossem a mesma coisa, pois como quase todas as letras das minhas músicas são poemas sem modificação não vejo motivo da distinção):

Contra tudo que não seja a favor
Contra ismos
Não quero ser herói
Contra o irreal sentimento que corrói
Meus poemas são expansões da realidade

Contra tudo que não seja a favor
Contra ites
apendicite eu sei o quanto dói
Contra a canalhice
Criancice de achar que mulher não pode dar
emprestar fica melhor

Contra lista de revista
contra caras
contra bundas de revista

Bunda em brasileiro é palavra bonita
quem gosta de miséria é intelectual
pão sem ovo neles
Qual é João?
Elvis esta muerto/Jackson is dead

Contra tudo que não seja a favor
contra a vida?
Uma vida sem amor
Ingenuidade
Ingenuidade de achar que se viva sem sonhar

Análise no próximo post.

Abraços, Marco.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

INGREDIENTES

Amigos, ontem foi um sacrifício... Duas horas de ensaio e conseguimos terminar... uma única música... Minas, até o momento, foi a música que mais trabalho deu... mas também... o resultado ficou excepcional...

É maldade mas é verdade, infelizmente, nesse fórum não há como vocês escutarem... realmente é uma pena, nela todos os ingredientes de uma puta canção estão presentes...

Boa letra, grande melodia, solos surpreendentes e ainda tem... bom se quiserem saber mais estão convidados para meu show do dia 14.09, às 20:30, entrada franca, na Livraria Daconde, no Leblon!

Abraços, Marco.

AMIGO ARI

Um amigo de oitenta e dois anos se foi e tentarei num poema fazer uma pequena homenagem.

ARI

Ali
um menino de cabeça branca ria muito das minhas mentiras brandas ali dentro do carro a vida não tinha tempo o tempo parava agora segue como uma revoada de passarinhos de olhos azuis se foi um menino amigo de cabeça branca e olhos sinceros de criança poeta e cantador cantava a esperança saudades do tempo em que uma manga nascia e era comida no pé todos de pé batendo palmas no ritmo da embolada para o menino de cabeça branca que se foi o menino que um dia quiça serei eu

Abraços, Marco.



COLMÉIA

alguém sabe donde as músicas nascem? quem tiver a mínima noção poderá me prestar essa informação? necessito viver nadando em melodias já me cansei das arritmias que durante anos me perseguiram como um mosquito procura orelhas faço mel e pico como as abelhas necessito de colméia aparo minhas arestas em pedras nascidas de estiagens não procuro encrenca mas não perco viagem sigo sempre o rumo do meu nariz e olha que ele é grande e grande será aquele que quiser testá-lo a testa é rente ao cabelo de bravo travo uma batalha interna espera não é comigo sou um cabra meio aflito menino rindo de todo o defeito compartilhado não gosto de greta não gosto de aro me faço grande na medida que necessito saber voar


Poema feito direto nesse espaço!

Abraços, Marco.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

VIAGEM À ORIGEM

Viagem poética depois do filme "A Origem".


A ORIGEM

No escuro nascemos e não sabemos nem temos lembranças deixamos nos esquecerem de nós e logo após vem uma triste certeza imediata clareza de nosso pequeno tamanho de noz insatisfeitos os corajosos ou loucos saímos para procurar um caminho abrimos mão do cheiro do ninho do conforto das penas que nos faziam corar ao amadurarmos nos deixamos levar pela memória de quem fomos descobrimos que já existe um subconsciente que manda nos nossos desejos é quando temos que descobrir um jeito de sem deixar nossos apetrechos seguirmos satisfeitos com as possibilidades em nós tatuadas

Abraços, Marco.


domingo, 15 de agosto de 2010

SANDY

Hoje, domingo, visitei meu tio Alfredo que sofreu uma delicada operação de hérnias bilaterais, falando de música, para variar, a conversa chegou na Sandy.

Me disse ele:"Marco, o trabalho da Sandy está bem parecido com o seu, o que é um ótimo sinal, pois com o apoio que ela tem da mídia outros artistas tão bons quanto serão valorizados".

O legal de tudo isso é que, depois de ver uma reprise do ALTAS HORAS, a dois meses atrás, no qual ela cantou ao vivo, tinha chegado à mesma conclusão.

Bola para frente que o jogo é de campeonato!

Abraços, Marco.

A ORIGEM

Depois de ter visto o filme "A Origem"...


PESSOAS

Nós nascemos de pessoas

Ou de sonhos?

Nós nos apaixonamos por pessoas

Ou por sonhos?

Nós nos casamos com pessoas

Ou com sonhos?

Nós viajamos com pessoas

Ou com sonhos?

Nós nos arriscamos por pessoas

Ou por sonhos?

Nós sonhamos com pessoas

Ou com sonhos?


Abraços, Marco.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

MPB

Fingindo desconhecer a discussão teórica entre poesia e poema, entendo que poesia é uma linguagem literária que se apropria de mecanismos linguísticos, metáforas e rimas, para melhor compreensão do texto redigido.

Brinco dizendo que poesia é a dos outros, meus versos são poemas. Estou errado professores?

Na verdade, além das metáforas e rimas, o ritmo num texto poético é imprescindível. Por isso muitos poetas se tornam músicos no Brasil e no mundo. Aqui, os que não são musicais estão fritos, pois a qualidade da letra na música popular brasileira (MPB) nos ensinou a todos a identificarmos de ouvido boas soluções poéticas.

Se não lemos, nossos grandes letristas nos acostumaram muito "mal", tanto é que não há no mundo, talvez com exceção da Inglaterra, letras à nossa altura.

Povo alfabetizado (poeticamente) na MPB!

A RESPOSTA

A resposta ao post anterior talvez seja mais complicada do que pareça, e explico.

Vamos atacar os dois problemas identificados:

1 -- Os estudantes, por se verem obrigados a ler determinados livros, no geral, passam a odiá-los. Tudo piorará se o professor for, não um apaixonado por literatura, mais um recalcado com o talento alheio (não pensem que estou exagerando porque no mundo real é o que mais acontece).

2 -- Poemas românticos, existiram, existem e sempre existirão, a questão não é ser ou não romântico, é ter ou não algo a dizer, seja com ou sem romantismo.

Para endossar, muito do que acontece no mercado editorial, longe das grandes editoras, é produção de românticos, que por estarem efetivamente apaixonados por algo ou alguém, publicam o livro de poesia da sua vida. Não necessariamente com qualidade literária.

Qualidade literária é o que? Para mim, haverá qualidade quando, independente do que está escrito, exista algo dito que não esteja escrito. A potência de uma obra de arte normalmente não está no que está explícito e sim no que está subentendido.

Essa é a grande dificuldade da poesia, por exemplo, o leitor tem que querer "perder" um tempo e tem que ter um mínimo de conhecimento para descobrir se há ou não algo subentendido. Com um pouquinho de boa vontade o bicho não é tão feio quanto parece...

Um poema de qualidade deve ser sorvido como um acepipe sofisticado e único. Se o cidadão quer entender na primeira olhadela sobre o que foi escrito deve realmente ficar com os Harry Potters e Eclipses da vida, sem preconceitos, como tudo na vida é apenas uma escolha.

Acho que expliquei.

Abraços, Marco.

TRISTE REALIDADE

No período de "torpor poético" escrevi vários originais, dos sobreviventes ao machado do poeta, três foram publicados em 2008 (Dentro de Mim, Oculto e Próprio Amor), três serão publicados em 2010 (Declamador de Sonhos, Intensaidade e Pensamentos em Movimento).

Outros seis estão pairando por aí, entre análises de especialistas e a cabeça do poeta, que agora cismou de cantar (como diria minha avó Arlete) e talvez nem sejam publicados. Por que publicar livros que não serão lidos?

Por que digo isso? Muito fácil explicar, infelizmente, para a maioria das pessoas a poesia é sinônimo de obrigação, estudantes, ou romantismo barato, para as demais pessoas.

Essa é a triste realidade...

Quando comecei a mostrar meus poemas várias pessoas, letradas, diga-se de passagem, me perguntaram, com mais ou menos ênfase, se estava apaixonado ou se aquilo tinha sido escrito pela minha mulher?!

Como mudar essa visão?

No próximo episódio tentarei responder.

Abraços, Marco.


quinta-feira, 12 de agosto de 2010

PESSOA

...E lendo Fernando Pessoa...

Esse dia

Todos vêem as marcas de pneu no chão

Poucos pensam na freada

Poucos se deixam levar pelos pensamentos

Argumentos às vezes só favorecem a rima

Poucos ainda sentem o perigo a cada esquina

Tendemos a nos acostumar

Com nossos medos carências extravagâncias

A antena aqui

Capta e não para

Alguém precisa

(mesmo vomitando)

Não parar de falar o que está vendo

Está sentindo

O cheiro de maresia?

Como Pessoa

Bem disse os dias acabam e

Alguém tem que ter a ousadia de registrar esse dia

Niterói, 12.08.2010.


Abraços, Marco.

PERFUME FRÂNCES

Os poemas pequenos são como os perfumes franceses...
Esse foi outro pequeno que me deu um trabalho.

VEGETARIANO

Entre animais
Humanos
Entre cardeais
Mundanos
Entre boçais
Rezamos
Entre canibais
vegetarianos

Abraços, Marco.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

NOVA MÚSICA

Minas é a nova música que apresentarei no RASCUNHOS de 14.09.2010, segunda terça-feira do mês de setembro, e lá para o fim falarei esse poema:

É...
sou assim...
e você
é de que jeito
quais são seus desejos?
quais são seus desejos?


Com vocês MINAS:

Me senti preso
Agora teço
a rota do meu vôo

Ao voar
Passei a criar
Vida no papel


[REFRÃO]
Adoço Deus
Com o céu
Das minhas submarinas
(submarinas) minas (x2)


Vívidas sensações
Pedras de ilusões
Imediatas razões
Me fizeram continuar... continuar


Abraços, Marco.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

CACÍQUES E ÍNDIOS

Se deixássemos de falar e escrevêssemos poesia tudo seria melhor...

Para mim, verdade universal! O pouco de espaço concedido aos poetas é ocupado por análises críticas de pessoas que não mostram suas poesias?! Paradoxo total!

Aos poetas o que deveríamos ter de direito, espaço para mostrarmos nossos textos!

Esse é um dos problemas de hoje em dia, muita gente preocupada em fazer purpurina esquecendo de que para a festa acontecer antes teve que ter um "doido" que pensasse sobre o conceito da dita cuja e rimasse, mesmo que virtualmente falando.

Muito cacíque-crítico para pouco índio-poeta! Tenho dito!

Abraços, Marco.

RESPOSTA AO E-MAIL DE FÁBIO DARGAM

ADEREÇO

Não se enganem...
O melhor de tudo é estar fazendo e curtindo o couro só amolece com sal e sol maracanã futebol é para os que merecem mas quem somos os que merecem? Quem queremos ser quem corre para saber? Quem quer se ver no espelho quem reconhece os próprios medos desejos são só desejos ou são beijos que propiciam além da rima uma pequena alegria não se enganem hoje sei quem sou e posso dizer sem medo perdoar não porque seja melhor mas apenas pela inteligência de me livrar de algo que não me pertence não quero ficar com a batata quente nas mãos são uma opção de continuar agarrado a quem sou mãos são a coroação do esforço de querer algo um pouco maior do que mereço talvez é só uma palavra não é o que penso talvez é nesse caso um adereço

Abraços, Marco.

CAETANO

Ao mano...

CAETANO

Indignado com o pacto o rapto da camaleoa me sinto à toa me vejo na boa para comentar obra titânica caetânica sobrehumana no formato e no olhar meu lenço não para de me acenar cristalizo minhas sinas minhas esquinas não param de me apontar o caminho das índias das meninas do céu lunar adoro verde adoro ver-te medrando um esgar o veludo é agudo no senso do carinho profundo no vermelho cálice do Chico irmão de fé desse menino baiano senão me engano cigano no amor esse velho menino compositor poeta também dos bons é o melhor dos pares é o singular dos oceanos é Caetano

Abraços, Marco.

MARCO PLÁCIDO?

Todos os poemas são autobiográficos? Bom, esse é...

CRISTÃO

Nascido na Tijuca há quarenta e cinco anos roxo meio torto como o anjo de Drummond tio bêbado quase se matou de felicidade avó mãe e pai único filho durante um período o doente da família depois disso tive tudo de ameba a tifo rimos muito fomos felizes num apartamento apertado de Icaraí mudei aos dez e talvez isso tenha me dado uma dor mudança de cor tamanho e quem não sabe disso? Vinte poucos anos depois voltei pai e aflito com meu destino não conseguia parar de me preocupar aos quarenta a vida não demora a passar e quando dei por mim não queria mais brincar de nada que não fosse poesia e música onde estavam todos esses anos em que fui seguindo sem um plano desenganado pelo estamos seguindo como a vida nos leva e agora que sei o que quero estou achando que ainda espero algo de que temo o nome meu nome continua sendo marco aurélio cruz plácido filho irmão marido pai e cristão até quando até quando?

Abraços, Marco.

domingo, 8 de agosto de 2010

FERREIRA GULLAR

Poema que fiz depois de encontro com o mestre...


DISNEY

“Fiz o poema sujo

Achando

que seria o último...”

Isso

ouvi de Gullar

numa tarde

que deixará saudade

a idade

já me permite chorar

pelas poucas palavras

a mim dirigidas

Num átimo de olhar

Pude perceber

Que apesar de

não haver mais

Ditadura

política

Que vilipendie o corpo

A idiotia

Pode

Macular a mente

Até o osso

Pode cravejar-nos de

Referências

Torpes

Inocências

Podres

Pode nos deixar

Vendo Mickeys

Sendo patetas

Sem Disney

que nos salve

Sem benção

Sem vontade

De lutar

Para colocar

a poesia

em seu devido lugar...


Abraços, Marco.

AOS POETAS CHILENOS

Aos vinhos e aos poetas chilenos...


LA FUSIÓN

Siempre amar...

la montana

la tierra

yo quiero...

amar

la fusión

de obscuro cielo

com nuestros

niños pechos...


Abraços, Marco.

AO QUINTANA

O SENTIMENTO

É

a memória

da emoção

sentida no passado

Que volta

de roldão

quando nos vemos

apertados

numa situação

o sentimento é bambalalão...


Abraços, Marco.

OSWALD DE ANDRADE

Hámor

(Ao mestre Oswald de Andrade)


Abraços, Marco.

CHICO BUARQUE

E o tal do Chico?!

Sem meias palavras, vou direto ao assunto, com:

DE HOLLANDA

Espoletas

Marieta

Me deu na veneta

homenagear

homem culto

senhor

dos sinônimos

também

Antônios

Olhos da cor do mar

Mestre

Que amansa

Lobos

Boscos

Betânias

Nos acalma

Ao Caetanear

Cronista

Preciso

Por vezes

aflito

na prosa perfeita

nos deixa

sem fôlego

trôpegos

equilibrando

morenas

de angola

do rio também

meninas

dengosas

suas notas

misturadas

às letras

dão samba...


Abraços, Marco.

FERNANDO PESSOA

Comecei a ler o Livro do Desassossego, de Fernando Pessoa...

Bom, o cara era e é foda! Quando terminar vou tentar explicar em poemas o que senti...

Enquanto isso...

PESSOA

Ler

(Sendo poeta)

Fernando Pessoa

É uma experiência

Agressiva

É como

Querer falar

E morder

A língua

Na inútil tentativa

de definir

Sua genial

Entrega

Sua coragem

Sem precedentes

De análise

Cruel

E absurda

Grito

Ensurdecedor

Num ouvido sensível

De menino...


Abraços, Marco.

O GLOBO

No RASCUNHOS POÉTICOS E MUSICAIS do dia 03.08 concedi uma entrevista para o jornal O Globo, caderno Zona Sul, que acho que saiu nesse domingo, a pauta era sobre os movimentos literários existentes na Zona Sul do Rio.

Expliquei à repórter que na verdade faço uma mistureba, poesia e música, pois ninguém hoje em dia aguenta a tradicional leitura de poemas. Meus poemas, disse, são a expressão do que vivemos hoje em dia, com a agressividade e libido características dos nossos tempos.

A repórter, impressionada com meus projetos -- site, blog, 365 dias..., CD, shows -- me perguntou se eu tinha noção do ineditismo da minha proposta artística?!

Imaginaram qual foi a minha resposta?!

Abraços, Marco.

LAS VEGAS

Vendo um episódio da série americana "Las Vegas" em que uma das atrizes enfrenta o seu maior medo que é... fazer um show de comédia em pé, o comediante experiente fala para ela, depois de seu retumbante fracasso:"... quer fazer sucesso na comédia? Não escreva, conte os casos verdadeiros que aconteceram com você!"

Esse conselho, na verdade, é a base de toda arte! Não invente, relate os acontecimentos que te emocionaram e, com um pouquinho de talento e treino, todos também irão se emocionar com o seu relato...

É isso, amigos! Abraços, Marco.



OZZY OSBORNE

Nunca imaginei que me divertiria tanto... lendo o livro "Eu sou Ozzy", sobre a vida do roqueiro Ozzy Osborne quase me mijei de tanto rir... o cara é tão louco que passa até por filósofo, das dificuldades e drogas tirou o véu da babaquice e enxerga a vida como é... processo degradante mas que o levou a ver a "verdade"...


Inteligente e audacioso, ótimo livro, muito melhor que os "cassetas" da vida, porque verdadeiro... não pretende fazer graça, é engraçado porque patético!


Ozzy é foda!

Abraços, Marco.

sábado, 7 de agosto de 2010

IRONIA

E comemorando o artifício da ironia...


IRONIA

Somos os mesmos...

Somos os mesmos?

ou

Como as palavras

Gastas

Nesse poema

De vez em quando mudamos de posição?

a ordem dos fatores

Altera o produto

Sabia?

Um eu te amo deslocado

(Sem contexto)

É muita vez maior

do que muito palavrão

Não se engane

A ironia

É um grande artifício da poesia.


Abraços, Marco.

VOVÓ DERCY

Não é por ser mal-criado, nem por detestar os seres humanos... o tomar no cu em questão é só um ato de contestação como se dissesse para os presentes que sei que somos, em princípio, filhos-da-puta, mas que por estarmos ali escolhemos o lado bom da força... que por nos deixarmos emocionar por atividades artísticas temos salvação independente de sermos ou não conhecidos somos foda porque fazemos com verdade e talento... e por aí vai

Quando explico isso, as mesmas pessoas que riem a valer passam a fazer cara de que estão entendendo meus motivos e depois disso prestam mais atenção ao que eu estou pretendendo na música e na poesia.

Um pouquinho de palavrão não mata ninguém, não é vovó Dercy?


Abraços, Marco.